31 agosto 2008

Ubi_Tuário

Poeta morreu Hoje.

Skin_War

"Ela despiu a roupa interior pela cabeça e atirou-a para o chão. Deu um passo para o lado para descalçar os sapatos e ficou alguns momentos imóvel ao pé deles. A seguir virou-se.
Tudo o que acontecera, cada toque e cada olhar, entrelaçava-se na sua pele como a fenda de um vidro estilhaçado em todas as direcções a partir de um ponto, no espaço escuro e transparente daquela noite. Ela olhou para o cubo dourado do baton e viu Lara girá-lo continuamente entre as mãos. Viu David acocorado no chão entre as pernas dela. Viu Lara a acariciar lentamente a púbis.
«A minha pele é a topografia de uma guerra», pensou ela. «Nela decorrem planos e intrigas, lutas de morte, tropas de guerrilheiros, alianças e perdidos de rendição. A minha pele é o território de uma matança cuja evolução não compreendo. Negoceia-se sobre mim, efectuam-se ofensivas cujos objectivos desconheço. Urdem-se escaramuças e não sei contra quem. Fontes desconhecidas fornecem-me rectificações, travam-se acordos e não sei porque preço. Porem a letra é sempre perceptível», pensou ela, e viu o brilho do líquido à volta da boca de David. Viu-o levantar-se e dirigir-se para ela. Viu-o pegar num cabo que Matern lhe passou e enrolá-lo à volta do tronco, dando-lhe um nó e atando-o com a outra mão atrás das costas. Viu-o ajoelhar à frente dela e apertar dois nós corrediços à volta dos tornozelos dela. Viu-o apertar uma barra de metal com aselhas ao gancho preso à corda. As coxas dela abriram-se muito. Ela deixou que isso acontecesse.
E viu-o despir-se. Reparou novamente no seu sexo retalhado. E completamente mutilado. Leu a frase gravada nas nádegas dele. «Chumbo líquido», pensou. O peito queimado e o mamilo arrancado. O umbigo dele era uma cratera escura. David possuiu-a, ergueu-a e sentou-a sobre a mesa. Apertou o gancho da roldana à barra, que Matern baixou do tecto. O eixo foi descendo com o estalido das rodas dentadas. O cabo de aço esticou-se no gancho, e os laços presos aos maléolos dela apertaram."




Thomas Hettche - Nox (1995) nos pequenos prazeres da asa em 98.

Adap_Tracção

Fiquei a dormir em casa do novo amigo após jantar beirão, no seu sofá mas como não posso interromper a medicação, vim a casa buscar os comprimidinhos das nove. A desculpa será a escova de dentes e mudar de roupa, ao que se acrescenta um bom banho. Porque me convidou e à amiga que veio para o comício do bloco de esquerda no porto, a ir a Viana tomar o pequeno-almoço com vista marítima. E a justificação nesta manhã cinzenta será sempre encoberta...

Um videozinho da música que passava na RUM (rádio universitária do minho), sempre no carro e no trabalho, à chegada à torre da minha menagem. Os medos cavalgados a destruir, (ainda) é tempo de fingir, como dizem os management:




I'm feeling rough, I'm feeling raw, I'm in the prime of my life.
Let's make some music, make some money, find some models for wives.
I'll move to Paris, shoot some heroin, and fuck with the stars.
You man the island and the cocaine and the elegant cars.

This is our decision, to live fast and die young.
We've got the vision, now let's have some fun.

Yeah, it's overwhelming, but what else can we do.
Get jobs in offices, and wake up for the morning commute.
Forget about our mothers and our friends

We're fated to pretend
To pretend
We're fated to pretend
To pretend

I'll miss the playgrounds and the animals and digging up worms
I'll miss the comfort of my mother and the weight of the world
I'll miss my sister, miss my father, miss my dog and my home
Yeah, I'll miss the boredom and the freedom and the time spent alone.

There's really nothing, nothing we can do
Love must be forgotten, life can always start up anew.

The models will have children, we'll get a divorce
We'll find some more models, everything must run it's course.
We'll choke on our vomit and that will be the end

We were fated to pretend
To pretend
We're fated to pretend
To pretend

Yeah, yeah, yeah
Yeah, yeah, yeah
Yeah, yeah, yeah
Yeah, yeah, yeah


No final da tarde regresso de carro lavado e aspirado, almoço saudável q.b. porque no macdonald's do shoping da estação, esposende até ao farolinho e voltar pela ponte de fão, as torres e vivendas de ofir em contraste com algum ordenamento na apúlia, virar pela estela para a póvoa, passear com carrinho de bebé junto à praia, num dia pleno de sol, luz e calor.

29 agosto 2008

Kivexa_Viramune


Acabei de tomar os comprimidinhos que me irão acompanhar nos próximos tempos, com uma meia de leite de cevada e sandes mista, na casa do mês seguinte, com vista para a freguesia de são vitor, cemitério e campo da vinha (e o ruído ensurdecedor do tráfego sobre a circular no eco das alturas). Um prédio com reputação terrível porque nas suas duas décadas de existência sempre habitado por prostitutas, e agora, para além de brasileiros, africanos, imigrantes de leste, muitos ciganos (para não ter saudades dos meus subúrbios). Ontem a outra companheira de casa saiu após dez meses para fazer um MIT em biologia molecular na holanda (e só a conheci nesta última semana). Acabo de regressar do jantar de despedida dos colegas de casa do amigo’morzinho, nas suas caldas; enquanto as colegas que ficam, a que vai (e seu namorado) para as suas torres novas e o libelinha (companheiro nos últimos dias) jogaram às cartas, eu ouvia muitos álbuns antigos, prestando uma atenção maior às suas letras, risos de diversão alheia, cigarro na varanda para apreciar as mudanças de dois anos desde que os conheci... e agora aqui_ali.
Ontem, nos vinte e oito dias do oitavo mês do ano da graça de dois mil e oito, chegava às oito horas com o libelinha à busca do hospital de são marcos e tudo correu de uma forma célere (o que não impediu um atraso de uma hora à escola): informações, falar com a médica recomendada, marcação de consulta e atendimento num gabinete ao lado da igreja enquanto um trovão retombava e cortava, no último momento, a impressão da receita; ela acabou por sair, descemos à farmácia hospitalar e reenvio o libelinha que me acompanhou em todas as esperas com duas caixinhas e alguns papéis para esta nova casa.
A noite anterior subimos ao sameiro e, confundidos e desorientados espacialmente, tentámos vislumbrar braga circulando por detrás do belíssimo templo, até que surpreendentemente surge um mar de luzes e silêncio ao fundo, num patamar altíssimo e amplo (e muitos detalhes salazaristas) do lado oposto. Uma noite quieta, sem frio ou vento, acolhidos no topo do firmamento interminável. No regresso perdemo-nos e andamos quase vinte quilómetros para regressar à metrópole. Ele veio um dia antes para, depois de demorarmos uma hora com a sua estranheza por um lugar novo, nos encontrarmos e passearmos no vale do cávado_prado, duche e encontros na fnac ao lado de casa, jantarmos num chinês em lamaçães com a sua amiga de vila real, irmos beber até fecharmos o bar do meu companheiro de casa e seguirmos para amares, por estradas desconhecidas cheios de álcool para uma discoteca repleta de emigrantes e da sua cultura muito particular, também nas despedidas do seu país.

Ligam-me amigos sem fim ( guis, loli, monkas, vicki). Neste turbilhão, mudam-se os tempos e, espero que, as vontades. Abraços a Todos.

26 agosto 2008

Old_Movie, New_Book



Para quem nunca assistiu a este clássico_musical, paródia burlesca aos filmes de terror no climax sexual dos anos setenta, aconselha-se o original. Assisti a dobrar num cinema em Nova Iorque que faz a festa há mais de trinta anos com os fãs insanos a representá~lo ao vivo e a repetir as piadas num contínuo role_play que envolve toda a plateia, enquanto é feita a projecção na tela.
A boa nova é anunciada no ípsilon de sexta - um remake está a ser preparado para estrear no halloween do próximo ano, feito pelo mesmo produtor - Lou Adler. Surpreendam-se com este pequeno trecho, a história ou o site dos doidos fanáticos.



Já Stephen King, que não escreve há quase seis anos, decide promover o seu novo livro "Just After Sunset" numa criação de banda desenhada com a marca da Marvel, em filmes de dois minutos que serão postos "online" até ao final desta semana - aqui. Relações terapêuticas ou obcessivas?

24 agosto 2008

Primera_Vez

Vista e automaticamente roubada do Individual(mente) pelas lembranças dos tempos idos, de BsAs querida (vão, pinto_chilcott!), da felicidade imediata, destas rápidas formas de conexão urbana, esta quente_grande (mais de dez minutos) magnífica e positiva campanha de prevenção de DST por Hernán Bonfiglio.




P.S.- Ontem à noite fui visitar um reviver da tradição ancestral, um pouco decepcionante - mas aqui fica a história (depois da de são bartolomeu).

An_Theme (One World)

Acabaram os jogos olímpicos. Grande parte da humanidade acabou por ir espreitar mais vezes e com outro interesse patriótico as provas que lhe interessavam ou, no acaso, ver as disputas físicas, e homens e mulheres de diferentes locais do globo a testarem os seus limites. Cerimónias grandiosas, encenadas num espectáculo impressionante (para os senhores do comité esquecerem o desrespeito da dignidade de quem ergueu aquele ninho-de-andorinha, ou abafarem os media na divulgação da pobreza extrema que deflagra nos vastos arredores de pequim) ilustram um mundo circular e unido no final destas prestações que esticam ao máximo a nossa noção de corpo, apoiada nalgumas “deformações” dos atletas. A entrega de medalhas final foi pela prova de maratona masculina onde o continente africano surge sempre representado: cobre para a etiópia, prata para marrocos e ouro para o quénia. Hinos emocionados, bandeiras na ordem: as argolas continentais que representam estas provas, o sangue chinês estrelado que acolheu o evento neste 888, as riscas azuis e brancas do berço deste ideal (renascido após dois milénios) e as cruzes sobrepostas nestas mesmas cores da velha ilha que irá acolher novas provas daqui a quatro anos.
A luta na hegemonia oriente-ocidente para um regime globalitário, o negro sul adormecido... aguardamos calmamente as convulsões sociais nesta era aquariana.


Para pensarmos (é a economia, estúpido!):
“ A globalização está a viver uma fase muito crítica. O contra_golpe torna-se cada vez mais sensível. Pode-se temer que haja um impacto bastante nefasto na actividade económica e na estabilidade política de numerosos países.” Klaus Schwab (fundador do forum mundial de davos)
“É necessário criar a confiança entre os assalariados e organizar a cooperação entre as empresas a fim de que as colectividades locais, as cidades e as regiões se beneficiem da globalização. Caso contrário, iremos assistir ao ressurgimento de movimentos sociais como ainda não vimos desde a segunda grande guerra.” Rosabeth Moss Kanter (antiga directora do Harvard Business Review)
“Se as empresas não enfrentarem os desafios da pobreza e do desemprego, as tensões irão crescer entre os possuidores e os desprovidos, e haverá um aumento considerável de terrorismo e violência.” Percy Barnevik (proprietário da ABB, uma das principais companhias energéticas mundiais)
Estas constatações pessimistas são recolhidas para o autor do livro continuar:
“Assim, a realidade do novo poder mundial escapa amplamente aos estados. A globalização e a desregulamentação da economia favorecem a emergência de novos poderes que, com a ajuda das tecnologias modernas, transbordam e transgridem, incessantemente, as estruturas estatais.
Quando o modelo económico é o dos paraísos fiscais e quando «os mercados» acabam por sancionar (em nome da luta contra a inflação) a criação de empregos e o crescimento, não haverá uma irracional perversão no reino das finanças?
[...]
Resta pouco tempo; com efeito, a partir de múltiplos sinais, vemos voltar, nas nossas sociedades desorientadas, uma perturbadora interrogação: a democracia estará sendo confiscada por um grupinho de priveligiados que a utilizam para seu benefício quase exclusivo?”

In Geopolítica do Caos, Ignacio Ramonet (1997), aqui pela editora brasileira Vozes, Petrópolis, 2001

22 agosto 2008

High_Hopes

Às cinco e meia chega o meu companheiro de casa e eu acordo para um duche silencioso e uma boleia antecedida por croissant na padaria mais despertina de braga. A viagem à capital é feita pelas auto-estradas próximas do atlântico para poupar uns tustos ao som dos êxitos românticos da relação escondida do meu novo amigo: entrada pela cintura de subúrbios, paragem rápida para abastecer e buscar os papéis a casa (e rádio de pilhas) e quando chegamos à hora pensada ao hospital, verifico que a consulta é só após o almoço; não é tempo perdido pois volto às finanças no centro da cidade para “abrir actividade” e verificamos (eu e o senhor do balcão_mesa de atendimento) a mensagem sobreposta de "possível anomalia" com a data de entrega do IRS. O funcionário sai para buscar explicações (e o meu amigo entra para esperar dentro da repartição) e volta com a mais esfarrapada sustentando-se no artigo 56 do código do IVA, que não afirma nada do que diz. Não convencidos, dá-me o contacto para “averiguar melhor a situação” e obter uma resposta mais plausível e lógica; e sem poder passar recibos verdes deste mês e do anterior trabalho, vou ficar sem ver o rendimento desta e da actual ocupação; teso, portanto! Rally para devolver as chaves do centro social da boavista na junta de benfica e seguimos para uma paragem no colombo renovado na sua circular de refeições. Mostra-me as fotos das iniciativas tomadas na “nossa” escola, envolvendo toda a comunidade e da inauguração do centro no mosteiro da cimeira ibérica, com duas fatias de pizza. Voltamos à razão da manhã e espero no funcionamento a meio gás dos departamentos de saúde; quando penso que já se esqueceram (fui mesmo o último, ao quarto para as três), sou chamado para pesar e medir pressão e a médica decreta que iniciou o prazo para me retro_virar. Explico-lhe a situação laboral e ela trata de fechar os resultados num envelope, juntamento com uma carta dirigida à sua colega do estabelecimento da minha nova região. Tudo tratado descemos para o tejo e depois de estacionarmos, partilhamos histórias da loucura estudantil noctívaga enquanto esperamos que a cláudia, a bé e o bisnog desçam para um café no porão do bairro do design, devolver as chaves do último (esquecidas no banco traseiro da minha viatura) e chocolatar rapidamente a criança com um kinder joy. Dali às voltas para deixar novamente o passat do outro lado da linha de comboio em frente ao ministério, cinco minutos antes da reunião na ANQ – o outro lado da viagem: demora uma hora e meia enquanto eu aguardo numa salinha e descubro ali uma revista da antiga instituição com uma foto da equipa onde eu estou agarrado à chefa vil e má. Ui! Revejo os boletins do professor e, surpreendido com um artigo na revista noesis, peço à funcionária o favor de mo fotocopiar, ao que de imediato sai aumentado como poster e a cores. Todo o apoio para as decisões do meu patrão mas angustiado pela ausência de sinal_amante, iniciamos o regresso nos desabafos, pelo mesmo percurso; antes da paragem na mesma estação de serviço, dá-se a ligação esperada e volto a esperar com um solero smoothie enquanto o diálogo telefónico decorre. Cafés e nata e acelerar pelo anoitecer até ao jantar no centro comercial de rio tinto e cervejinha à chegada no café do futuro sogro.

Das esperanças de vida nova fica aqui esta (starlight) da banda sonora deste dia, repetida várias vezes pelo stereo do carro. A_Muse Yourselves!

20 agosto 2008

En_Saio

"Conhece-os tu próprio, não presumas perguntar a Deus,

O verdadeiro estudo da humanidade é o homem.

Colocado neste istmo de estado médio,

Um ser obscuramente sábio, e grosseiramente grandioso:

Com demasiado conhecimento para o lado céptico,

Com demasiadas fraquezas para o orgulho do estóico,

Ele pende entre a dúvida de agir, ou descansar;

A dúvida de se considerar um deus, ou um monstro;

A dúvida se deve preferir a sua mente ou o seu corpo;

Nascido apenas para morrer, e raciocinando apenas para errar;

A sua razão, semelhante à ignorância,

Quer pense muito pouco ou demasiado."



Alexander Pope in Ensaio sobre o Homem



"Por vezes sinto que estamos destinados a nunca nos compreendermos a nós próprios, porque parte da nossa natureza consiste em transformar cada pergunta numa expressão da nossa própria natureza: ambiciosa, ilógica, manipuladora e religiosa. «Nunca uma tentativa literária foi mais desastrosa do que o meu tratado sobre a natureza humana. Caiu morta à nascença no prelo», disse David Hume.
Mas depois lembro-me de quanto progredimos desde Hume e de quão mais perto estamos do objectivo de uma compreensão completa da natureza humana do que alguma vez já estivémos. Nunca atingiremos esse objectivo completamente, e talvez seja preferível que nunca o atinjamos.Mas enquanto pudermos continuar a perguntar «porquê?» temos um objectivo nobre."

Matt Ridley A Rainha de Copas - O sexo e a evolução da natureza humana. Original em 1993, pela gradiva em 2004.

18 agosto 2008

Tempo_Consciência Pessoal

"A pessoa dispõe do tempo que lhe oferece a consciência. O tempo sucessivo, coordenada a que qualquer acontecimento pode ser reportado. Mas isso não significa que na vigília estejamos constantemente presos a esse tempo. Dele caímos para a atemporalidade do sonho. O espanto e a estranheza, por exemplo, criam uma espécie de desprendimento desse tempo sucessivo, formam um parênteses que se fecha, e um instante depois, o sujeito já se instalou no momento correspondente do tempo, agarra, por assim dizer, o tempo em marcha, o que quer dizer que se serve dele como de um instrumento. A pessoa dispõe de tempo porque pode pará-lo, pode desentender-se do que continua a acontecer e retirar-se. O “ensimesmamento” é uma retirada do tempo, ao tempo do sonho –atemporalidade – ou a um ritmo mais lento. É a retirada em que nasce o pensamento, um parênteses também, um tempo em branco onde o pensamento nasce.
A pessoa faz-se no tempo, realiza-se no tempo. A temporalidade não é decadência, não é senão meio de realização. A intersecção da pessoa no que tem de imóvel com o tempo é a própria vida humana. Há dois modos de imobilidade. O acto, ser já: a pessoa como princípio. A inércia da psique ávida e quieta, incapaz de se movimentar por si mesma, apenas tão somente de “tender a”, de avidez, de desejo passivo.
A psique é a matéria da vida humana; o tempo, o meio.
A adaptação ao meio, para o homem, é a adaptação ao seu meio. Todos os animais têm um meio ao qual adaptar-se. O homem não, diz Max Sheler. Mas o homem tem o tempo, os seus múltiplos tempos."

Maria Zambrano, O Sonho Criador (publicado pela primeira vez em 1965 no méxico pela universidade veracruzana, em portugal pela assírio e alvim em agosto de 2006)


Sobre as acções, o pensamento, mas sobretudo, as palavras, aqui fica outro ex_certo, a-descoberto aqui.


"Em 1876, Fiódor Dostoievsky começa a publicação de uma folha mensal que pretendia que fosse "um diário íntimo, em toda a acepção da palavra, isto é, um fiel relato do que mais me interessou pessoalmente." Ou seja, algo muito parecido com um blog. Mas três meses depois ele escreve: "Custa a crer, mas é verdade, ainda não encontrei a forma do Diário, e não sei se algum dia encontrarei... Assim, tenho dez ou quinze assuntos (pelo menos) para tratar, quando me sento para escrever. Todavia, os meus assuntos preferidos, afasto-os involuntariamente. Ocupar-me-iam demasiado espaço, exigiriam demasiado ardor da minha parte... e, deste modo, não escrevo o que me agrada. Por outro lado, imaginei com demasiada ingenuidade que se trataria de um autêntico "Diário". Um verdadeiro "Diário" é impossível; só se pode fazer um diário artificialmente preparado para o público...".

A Despedida

No bar liso e harmonioso (ok, é tendencioso porque das minhas amigas!) de pele e papel na parede, lustres de veludo ao alto, aguardo os amigos bebendo fraquinhos vodca_limão. Eu e o bisnog torturamos a cláudia para mudar de vida. O amigo’morzinho e o pessoal do norte chegam lá também e rodadas para todos; depois primas e capela – encontro o luís que termina o filme do JPR sobre a ruth briden – concluímos no purex até ao fecho do bairro. Desço a santos e fujo das brigadas por campolide. Acordar cedo e ficar de molho no sofá a ver documentário sobre serial_killer americano dos anos 70. Tento emalar coisas mas deixo-as ficar; vou buscá-los e pago-lhes o pequeno_almoço: por coina até setúbal para buscar frango temperado, gasolina barata em alcácer e cogumelos grelhados, meloa com presunto, figos e uvas no pátio de grândola. Já só, sigo na brasa para odemira por atalhos antigos, espero por elas vindas de odeceixe, anunciando às vizinhas a minha mudança, mais gatas nas janelas, também a ana e o erik e uma cerveja, marco jantar nas furnas e encontramo-nos todos no chafariz (loli e bissa), a alma segue, a gémea vai lá ter. Pela estrada renovada (esperei mais de um ano e agora que me vou...) descemos à foz do mira, do lado oposto de milfontes e contemplamos o nascer da lua cheia. Reencontro o mini de serviço, as antigas alunas, a mesma situação fundacional – carnes várias grelhadas, beer_garden em brandura, dj privativo na antiga escola primária. A gémea revela-se (já pensava que não vinha!) e daí para a zambujeira: na primeira esplanada, a nonora e o zé gato aguardam a chegada de mais casais, um shot no sargo, apresentações e despedidas.




Não consigo dormir pela alergia abafada ao pelo, na cama da avó do piso térreo. Café com a gémea e a mãe no eco (e eu de calças azuis tailandesas!), volta à costa para pãozinho com manteiga e galão frio (e fruta) no monte da ti’maria, descida à praia dos alteirinhos, água fresca, bem agitada e transparente – as minhas queridas e o cancioneiro alentejano! Um pouco do sol na pele, sal e banho para mais paparoca cá fora no poial. Busco o expresso em são teotónio, um camel azul oferecido, mais adultos me cumprimentam, a emoção pela ana lúcia faz-me cabecear o seu jipe, e percorro as duas serras cruzando a fronteira dos algarves. Depoisdo jantar adormeço podre e já não consigo visitar a biba e a noélia. Ao café percebo que temos a feira da aldeia, re_encontro de anos com a naia que tem baixa de braços e se vai despedir ao fim de sete anos, fuamamos no alpendre do cabeleireiro encerrado; agora é mesmo a doer - mala feita com lençóis e almofada, pequena angústia de separação pela longa distância de espaço_tempo - para mértola, deserto até beja, tráfeo aumenta entre ferreira e águas de moura, por vila do conde para não pagar a taxa. De novo à amadora para livros, camisas e casacos, café com a cunhada (levo o ferro emprestado!), vejo o tio da lu e re_conhecemo-nos em sorrisos. Partida ao fim da tarde, sempre os cento e quarenta a rebentar, fila contrária de alverca até santarém, só paro um pouco na saída de gaia_ovar (a fuga alheia das portagens) e para re_encher com cinco euros o tanque já na trofa. Reparo que não tenho bateria no telefone, passo pela nova casa e sigo para o clandestino bairro da alegria em frente, perco-me por detrás da universidade para encontrar o bar do amigo, afinal (e eu já sabia!) ainda está no clube de vídeo que afinal não é na rua do caires mas sim da cidade do porto. Dá-me a sua chave, monto o quarto e já depois da uma volto ao “carpe_noctem” para um fino e cigarros. Esta foi a aventura: Adeus sul, benvindo norte!

14 agosto 2008

A Recepção



Uma pequena lebre atravessa-se na entrada para a segunda circular às cinco da manhã de segunda-feira. A definitiva viagem neste Novo dia! Quando o sol desponta por entre nuvens já passei as lezírias e o morro de aires e candeeiros ergue-se depois do corte para as beiras. Começa a chover enquanto o subo: toda a humidade que esperava nesta direcção em pleno mês de Agosto; sempre a acelerar, atinjo o douro por entre raios de luz e quase me mato para virar para a A3. Chego à escola às nove e meia e de imediato o meu director leva as funcionárias a buscar-me poiso: vou com uma delas a um café próximo para pedir contactos – tudo de férias! Volto para ser apresentado ao serviço, aos objectivos, às funções, ao colega. As pesquisas de pensões na noite anterior parecem-me a melhor hipótese até ter a ideia de ligar ao amigo’morzinho para me receber nessa noite na sua casa de trabalho. Confirmado, uma vez que não nos vimos no sudoeste. E ao almoço (sempre com o director) surgem as confidências. Depois das horas da tarde, ele guia-me pelas estradas inundadas e vales até à escola secundária de vizela. Lá o libelinha vai buscar-me com um outro amigo e quando chego a casa sou finalmente apresentado ao namorado do morzinho (pelo qual fui trocado há quase dois anos, após contágio e cura de furúnculos exportados da argentina) que preparou um empadão de peixe e uma mini-festa. Impecável! Perfeito! Um banho antes do jantar e copos e charros e jogos de cartas e caio para o lado no sofá. Apenas ficou o libelinha lá a dormir comigo! Vou lá pernoitar até encontrar outro local (prova de amizade!). A terça inicia-se no caminho inverso, feito de memória, com auxílio de abastecedor de gasolina à entrada de guimarães. O esplendor fresco das encostas por onde segue a N101 acorda-me com bom humor e cheio de Vida! Manhã a inserir dados e um novo restaurante (a fantástica e barata Diária) com o colega e a surpresa de um presidente da junta conhecido com as suas histórias na partilha da refeição; mais um café perto da universidade, pleno de conversas políticas e planos para o centro. Regresso a uma tarde idêntica até às oito e meia para jantar com o director. As confissões sucedem-se e um café em gualtar, cervejas no bar que conhece e que é amigo até fechar, conheço o barman que me vai alugar um quarto para a semana, ainda fechamos uma boîte com fonte dentro, perto do prado, diálogo esclarecedor sobre as razões esotéricas da minha contratação e durmo na casa dele. Acordar antes do almoço, um pouco ressacados, mais uns dados, comida self-service juntos, tarde difícil de passar, marco com o quase-senhorio no fim do dia, espero no braga parque e subimos até ao décimo andar donde fumamos um cigarro enquanto trocamos impressões e biografias (também já foi d.j. e é sócio do bar) e avistamos a cidade e o pôr-do-sol. Regresso à casa emprestada para dormir, arrumar tudo e sair hoje, de novo com a vida às costas; à hora do almoço vou ver uma casa perto da cruz de pedra com o amigo que me trouxe aqui para proteger e cuidar de uma inesquecível história de amor pedagógico. Regresso a toda a presa para ir tomar um copo no bar recém-inaugurado - aqui da coluna do lado.

11 agosto 2008

Re_Iniciar

Primeiros passos para recriar o Big Bang estão a dar-se no CERN

Será no dia 10 de Setembro que vai começar a funcionar o mais poderoso acelerador de partículas de sempre, que tem como objectivo compreender os segredos mais ínfimos da matéria e das partículas infinitamente pequenas que constituem os átomos. Mas os testes para se poderem acelerar elementos a velocidades impensáveis vão entrar numa fase decisiva este fim-de-semana.O LHC, o novo acelerador de partículas do CERN, o Laboratório Europeu de Física de Partículas, fica num túnel subterrâneo e circular, de 27 quilómetros de circunferência, na Suíça. Até teve direito a um estudo de segurança para convencer os mais cépticos de que o mundo não vai acabar: havia quem receasse que esta poderosa máquina pudesse fazer explodir a Terra e o Universo, desintegrando-os tal como aos elementos químicos que faz chocar uns contra os outros, a grande velocidade, para os desfazer nos seus componentes essenciais.Mas por que é que os cientistas precisam de uma máquina que acelera átomos e os parte em pedacinhos? Parece uma coisa bastante inútil, mas para os físicos que estudam o Big Bang, que querem compreender como se formou o Universo, esta é a melhor prenda que poderiam alguma vez dar-lhes. Esperam obter resposta para uma interrogação fundamental: como é que as partículas subatómicas têm massa? Para isso esperam encontrar o quase mítico bosão de Higgs, até agora nunca detectado.O acelerador tem por objectivo fazer colidir dois feixes de partículas a velocidades próximas das da luz, sete vezes mais energéticos do que os usados em qualquer outra experiência de física de partículas. Esta capacidade abre uma nova fronteira no estudo da física, mas pôr esta espantosa máquina a funcionar não é propriamente como girar a chave da ignição. Cada um dos seus oito sectores terá de ser arrefecido até temperaturas próximas do zero absoluto (271 graus negativos). Isto já está a ser feito, mas é preciso fazer ainda testes eléctricos. "Estamos a terminar a maratona com um sprint", comentou o líder do projecto do LHC, Lyn Evans, citado pela Reuters.

In Público 10.08.2008, Clara Barata

- Também eu vou começar o meu novo_velho trabalho, arrastando vivências anteriores, mas com o "soutaque do nourte, carago!" Amanhã, de carro e mochila às costas: o meu universo vai mudar! (Agora deito-me depois de passar a roupa da semana a ferro ouvindo I'm from B(raga) , pois este é o dia!)

10 agosto 2008

The_Clock

(why it takes four minutes to save the world... see all the videos with this title)

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(perdoem a versão brasileira e a pouca vontade de escrever... Hoje estou como estes senhores!)


O vocábulo Ophiuchus vem do grego e designa o homem que segura a serpente, como aliás a constelação ficou conhecida pelos romanos. Esta constelação foi registrada há mais de 2 000 a. C. anos. Na mitologia grega Ophiuchus foi o notável médico Esculápio. O culto à serpente foi sempre considerado símbolo de prudência, bom senso, sabedoria e poder de descobrir ervas medicinais. A constelação foi também denominada na antiguidade de Aesculapius em homenagem ao deus da medicina. Júpiter recompensou as qualidades médicas de Ofiúco colocando-o entre Hércules e Sagitário.


Informações Mitológicas
Esculápio filho de Coronis e Apolo, nasceu em Epidauro. Ao nascer foi arrancado do ventre de sua mãe, por Apolo. Coronis foi morta após o parto por Diana, irmã de Apolo. Abandonado ao pé do monte Mirtião, uma cabra aleitou-o e um cão velou por ele. O pastor Aristene, ao qual os animais pertenciam, encontrou o menino. Surpreso com o clarão que o rodeava, compreendeu que ali havia um mistério e não ousou recolhê-lo. Apolo confiou Esculápio ao centauro Quirão, que lhe ensinou medicina. O jovem tornou-se tão hábil nessa ciência que descobriu um meio de
ressuscitar os mortos. Dentre aqueles cuja vida recuperou destacam-se Júpiter, Licurgo, Hipólito, Glauco. Júpiter, temendo que essas ressurreições alternassem a ordem do mundo, fulminou Esculápio, com raios forjados pelos Ciclopes. Após sua morte, Esculápio transformou-se
na constelação do Serpentenário. Costumam mencioná-lo como pai dos médicos Podalírio e Macáon. Os emblemas de Esculápio são duas serpentes enroladas em um bastão, pinhas, coroas de louro, uma cabra ou um cão.

A mãe, Corônis: Filha de Flégias rei da Tessália. Amada por Apolo deu a luz a Esculápio. Temendo ser abandonada pelo deus, uniu-se ao mortal Ísquis, filho do rei Elato da Arcádia. Diana irmã de Apolo puniu-a matando-a a flechadas. Apolo desesperado rendeu-lhe homenagens fúnebres. Segundo outra versão Corônis foi morta pelo próprio amante divino.

O Pai, Apolo: Deus da Luz, uma das doze divindades principais do Olimpo. Filho de Júpiter e Latona. Diariamente Apolo transporta o carro do Sol para o alto do céu, para depois guarda-lo atrás das montanhas sendo assim responsável pelos dias e noites. Uma vez por ano viaja para o país dos Hiperbóreos, nesta ocasião ocorre o inverno. Como deus da luz protege os campos, os viajantes, os artistas e os médicos. Sua maior atribuição é desvendar os ditames do destino, possuindo vários templos espalhados pela Grécia onde as pitonisas respondiam perguntas sobre o futuro. Deus de grande beleza viveu varias aventuras mau sucedidas. Com a Ninfa Corônis o deus teve como filho Esculápio, mais tarde fulminado pelos ciclopes, por ordem de Júpiter. Furioso Apolo fulminou os emissários de seu pai. Como punição foi enviado à terra.

Informações Astronômicas
Ofiúcus: constelação compreendida entre as ascensões retas de 15h58 min e entre as declinações de + 14, 3 e - 30,1 graus. Situada ao norte do equador celeste, entre Scorpios (Escorpião) e Sagittárius (Sagitário). Ocupa uma área de 948 graus quadrados. Embora ela corte a eclíptica, onde se situam as situam as constelações zodiacais, o Serpentenário não figura entre os 12 signos zodiacais dos antigos. O Sol atravessa esta constelação de 28 de novembro a 17 de dezembro. Esta é uma das inúmeras imprecisões da astrologia, pois os nascidos neste período deveriam lutar pela existência de um décimo terceiro signo!

Estrelas: Ofiúcus:25º e 15' de Sagitário. Natureza: Saturno e Vênus (Ptolomeu) Ras Alhague: Alfa Ofiúcus, estrela de segunda grandeza, situada a 62 anos-luz; 21º e 27' de Sagitário; estrela que fica na cabeça de Ofiúco ou da Serpente. Natureza: Saturno Vênus. Kelb Alrai:Beta Ofiúcus, estrela gigante de magnitude 2,94; situada a 121 anos-luz; 16º e 10' de Sagitário; coração do Serpentário. Yed Prior: Delta Ofiúcus, estrela gigante de magnitude 3,3, situada a 140 anos-luz; mãos do Serpentário. Yed Posterior: Epsilon Ofiúcus, estrela gigante de magnitude 3,34, situada a 104 anos-luz; mãos do Serpentário.

Ofiúcus promete com sua competência a imortalidade contrariando as expectativas da era de Peixes. Também chamado de: Esculápio / Asclépio / Ophiuchus / Serpentenário.

Estas constelações estão colocadas no caminho aparente do Sol, ou seja, por causa do movimento e da inclinação da Terra no seu eixo, o Sol descreve em volta desta um caminho aparente, chamado elíptica, formando um circulo que é chamado pelos astrônomos e astrólogos de círculo zodiacal. Este circulo, por tradição, a astrologia determinou que fosse dividido em doze constelações, descartando assim a possibilidade de considerar Ophiucus, o portador de serpente, cujo desenho somente tem "um pé" na roda zodiacal. Ophiuchus era associado na mitologia Grega ao Deus Esculápio (ou Asclépius), deus da Cura. Ainda hoje vemos uma serpente em volta de um bastão como símbolo da medicina. Ele parece ter se incorporado ao signo de Escorpião (de fato existem muitos psiquiatras neste signo, ou seja médicos do subconsciente e Marte, o antigo regente de Escorpião é associado aos cirurgiões).

Um ano tem doze meses, o que torna em espiral, o décimo terceiro elemento que contêm doze ciclos: o 13 pega em todo o ciclo como se fosse um círculo e transforma-o num ponto para ser inserido num ponto maior, como se duas engrenagens se encaixassem; o 13 é o tempo cíclico.

The Zodiac derives from the yearly path Sol (our sun) seemingly takes across particular constellations, which is why there are twelve astrological signs. Or, at least, there were 12... when the Zodiac was created a few thousand years ago. In the solar Cycle, there are 12 months, but the lunar Cycle has 13. The Mayans recognized 13 star signs. 13 was significant in ancient Celtic society, considered sacred as they revered the feminine and therefore the lunar Cycle. The sun is a masculine symbol; the moon, feminine. So our male dominated society elevates and operates by the sun. For habit and convenience, 12 twelve signs of the Zodiac (Western or Chinese) have been accepted and perpetuated as constant and unchanging. But since the impact of a 26,000 year long wobble called "precession" has caused Earth's orientation to gradually shift slightly, the Sun passes over a thirteenth constellation between Scorpio and Sagittarius- from November 30 to December 17: Ophiuchus (The Serpent Bearer/Holder). Technically, this makes Ophiuchus the twelfth sign, and Sagittarius the thirteenth. 13 represents Eternity and the continuity of cyclic Time. Ophiuchus is knowledge holder over the raw creative forces governing Life and death--one who has attained ascension from the lower-order forces that perpetuate our scenarios of (re-incarnational) entrapment. Ophiuchus is exemplar of One who has mastered the initiatory forces of Life and who has brought the interplay of these forces to a greater spiritual fulfillment. The neck (Unukalhai) and head of the snake embody the essence and wisdom of living true to soul, in one's true self-mastery--as a Christed (soul infused) being of Light.

The God of medicine Aesclepius is also known as Asklepjion, it is said that Zeus set him in the sky and gave him the Greek name Ophiuchus. Ophiuchus known as the serpent healer is and always has been the 13th constellation making up the astrological signs. he possessed a famous wand which gave the owner the power of healing. the ability to heal the body from Death, to resurrect the body from the land of the dead, to live forever, eternal Life, why was this hidden, why do so many people Fear snakes and the Number13? My speculative guess is that somewhere along the Line, our calendar got broken, and with that, we developed a relationship with a God outside of nature (explains why he cursed the snake in the garden if the snake = life).






(Analise this, Arion! Obrigado pela lembrança!)

09 agosto 2008

('Cause I'm) The_Architect

(Ah, nevermind that outer space stuff, let's get down to earth!)

What is the architect doing?
He is by the riverside
What is he thinking out there?
He is committing egocide
Now isn't that a strange thing?
Well, to him it feels just
Oh we guess a person's gotta do
What a person feels he must

He said:
"I won't throw myself from the pier
I'm gonna go home and shut up for a year
And when the year is over I'll reappear
And have a solution


"I've reason to believe that what I find
Is gonna change the face of humankind
And all these years before, well I was blind
That's my conclusion


Cause I'm the architect

(I feel it's touch and go)

Cause I'm the architect

(I feel it's touch and go)

Cause I'm the architect

Now the man has understood
That outerspace is overrated
About all the problems on this Earth we should
Worry now to solve them later
And so he's brooding and alluding on a perfect design
He thinks that working on behalf of himself is a crime
He flashes out by the water, a view so divine
He's the architect of his own fate, a man in his prime

He said:
"I won't throw myself from the pier
I'm gonna go home and shut up for a year
And when the year is over I'll reappear
And have a solution

"I've reason to believe that what I find
Is gonna change the face of humankind
And all these years before, well I was blind
That's my conclusion

Cause I'm the architect

(I feel it's touch and go)

Cause I'm the architect

(I feel it's touch and go)

Cause I'm the architect

(I feel it's touch and go)


(That's it, we're going to make it)

(Don't let up)

(Don't let up or we won't make it)

(Don't let up)

(Don't let up or we won't make it)


And so he drew himself a pentagon
Thinking it through a geodesic dome
From the coast of Tahiti to the hills of Rome
Step aside cause the man will take the Nobel prize home


He said:
"I won't throw myself from the pier
I'm gonna go home and shut up for a year
And when the year is over I'll reappear
And have a solution

"Now if these aspirations bother you
Well you are just you, you don't have a clue
I'm sticking to the plan, I will see it through
Let there be no confusion

Cause I'm the architect.






- Ao vivo, aqui; o clip no final da coluna lateral da bruma dos dias!

E_Terna Idade

"Temos até aqui, na sua ordem cronológica, o desenvolvimento deba­tido e curial da eternidade. Conceberam-na homens remotos, homens barbudos e mitrados, publicamente para confundir heresias e para reabi­litar a distinção das três pessoas numa, secretamente para deter de qual­quer modo o decorrer das horas. «Viver é perder tempo: nada podemos recuperar nem conservar senão sob a forma de eternidade», leio no espa­nhol emersonizado Jorge Santayana. Ao qual basta justapor aquela terrí­vel passagem de Lucrécio, sobre a falácia do coito: «Como o sequioso que no sonho queria beber, e esgota formas de água que não se sacia e morre abrasado pela sede no meio de um rio: assim Vénus engana os amantes com simulacros, e a visão de um corpo não lhes dá fartura, e na­da podem soltar ou guardar, embora as mãos indecisas e mútuas percor­ram todo o corpo. Por fim, quando nos corpos há presságio de venturas e Vénus está a ponto de semear os campos da mulher, os amantes aper­tam-se com ansiedade, dente amoroso contra dente; absolutamente em vão, dado que não chegam a perder-se no outro nem a ser um mesmo ser.» Os arquétipos e a eternidade — duas palavras — prometem posses­sões mais firmes. A verdade é que a sucessão é uma intolerável miséria e que os apetites magnânimos cobiçam todos os minutos do tempo e toda a variedade do espaço.
Sabe-se que a identidade pessoal reside na memória e que a anulação desta faculdade implica a idiotia. Pode-se pensar o mesmo do universo. Sem uma eternidade, sem um espelho delicado e secreto do que passou pelas almas, a história universal é tempo perdido, e nela a nossa história pessoal — que nos envaidece incomodamente. Não basta o disco gramo-fónico de Berliner ou o perspícuo cinematógrafo, meras imagens de ima­gens, ídolos de outros ídolos. A eternidade é uma invenção mais copiosa. É verdade que não é concebível, mas o humilde tempo sucessivo também não o é. Negar a eternidade, supor a vasta aniquilação dos anos carrega­dos de cidades, de rios e de júbilos, não é menos incrível do que imagi­nar o seu total salvamento."



Jorge Luís Borges - História da Eternidade 1936 - inspirado na frase escrita na pedra do Público de hoje:
"O dever de todas as coisas é ser uma felicidade".

08 agosto 2008

Realidade_Radical

"A minha obra é um caso executivo da mesma doutrina. A minha obra é, em essência e presença, circunstancial. Com isto quero dizer que o é deliberadamente, porque sem deliberação, e ainda contra todo o propósito contrário, é claro que nunca o homem fez nenhuma coisa no mundo que não fosse circunstancial."
Ortega y Gasset, 1932 in Obras Completas



A observação e reflexão deliberada daquilo que o homem faz e do que faz com os outros, ou seja, os costumes que não são mais que respostas anquilosadas do homem a problemas concretos, cuja experiência será útil a outros contemporâneos e sucessores que as receberão em forma de práticas sociais, constituem o novo campo deoperações, a vida social, a vida individual: a realidade radical, porque nela radicarão os restantes problemas, inclusive os mais importantes, que não serão subplantados, mas deslocados; não perderam a importância, mas o local que tinham ocupado. Os velhos objectivos da filosofia não mudam, mas são vistos de outra perspectiva. É isto que quer dizer a interrogação de 1914 que tantas suspeitas e temores levanta: "´Quando nos abriremos à convicção de que o ser definitivo do mundo não é matéria nem alma, não é coisa alguma determinada, mas sim uma perspectiva?"

Esta mudança, que significa aceitar o inexorável, ou seja, a realidade que é a vida humana na qual radicam o eu pensante solitário, o espírito, o ser, o ente, a substância... configura uma razão vital como método e órgão de apreensão das conexões dessa realidade, conexões essas que sempre existiram, mas que nunca foram pensadas deliberadamente, dado que esta tarefa foi até agora aplicada em campos estritamente fenomenológicos, empíricos ou em elaborações puramente teóricas, estádios anterior e posterior, respectivamente, do conhecimento ingénuo da realidade.

Francisco López Frías: Pensamento (décimo nono volume da colecção do Público - Grandes Pensadores - sobre o autor anterior)

- Começam a surgir as conexões que me impeliram para este meio de comunicação... mas, pelas circunstâncias da vida, agora aqui, numa nova realidade que me fará crescer noutros sentidos! - Ah, tenham cuidado com o que desejam, pode mesmo realizar-se!

Count_Down 0 (GO)

Pagan Poetry

Pedalling through
the dark currents
I find an accurate copy
a blueprint
of the pleasure in me

Swirling black lilies totally ripe

A secret code carved : a secret code carved

Swirling black lilies totally ripe

He offers a handshake
crooked five fingers
they form a pattern
yet to be matched

Swirling black lilies totally ripe

On the surface simplicity
but the darkest pit in me
is pagan poetry
pagan poetry

Swirling black lilies totally ripe

Morse : coded : signals
they pulsate : they wake me up
from my
hibernate

On the surface simplicity
but the darkest pit in me
is pagan poetry
pagan poetry

I love him

This time : I'm gonna keep me to myself
This time : I'm gonna keep my all to myself

She loves him

But he makes me want to hand myself over

She loves him




(o amigo'morzinho liga-me às 22.35 de hoje_ontem, em directo para ouvir esta parte do concerto - vídeo original aqui: vou dormir, vai começar tudo... já)

07 agosto 2008

Thanks To_All

Estou só
Forte

Choro copiosamente
Soluço com sofreguidão

Sinto o poder da vida
De Tudo, de Todos Eles

Um mês e um dia depois
Oiço o Gospel dos National

(Jantei simplesmente com a cunhada, não consigo falar com o amigo'morzinho, ligam-me a cláudia e o mano, depois do almoço e de uma sesta, vou ter com a ana e compro bilhete de comboio)

O Fogo da Vida

(hoje sinto uma ligeira diferença de temperatura entre o exterior e todo o meu interior: é amanhã, é amanhã...)





“Quando os meus pais chegaram aos Estados Unidos, tinha eu apenas três anos, foram viver para um apartamento muito simples, pois era a única coisa que podiam pagar.
Não tinha electricidade, e apenas bicos de gás como iluminação. Tinha um fogão a lenha, e uma geleira em vez de um frigorífico.
O fogão era o meu prazer especial. A minha mãe acendia-o com jornais velhos e depois deitava-lhe paus e, no tempo frio, deixava a porta aberta durante algum tempo para ajudar a aquecer a cozinha. Eu observava entusiasmado, pois o fogo parecia vivo, consumindo o papel e depois apoderando-se da madeira e rastejando sobre ela, ficando azul e amarelo e libertando pela cozinha um odor delicioso, juntamente com o seu calor.
Anos mais tarde compreendi que o apartamento era um pardieiro horrível mas na altura não o sabia, claro, e quando nos mudámos dois anos depois chorei amargamente.
E o apartamento novo não me consolou. Não tinha bicos a gás, mas sim luzes eléctricas, que ardiam com um brilho morto e imutável para o qual não se conseguia olhar directamente (demorámos algum tmpo a descobrir as lâmpadas foscas). E o novo fogão a gás era uma desilusão terrível. Nunca mais voltei a ver chamas vivas num fogão, e não compreendia como é que um fogão a gás podia cozinhar. Nem sequer tinha tampas, que se podiam retirar com uma tenaz especial para olhar para o fogo no seu interior. É claro, na minha vida madura, já olhei de vez em quando para a lareira de outras pessoas, mas a magia nunca mais foi a mesma – para isso é preciso ser criança.
Uma vez que nunca estive num incêndio (nem quero estar, como compreenderão), nunca experimentei o horror e o perigo mortal do fogo. Lembro-me apenas do seu encanto e da sua beleza quando penso nesses velhos, velhos tempos. Hoje em dia, sabendo um pouco mais do que sabia quando era pequeno, penso na relação íntima do fogo com a vida – e particularmente do fogo com a vida humana – e é sobre isso que gostaria de falar agora.

[...]


É estranho pensar que o fogo só foi possível durante o último décimo da vida da Terra, mas os animais terrestres só existiram durante esse décimo final, portanto o fogo fez parte de toda a sua existência.
Não há maneira de dizer quando ou onde um fogo podia começar. Não sabemos quando um vulcão vai rebentar, ou qual será o próximo a fazê-lo. Mesmo que uma floresta esteja bem distante de qualquer vulcão, ainda pode estar sujeita ao golpe cego de um relâmpago. Assim que um fogo se acende, a vida vegetal, que é imóvel, não pode fazer outra coisa senão arder, e a vida animal que é demasiado lenta para fugir mais depressa que a velocidade de propagação do fogo também não pode fazer outra coisa senão arder. Contudo, os animais que conseguem fugir velozmente fazem-no, e não pode haver pânico maior do que o pânico de tentar correr à frente de um monstro mortífero e devorador cuja respiração ardente se sente atrás de nós.
É no que diz respeito ao fogo que a humanidade se distinguiu claramente de todas as outras formas de vida.
Há outros animais sem cauda; há outros animais que caminham sobre dois pés; há outros animais que conseguem comunicar de forma bastante subtil; há outros animais que usam ferramentas e até conseguem fabricá-las; há outros animais que conseguem, de certa forma, raciocinar ou criar. Em quase todos os aspectos, os seres huamnos diferem dos outros animais mais em grau do que em espécie.
Contudo, no que diz respeito ao fogo, a diferença é absoluta. Todas as sociedades humanas, sem excepção, utilizam o fogo. Nenhuma espécie de vida que não seja humana utiliza ou alguma vez utilizou o fogo.
Como é que isto aconteceu?
Não sabemos, claro. Apenas podemos especular.”



Isaac Asimov De Todo o Lado (capítulo décimo terceiro publicado originalmente em Agosto de 1988, agora recolhido neste livro, publicado em português pela Livros do Brasil – 2004)

Count_Down 1...

The Anchor Song

I live by the ocean
and during the night
I dive into it
down to the bottom
underneath all currents
and drop my anchor

this is where I'm staying
this is my home

(agora em islandês...)



(será que vou assentar - mas não ve-La como queria?)

06 agosto 2008

Colónia de Água



Sábado pela manhã, de pequena mochila para a Praia Azul com oito rapazes e quatro raparigas dos doze aos dezoito_vinte anos. Complicados e asneirentos com’ó raio mas de momentos doces e divertidos, atenciosos e dramáticos. Fechados num regime de regras, saltam-lhes a panela e o escape! Mas tudo correu pelo melhor, não houve violência física (tirando uma queda a amparar o slide e o jogo no torneio de futebol_cinco contra os monitores), nem nódoas de praxes (utilizaram pasta dentífrica, champô, espuma de barbear e creme bronzeador em cabeças, pernas e braços, durante os sonos ao longo dos cinco_dias); apenas se exercitou o corpo (à beira-mar, a descer e subir a arriba, em jogos pela mata, em escaladas controladas, a deslizar pelo escorrega aquático de plástico instalado na relva que rodeava todos os blocos do edifício), a mente (na esperança da positividade dos discursos, dos horários de alvorada e deita, da alimentação cuidada e bem temperada, dos matraquilhos, uno, suecadas e copas sob colchas ou toalhas na areia, do estilo comunitário de pequeno_grande grupo) e o espírito (conversas de cabeceira e balneários, concursos de máscaras e de dança com disco_nigth posterior, castigo foçado de espera para denunciar o culpado do desaparecimento de par de ténis, confrontos com a verdade sobre divergências com as outras camaratas, roda matinal para discussão SWAT ). Amigos do Zambujal e de Guimarães, brancos, pretos, ciganos; crianças, jovens e adultos, com e sem deficiências. Hierarquia breve para desembocar em múltiplos relacionamentos e partidas inocentes.
Até consegui uma hora sozinho para ir à Silveira comprar o jornal, e muitas sem dormir. Tivémos uma primeira noite de passeio nocturno até às festas de nossa senhora do amparo, carrinhos de choque e pimbalhadas luso-brasileiras (onde pusémos todas as pessoas do recinto_pista de dança em comboiozinho circulante, e júbilos centrais de alegria). Lindos, estes miúdos! Deixaram-me sem voz mais de 24 horas! Apesar de não primarem pela poupança de água em regime de semi-sauna, utilizavam muito “deso’rizante”!


P:S: Hoje mesmo, depois alguns contactos fortuitos no último dia, decido que me mudo e, apesar de ter dito à saída da auto-mini-velha camioneta em frente à estação de benfica “Até já e boas viagens, boas férias”, sei que não voltarei a ve-los tão cedo. Saudades prévias, muitas insónias!

Count_Down 2.3

Hyperballad_Pluto

(desculpem a menor qualidade do vídeo mas a passagem torna-se e_fabulosa!)




(a mais tecno_terna do segundo álbum e a mais feliz_violenta do terceiro - com excepção das bandas sonoras)



we live on a mountain
right at the top
there's a beautiful view
from the top of the mountain

every morning I walk towards the edge
and throw little things off
like: car-parts, bottles and cutlery
or whatever I find lying around
it's become a habit
a way
to start the day

I go through all this
before you wake up
so I can feel happier
to be safe up here with you

it's real early morning
no-one is awake
I'm back at my cliff,
still throwing things off

I listen to the sounds they make
on their way down
I follow with my eyes 'til they crash
imagine what my body would sound like
slamming against those rocks
and when it lands
will my eyes be closed or open?

I go through all this
before you wake up
so I can feel happier
to be safe up here with you

###

Excuse me
but I just have to
explode

Explode this body
off me
I'll wake-up tomorrow
brand new

A little bit tired
but brand new
(vídeo original da primeira aqui, não oficial da segunda - tudo sobre, acoli)

01 agosto 2008

Count_Down 3...

All is Full of Love

You'll be given love
You'll be taken care of
You'll be given love
You have to trust it

Maybe not from the sources
You have poured yours
Maybe not from the directions
You are staring at

Twist your head around
It's all around you
All is full of love
All around you

All is full of love
You just aint receiving
All is full of love
Your phone is off the hook
All is full of love
Your doors are all shut
All is full of love!
** Icelandic part **
All is full of love, all is full of love
All is full of love, all is full of love ...






(original video here, try here "Ghost in the Shell" video_of this music)

Micro_Bio Cosmos

"É talvez legítimo apresentar o desenvolvimento de uma doença infecciosa no corpo humano como a história de uma espécie de micróbios, com a sua origem, apogeu e declínio; - uma história semelhante à da espécie humana, certamente em proporções diferentes, mas idêntica do ponto de vista da concepção.
Este género de espécie microbiana vive no sangue, na linfa, nos tecidos de um indivíduo humano; este homem, atingido pela doença, no nosso ponto de vista, é a sua paisagem, o seu mundo; e para esses minúsculos indivíduos, procurar consciente e involuntariamente destruir esse mundo que é seu, e muitas vezes destruí-lo de facto, é a condição, a necessidade e o sentido da sua existência. (Quem sabe se os diferentes indivíduos dessa espécie não são, tal como os indivíduos humanos, dotados de talentos e de vontades muito diferentes, e se não nascerão também entre eles micróbios banais e génios?) Não poderemos então imaginar que a humanidade seja também uma doença para qualquer organismo superior que não conseguimos abranger como um todo, e na qual encontra a condição, a necessidade e o sentido da sua existência, procurando destruir esse organismo, e sendo obrigada a destruí-lo à medida que se desenvolve – tal como a espécie microbiana aspira a destruir o indivíduo humano “atingido pela doença”?


E não nos será permitido prosseguir a nossa reflexão e perguntar-nos se não será talvez a missão de toda a comunidade viva, quer se trate de uma espécie microbiana ou da humanidade, destruir pouco a pouco o mundo que está para além dela –quer se trate de um indivíduo humano ou do universo?
Mesmo que esta suposição se aproximasse da verdade – a nossa imaginação não saberia o que fazer com ela; porque o nosso espírito só é capaz de abarcar o movimento descendente, o baixo, mas nunca o movimento ascendente, o alto; nós só podemos ter um saber relativo daquilo que é inferior, enquanto que em relação ao superior permanecemos num estado de pressentimento; neste sentidoé talvez permitido interpretar a história da humanidade como um eterno combate contra o divino que, apesar da sua resistência, é pouco a pouco e necessariamente destruído pelo humano; e prosseguindo este esquema de pensamento, é-nos talvez permitido supor que esse elemento que nos ultrapassa, que nos surge como divino ou é pressentido como tal, é ultrapassado por sua vez, por um outro que lhe é superior, e assim sucessivamente até ao infinito.

(Epílogo)
Mas Senhor, como é que devo aparecer à humanidade, para que ela não fique congelada de medo, perguntava o Infinito?
Então o senhor travestiu-o de azul do céu.
E eu? Perguntou a Eternidade, como poderei revelar-me à humanidade sem que o medo a faça cair na prostração?
Então o Senhor disse: Quero dar ao homem um instante em que te compreenderá. E criou o Amor."




Arthur Schnitzler 1862-1931 Relações e Solidão (ex_certos do quinto volume das suas obras completas, publicado pela Fischer Verlag, em 1967; aqui pela Relógio de Água em 1996)