09 março 2009

Found in the Corner

E da angústia do nada, assim surgiu, depois do confronto com os lapsos de falta de planeamento. A revisão do carro que não passou por excesso de libertação de monóxido de carbono e espelho lateral quebrado, parto após pesquisa sobre o apóstolo da vieira (e vidro elétrico encravado na auto-estrada). Mas não tenho saldo (poupo para novo catalisador) nem gasolina e saio em valença para o pôr do sol até à foz do minho. Por entre o parque de pinho alto e manto fofo, descubro a praia onde desagua em ínsula baixo fortaleza, o rochedo espanho e os pequenos pesqueiro na calma da maré que envaza; caminho só, dos arbustos pára-me o vulto que ignoro a método e na metade da linha volteio o olhar que me estarrece do fundo. Penetro no bosque e mergulho no engate corpo a corpo na sensualidade de pelos robustos e sotaque galego, a dor suave e o prazer ofegante por três horas numa atracção desmedida. Regresso satisfeito para a casa onde me espera o eterno visitante que me acompanha na janta e no duche e no caminho à estação e na espera do transporte que me catapulta para a invicta, estremunhado. O lusitano está lotado e reencontro o ex e amigas que me ciceronam no lugar onde me embriago na música e no marsuca_fogo da pina baush projectado na parede. Saio e espero e descubro o moinho para a perdição total da dança apertada e circular, suada pela visão ébria da multidão. Regresso ao santo da entrada para manhã na cama, passeio ao fim da tarde domingueira, de famílias eucarísticas e o fresco da noite que chega. Viajo por aqui um pouco, excitado e hoje preencho o dia em atendimentos atentos, directivos, acolhedores e devoro o convite onde quero regressar aos rostos que aqui me ligam. (e o bisnau faz anos e o primo e o frank)

2 comentários:

Paulo disse...

A Primavera está a chegar ao diário. Em força.

João Roque disse...

No emaranhado das tuas notas há múltiplos motivos de apurada atenção; já fui muito nortenho, por motivos profissionais, e não desconheço, mas apenas em tardes ou finais de tarde, as dunas e arbustos da foz do Minho, e melhor conheço o Moinho, local gay por excelência, nesses tempos na Invicta; aliás tenho uma enorme nostalgia dos seus primeiros tempos, nada semelhantes a um local impessoal e "normalizado" como aquele que visitei na minha última incursão.
Abreijos.