22 novembro 2008

Phi_Laranja

"Tudo começou com um problema aparentemente banal: Quantos pares de coelhos podem ser gerados de um par de coelhos em um ano? O matemático italiano Leonardo Pisano (de Pisa), cujo apelido era Fibonacci, ao resolver esse problema, transcreveu o que seria uma das seqüências mais instigantes da matemática, que entrou para a história como a seqüência fibonnaci (série de números infinitos onde cada número é a soma dos dois anteriores onde os primeiros números são 0 e 1)
1, 1, 2, 3, 5, 8, 13, 21, 34, 55, ...

Essa seqüência aparece na natureza, no comportamento da refração da luz, dos átomos, do crescimento das plantas, nas espirais das galáxias, dos marfins de elefantes, nas ondas no oceano, furacões, etc. Vejamos um exemplo: certas plantas mostram os números de Fibonacci no crescimento de seus galhos, como a Achillea ptarmica, enquanto outras regulam a posição ou número de suas folhas ou pétalas pela mesma seqüência.
A beleza desta seqüência é que seu resultado visual é pura... beleza. Dividindo dois termos consecutivos da sucessão (o número maior pelo menor) vamos obter as sucessivas aproximações de PHI (34:21 = 1,619) (89:55 = 1,618) A escola grega de Pitágoras estudou e observou muitas relações e modelos numéricos que apareciam na natureza, na beleza, na estética, na harmonia musical e outros, e entre elas uma se destacou: 1.618033988749895. Esta razão foi muito usada por Phidias (um escultor grego), e em função das primeiras letras de seu nome usamos Phi para representar o valor numérico do que conhecemos como razão dourada ou proporção Divina, pois os antigos achavam que este era um número predeterminado pelo Criador do Universo.
Se você dividir o número de fêmeas pelo número de machos de qualquer colméia do mundo, sempre vai obter PHI. A razão de cada diâmetro da espiral do Náutilo (Molusco que bombeia gás para dentro de sua concha repleta de câmaras pra poder regular a profundidade de sua flutuação) para a seguinte também é PHI.
Podemos ver PHI espalhado por todo o nosso corpo: Meçam a distância que vai do alto da cabeça até o chão, depois dividam o resultado pela distância do umbigo até o chão. O que vão encontrar? Meçam a distância de um ombro até a ponta dos dedos, depois dividam-na pela distância entre o cotovelo até a ponta dos dedos. Resultado? Ou mesmo tentem medir a distância dos quadris até o chão, e dividir pelo joelho até o chão. Verão PHI nos nós dos dedos, nos artelhos, na divisão da coluna vertebral...
Obviamente os artistas utilizaram esta propriedade para obter harmonia e beleza em suas obras, como nas pirâmides do Egito, no Paternon grego, na Quinta Sinfonia de Betethoven, etc.


O meio caminho entre o amarelo e o vermelho, o laranja é a mais angustiante das cores. Entre o ouro celeste e o vermelho ctônico, esta cor simboliza, antes de tudo, o ponto de equilíbrio entre o espírito e a libido. Agrega a luminosidade e alegria do amarelo com excitação e vibração do vermelho. Relaciona-se com o ardor e entusiasmo.
Ela é a cor das túnicas dos monges budistas e a cruz de veludo laranja dos Cavaleiros do Espírito Santo.
A energia dessa cor pode estimular o sangue e os processos circulatórios e influenciando as funções mentais e os sistemas respiratório e nervoso.
Segundo a tradição hindu, o laranja está ligado ao segundo chacra, um dos centros energéticos espalhados pelo corpo. Localizado entre o púbis e o umbigo, esse chacra, chamado sacro, rege os órgãos reprodutivos e a libido, e influencia todos os processos criativos. Em cromoterapia, técnica que usa luzes coloridas na cura, a gama dos alaranjados também é usada no tratamento de doenças do abdômen e dos órgãos reprodutores. "Ela ajuda a soltar as amarras que impedem a livre expressão da criatividade", diz o terapeuta Carlos Florêncio, de São Paulo, que sugere um exercício para estimular a capacidade criadora. "No local de trabalho, imagine-se envolto em uma luz laranja e procure se sentir estimulado por essa energia", ensina o especialista.
Na Idade Média, acreditava-se que o laranja simbolizasse crueldade, orgulho e ambição. Antes ainda, o próprio Buda cortou os cabelos e trocou as suntuosas vestimentas reais pela roupa alaranjada de mendigo. É por essa razão que os monges budistas usam até hoje túnicas laranja, simbolizando a renúncia."


in: Saindo da Matrix.Com.Br

Educ'A(r)te_Ap(r)en'Dice III

Ocu_Passion

"Em primeiro lugar, todos os interesses se desenvolvem a partir de instintos ou hábitos, os quais, por sua vez se baseiam num instinto original. Não se pode concluir que todos os instintos tenham o mesmo valor ou que não herdemos muitos instintos que necessitam mais de transformação do que de satisfação, de forma a terem alguma utilidade na vida. Mas os instintos que encontram uma saída e expressão conscientes na ocupação estão destinados a ser de um tipo particulamente fundamental e permanente. As actividades da vida estão por necessidade orientadas no sentido de colocar os materiais e forças da natureza sob o controlo dos nossos objectivos; a torná-los tributários com os fins da vida. Os homens tiveram de trabalhar para viver. No seu trabalho e através dele controlaram a natureza, protegeram e enriqueceram as condições de vida, despertaram para o sentido dos seus próprios poderes: foram levados a inventar, planear e alegrar-se perante a aquisição de competências. De uma maneira muito simples, pode dizer-se que todas as ocupações podem ser entendidas como instâncias das relações fundamentais do homem com o mundo em que vive com o objectivo de arranjar comida para manter a vida; assegurar vestuário e abrigos para se proteger e ornamentar-se e, por fim, encontrar uma casa permanente na qual todos os interesses espirituais e mais elevados se possam centralizar. É um absurdo pensar-se que interesses que possuem esta história subjacente possam ser menosprezados."

A Escola e a Sociedade – John Dewey 1900 (pela Relógio d’Água em Fevereiro de 2002)

Educ'A(r)te_Ap(r)en'Dice II

Funci_Oral

"A mudança no ensino infantil, nas sociedades mais complexas, é dupla. Antes de mais, há na cultura muito mais conhecimentos e aptidões do que qualquer pessoa tem individualmente. E assim se desenvolve cada vez mais uma técnica económica de ensinar os jovens, profundamente baseada no dizer fora do contexto e não no mostrar em contexto. Nas sociedades letradas, a prática institucionaliza-se na escola ou no professor. Ambas promovem esta forma necessariamente abstrata de ensinar os jovens. O resultado de "ensinar a cultura" pode, na pior das hipóteses, conduzir ao absurdo ritual e rotineiro que levou uma geração de críticos ao desespero. Isto porque, na escola deslocada, aquilo que se transmite tem, muitas vezes, pouco a ver com a vida tal como a vivemos na sociedade, excepto na medida em que as exigências da escola reflectem indirectamente as exigências da vida na sociedade técnica. Mas estas exigências indirectamente impostas podem ser a característica mais importante da escola deslocada. A escola é um desvio acentuado da prática indígena. Como vimos (anteriormente), tira a aprendizagem do contexto da acção imediata simplesmente ao colocá-la numa escola. Esta separação faz com que a aprendizagem se torne, em si própria, um acto, libertada dos fins imediatos da acção, preparando aquele que aprende para a cadeia de cálculo distante da repercussão necessária à formulação de ideias complexas. Ao mesmo tempo, a escola (se bem sucedida) liberta a criança da rotina das actividades quotidianas. Se a escola conseguir evitar que se estabeleça nela própria uma rotina, pode ser um dos grandes agentes da promoção da reflexão. Além disso, na escola, tem de se "acompanhar a lição", o que implica ter de se aprender a acompanhar quer a abstracção do discurso escrito - abstracto, no sentido em que está divorciado da situação concreta com que o discurso poderia estar originalmente relacionado - quer a abstracção da linguagem oral, mas afastada do contexto de uma acção em curso. Trata-se de duas utilizações profundamente abstratas da linguagem."

Para uma Teoria da Educação – Jerome Bruner 1966 (pela Relógio d’Água em Agosto de 1999)

08 novembro 2008

90

Já faz muito tempo que aqui não venho. Desisti da forma anterior, dispo-me e renovo a pele.
Sou sempre eu. E nunca sei quem sou. Julgo-me lento, distraído, não cumprindo os papéis que assumo...presumo. E continuo na maratona de projectos e oportunidades que sempre terminam, como os dias. Parto dos supostos, suponho eu, sem os prever. E penso, ou não. Confundo-me, a mim e ao mundo, a todos e a ninguém em particular. Desabafo do abafo que esta ausência me faz sentir. Desrealizo-me a cada momento nas pequenas coisas que faço, sem o sentido que lhes dou. Não sei mesmo se me entendo.

Mudei para o quarto ao lado quando o que queria era isolar-me e satisfazer-me na minha identidade. Quem sabe se ela é, assim mesmo. Às outras, as que distingo num poder maior, que me formam e em mim se ligam, que nunca se prendam. Pois se aqui estou, ali vos deixo, com o que em vós vivi. Se vos amarro em lembranças, espero que sejam úteis para morais e metáforas alargadas, abrangentes. Saúdo-vos de saudades, cubro-vos de esperanças e o meu desejo é diluir-me em vós, num eco eterno.