Semana d’entrevistas sucessivas, aniversários, corridas desgastantes que culmina no passeio de sábado com o co_habitante também estrangeiro, por vales e vilas verdes: paramos na ponte da barca, junto ao lima de águas calmas, poderosas e cristalinas, o forte calor outonal; subimos pelas casas de pedra abandonadas, uma capelinha aberta, o cheiro a mofo das madeiras que se abatem, os brasões suspensos no tempo dos muros, tudo reportado fotograficamente.
Cruzes de credos presentes, a reformulação do granito viário, um café na venda da esquina e nova partida nervosa – passagem pela rápida batalha de valdevez – para os esses dos declives, o serro rochoso que se insurge a toda à volta, a encosta inclinada vermelha e nua, denso coberto vegetal na descida, vinhas e milheirais a perder de vista até monção, esquecida na fortaleza da fronteira.
Chegada às fontes afundadas pela história, lanche na padaria do brasileiro (e a vida virou!), passeio pela praça da danaide Deuladeu, deslumbramento pelas raias do minho e percorrido pelas ruas estreitas da vila, de românico templo. Acompanhando a estrada no rasgo do rio, atingimos valença e atravessamo-lo para a belíssima fortaleza de tuy pela ponte fechada.
Com o agora ilegal acompanhante, entramos na catedral e somos bombardeados pelo gótico que nos obriga a olhar para o alto e o dourado de toda a talha barroca nos altares em altura. Dali para casa pela auto-estrada, jantar rápido de strogonoff fingido para inaugurar a renovada sala de espectáculos com um festival de curtas feitas pela jovem população civil, ida para a casa que acolhe a iniciativa e o júri para a proclamação da eleição, (re) encontro com colegas actual e ancestral que depois de muitos alcoóis me leva ao insólito da noite profunda.
Dormida rápida (peço a vez no banho) para correr até ao comboio que me leva à capital do norte, directo a são bento estremunhado, coberto da azulejaria ilustrativa de ilustres glórias destas terras, café para os aliados e subterrâneos do metro límpido, apertado e suave. Mais luz pela superfície, saio na casa da música para um concerto na sala Suggia explicado por rui pereira – a sinfonia nº4 de carl nielsen (o inextinguível), pelo maestro eivind jensen – a iluminada melancolia escandinava mostrando a passagem do caos à ordem. Atravesso a mouzinho de albuquerque, ressacado e feliz, ligo às amigas_casal do sul e regresso à trindade por breves momentos. Bonjardim, formosa e santa catarina para uma alternativa saudável no macdonalds (sumo, sopa, salada, mcfish, fatias de pêra e maçã). Uma nova cidade, os mesmos cheiros, as mesmas actualizações, o mesmo sol. Da batalha para baixo, pelo cimoda vila; como falta hora e meia, subo os clérigos, calcorreio os paralelos e as folhas caídas nos mártires da pátria e, em frente ao hospital, tomo café e leio um conto de sal de gorki. Acompanho o eléctrico até à estação e já dormente, vou às compras, lancho e dobro a roupa. Este foi o meu compromisso, esta é a minha celebração nestas paisagens. Começo a ser de cá.
2 comentários:
Estamos a ver que sim, que a integração está a decorrer ao ritmo da alta velocidade.
A “pronúncia do Norte” entranha-se...
E bem!
Abraço!
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