Andamos nus, apenas revestidos
Da música inocente dos sentidos.
Como nuvens ou pássaros passamos
Entre o arvoredo, sem tocar nos ramos.
No entanto, em nós, o canto é quase mudo.
Nada pedimos. Recusamos tudo.
Nunca para vingar as próprias dores
Tiramos sangue ao mundo ou vida às flores.
E a noite chega! Ao longe, morre o dia...
A Pátria é o Céu. E o Céu, a Poesia...
E há mãos que vêm poisar em nossos ombros
E somos o silêncio dos escombros.
Ó meus irmãos! em todos os países,
Rezai pelos amigos infelizes!
Pedro Homem de Mello, in "Os Amigos Infelizes"
Ao Catatos e a todos o que o lembram (como seu último desejo, nesta laranja mecânica, vou estar 24h Party People - um ano após a festança!)
4 comentários:
Lindo poema num original post de homenagem ao "nosso" Catatau, como eu lhe chamava no comentário que então te deixei.
Abraço grande e triste.
É nosso, é mesmo nosso. Para_Sempre...
não conhecia, aliás conheço muito pouco deste autor. mas aposto que o Catatau adorará esta "música inocente dos sentidos", rir-se-á de nós, do nosso "silêncio dos escombros".
abraço apertado, gajo-24h-party-people!
Não conheci o Catatau, mas penso que ele estará contente com esta e as outras homenagens que lhe têm sido feitas (@Paulo e @Pinguim).
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