30 janeiro 2011

Rob_O(t)Ndage

«The day broke gray and dull. The clouds hung heavily, and there was a rawness in the air that suggested snow. A woman servant came into a room in which a child was sleeping and drew the curtains. She glanced mechanically at the house opposite, a stucco house with a portico, and went to the child's bed. "Wake up, Philip," she said»

Of Human Bondage by W. Somerset Maugham - On line Here!


Da língua checa "robota", trabalho forçado; Karel Čapek usou pela primeira vez a palavra "robot" com esse significado numa de suas peças de teatro - Vídeoclip original de 1977


«Indeed, Silicon Valley may be one of the few places where businesses are still aware of the ideas of Joseph Schumpeter, an Austrian economist who wrote about business cycles during the first half of the last century. He said the lifeblood of capitalism was “creative destruction.” Companies rising and falling would unleash innovation and in the end make the economy stronger. Recessions “can cause people to think more about the effective use of their assets,” said Craig R. Barrett, the retiring chairman of Intel, who has seen ten such downturns in his long career. “In the good times, you can get a bit careless or not focused as much on efficiency. In bad times, you’re forced to see if there is a technology” that will help.»


Article here! The research is turning On!  Agora em Português (é prómenino e prámenina, olhó):

Labour_Well

[...] Se os homens desconfiam duma cultura e duma civilização que os vão encadeando sempre com igual dureza, e se procuram por vezes, a despeito das objurações das elites, discernir a possibilidade de novas vias ou o regresso simplista às práticas dos bons velhos tempos...
- Está a entrar aí num domínio que nos ultrapassa...
- Pelo contrário, falo de coisas extremamente simples, e, creio, bastante compreensíveis, para quem quer compreendê-las, para quem não teima numa atitude que tem certamente todas as vantagens, mas também os perigos do conformismo. Nós devemos –e vós, educadores, mais particularmente ainda – reencontrar a realidade das coisas, oculta, deformada sob a ilusão das palavras, das concepções e dos sistemas. Não são eles que conduzem o mundo. Não são as Escolas, nem mesmo as Faculdades ou as Academias que orientam e estimulam o progresso. Elas servem-no, mas tanto em mal como em bem: ou antes, seguem-no. Existiram maus génios que, favorecendo os baixos instintos dos homens, desencadearam toda uma orientação social e por vezes espiritual, que nem os sábios nem os pensadores puderam mais controlar. Mais valeria conhecer melhor em especial a influência dos grandes homens políticos que têm como que a intuição genial do lado pelo qual se deve tomar os homens para os fazer agir num determinado sentido. E a influência desses homens políticos vai aumentando. Eles souberam pôr ao seu serviço a ciência e a cultura.
Neste assunto, sei-o eu, vocês são mais vítimas do que responsáveis. Mas nada disso altera nesse destino diabólico de um pensamento generoso, de investigação desinteressada, duma razão lógica tão orgulhosa das suas conquistas e das esperanças entrevistas, de religiões que exaltam tudo quanto o indivíduo traz em si de benéfica humanidade, e que são desviadas dos seus objectivos, domesticadas, subjugadas pelas forças más tão bem camufladas que já se não distingue nem o bem nem o mal, e que nos espantamos plo vertiginoso caos em que soçobram as mais comovedoras veleidades.
Vou explicar-lhe isso à minha maneira, porque dificilmente me debato com as grandes palavras, e os pensamentos a que vós chamais abstratos não me são familiares... [...]


Célestin Freinet – A Educação pelo Trabalho 1943  Editorial Presença 2ªEd. Fevereiro de 1974 Pag.95/6

29 janeiro 2011

Easy_Way

Agora mesmo na dois, depois de uma curta_entrevista com Richard Zimler e Slimmy


Aqui ficam três poemas do outro Miguel-Manso

POEMETO
O paradoxo de fermi
a hipótese da terra rara
o poeta trabalha com o que tem

um muro com hortênsias
ao fim da tarde um punhado de
estrelas sobre a baía

ainda assim
a poesia é aquilo que neste
desalinho todo se apresenta

tão exacto como a morte

CADERNO DO PORTO VELHO
escrevo o espaço que vai das
tuas mãos ao renque de alfazemas
sombra aprendida em aromáticos versos

desconheço ainda esta cidade
depois de tantos anos
mas aprecio

pela tarde o lento rir das áleas
avenidas de timbre meridional
casas onde ainda se pode descascar a fruta

atirar a casca para um alguidar partido
e onde na trégua do calor maior as crianças costeiras
tomam o alcatrão das ruas a areia das praias

rompem este silêncio de vagar portuário
de palavras como ruína que envolvem
o sentido do que escrevo

as tuas mãos ou o espaço que vai das
tuas mãos ao renque de alfazemas


O PREC EM 2008
o deus Silêncio ostenta as Inumeráveis
águas nesta apertada livraria de Lisboa
também ainda o primeiro título (poesia) de Manuel
António Pina em ano de revolução que

nesse tempo eram mesmo
a sério as revoluções e podíamos acrescentar-lhes pela rua
o nosso carme as madrugadas flores

agora um amigo diz-me: “esta
revolução não dá um passo!”

concedo, mas não desisto
incorro em certos delicados actos de guerrilha
por exemplo deixo poemas em cafés ou em pequenas
livrarias que ainda apoiam em segredo esta causa

revolucionária
depois mando as coordenadas sigilosas à amada
que no dia seguinte quase sempre
pela tarde os vai buscar


[in Quando escreve descalça-se, Trama, 2008]

16 janeiro 2011

Breogan_Blues

Acordei no sofá farto da vida, meti-me na banheira, peguei na cadela e seguimos na esperança de dar à costa. Paragem para o único expresso do dia, a ver os brotos das soulangeanas a crescer; perdidos nas autopistas, entramos na aldeia e subimos ao castro para avistar toda a ria em baixo e as ilhas dos deuses ao fundo – a luz intensa reflete um azul profundo a toda a volta, mais postos celtas no topo de todos os montes, indicados nas placas do forte; circulamos pelo monte de anciãos, músicos, atletas... e saímos rápido atravessando o porto. Sem dinheiro a cada peagem, uma estação para serviço de almoço rápido: enquanto espero, emociono-me com o anúncio da liberdade tunisina e os dilúvios no hemisfério sul. Pago com tarjeta e identidade, esperamos pelos ossos do coelho e continuamos para norte, cruzando as construções e religiões, passadas e futuras; o portageiro dá-me a informação necessária: pela nacional 550 por oroso, ordes para caixeiro, gasolina em carral e depois do aeroporto, avisto os golfos e baías que se acercam; mais um corte inglês e abre-se a cidade brilhante por uma marginal que ondula entre torres de cristal. Estaciono junto à marina, achego-me ao castelo do santo mas retrocedemos para levar com os raios que aguardam o espectro nublado e ler o jornal – ali o mar calmo e na outra margem uma estranha cúpula; novo passeio por entre os locais e outra vez muita gente, agora já montados mas sem lugar junto à de hércules; continuamos o caminho da península, passamos a casa do homem e metemo-nos por dentro, procurando a saída, mas o destino vira-nos de Juan Flores: um café com leite antes de sair e já agora o último passeio; ao cimo da rua cai do alto da rocha uma cascata e é no palácio que pessoas esperam pelo espectáculo, coberto pelos jardins e coroado pelo planetário. Perfeito! Contornamos tudo e com o objectivo tomado, chego à nota da contra-capa do novo livro. A estrada é mais longa na volta e pelo caminho, a rádio toca a gitana, o airbag destes senhores e a espuma de vénus. Um carro em chamas assombra o regresso.

Já em casa, desisto do programa que tinha, descubro operações triunfo doutrora em versão bilingue e os êxitos da banda de infância em grande musical com página própria. Um pouco de cada, também no final da agenda.

15 janeiro 2011

Tyst_Naden


The silence by Ingmar Bergman - Trailer aqui