28 novembro 2010

Nicht_Schnell

Enquanto assisto à educação agrícola, ao documentário sobre aquecimento global e manchetes com assaltantes e bolsas de resistência tóxica, espirrando sobre o aquecedor a gás emprestado - agora a funcionar graças ao senhor borges que trocou gratuitamente a botija - decido o que vou fazer hoje: se apresentar os animais ou voltar ao branco das alturas...
Ontem foi uma limpeza nas vistas, depois das coincidências já descritas e das não referidas (toda uma semana incompleta de ressalvas por desgaste), logo na desperta cidade fria para feitura rápida das lides e seguimento de etapas humanas pela urbe invencível: passeio alegre pelos reconquistados pontais (o carneirinho, o mini-golfe e os cafés), accionamos nos pilotos, relembrando aventuras em idades pueris e núbeis; os pais clamam calor encostados ao sol, crescem saudades vazias e dolorosas...
Saímos pela da Luz, por melíflua música e anfitriamos a colega - antes de cearmos entre burgos e depois de souvenirs natalícios no boudoir-  perdemo-nos no trapézio labiríntico de alumínio, cristal e cimento. Adormeço na chorale, estremunho com o violino do anjo e estremeço a ouvir uma esforçada e intrépida orquestra no primeiro, no segundo... e no quarto andamento - mas aqui fica o terceiro deste senhor.

 Na gravação conduzida por celibidache, lá por esta senhora - acompanhado pelas melhores.
Tenho grandes ânsias e vergonha de tudo
Como uma hora que pára e pede pão
Como aquele que não pode dizer o que quer
Enterrado no fundo de sua raça
 (Imagem retirada do blog "The amazing trout"/Fragmento de "Ao ouvido do tempo" do senhor da foto d'acima) Entretanto passa a hora de almoço e eu não serrabulho...

27 novembro 2010

Ex_Adora

Chamado ao real pelo comentário no post_abaixo, passo a explicar: aviei as malas e fui directo ao barrocal, passando pelos pastos campinos em tempestuosa paisagem; mas o acelaramento provocado enchia-me as medidas do abraço que queria dar-te pois já estive na situação de partida e abandono. Por outro lado há o regresso às viagens da adolescência e atravessam-se latitudes num instante para interromper a preparação de um baptismo e reencontrar os amigos reconfortantes de sempre. Depois dos desabafos de uma orientação abafada de cristandade e aceite pelo peso da idade, dormimos cedo e acordamos interrompidos pelos gestos rotineiros da insulina cega e galopante, da entrada no cano para a chegada triste mas luminosa à família, das dádivas da vizinhança (goiabas, ovos e verduras frecas). O dog_walking matinal faz-nos sorrir e chorar o momento, apreciar os vales férteis (abacates, uvas-do-cabo, anonas) e retomar rotinas. Um sumo das laranjas com a notícia do papa acompanhado pelo companheiro da vida construída juntos, lá fora, agora num porto inglês onde futuros felizes e remotos selam alianças antigas.
Depois é a subida das terras de sangue pelo caldeirão que agora verdeja até ao seco planalto da plena harmonia e, já notando as ferraduras gastas, os planos alteram-se e o irmão salva a volta e a bicicleta. Contrariado, fico sem o levar, para a mudança de pneus mas as_segurando continuidade dos novos laços...

20 novembro 2010

Yunan_Lar

Na pausa do chuveiro da semana, saio para a volta nocturna e reparo no círculo lunar: daqui a oito horas estou a concretizar a minha identidade numa loja do cidadão do norte e a correr para abrir a alma da estrangeira de cá, grande, cheia, no seu abandono frágil da paternidade - o mesmo me aconteceu e sempre o reencontro, digo-te - de lá. Também há um equilíbrio entre os dois mundos, géneros, modos, vidas...Estamos aqui, Todos!

E amanhã trago-te de volta, meu Irmão!

15 novembro 2010

Lock_Stock

& two smoking barrels (by Guy Ritchie) Ontem, num bar perto de si...

Sponsored by Be_More (com alguns problemas técnicos...) Trailer for University Project Here! And the best song nominated is The Stooges- I Wanna...

13 novembro 2010

Celti_Berra

Adaptar as horas ao texto e apresentações do momento, incluindo dados, tabelas e gráficos para análises simplistas com estimativa baixa nas médias mas exarcebada na estima egoísta que por nós sentimos. Do ego_antropocentrismo doentio, da identidade plena que cega a alteridade, disfarçamos a triste amorfia com uma discussão sobre o discorrer do conhecimento teórico meta_científico contra a aprendizagem sempre assente em experiências e vidas. Um quarto de século delas são celebradas e premiadas na cumplicidade do reconhecimento magusteiro.
(No meio de tudo isto love calls e esqueci de ligar no dia respectivo: Parabéns Cláudia por sempre seres quem és e estares comigo, também aqui)
Entre as brincadeiras e carícias madrugadas fora, um modelo base de relatório para repetir e andar, acta por fazer, capas com documentos para anexar, guarda_chuvas trocados nas viagens corridas por aldeias molhadas e sombrias, com vizinhança a ajudar solenemente. Hoje faz-se o almoço dos cinco depois de inúteis reuniões matinais, oferta de verdes crisântemos bojudos e clemências de laranja forte, um manjar já frio de esporões e o bolo prometido após ensaios arrastados até à exaustão, tal como o animal pelas vias empedradas e fachadas vazias.
(Ouve-se um ensaio de voz e harmonia celta, com latidos a acompanhar...)

"A diferencia de los animales, que sólo matan para alimentarse o defenderse, el hombre mata también por codicia, por celos, por envidia, por apetito de poder, por fanatismo, prejudicio, racismo, estupidez o una inclinación irracional de su ser a destruir y hacer daño a los otros. Eso es el mal. Su origen es controvertido y sus manifestaciones en la vida privada y pública de sociedades y naciones son infinitas. Los creyentes presumen que nasció con el pecado original, aquella culpa y castigo con que se inicia la vida en el paraíso terrenal. Los no creyentes lo llaman la pulsión o instinto tanático, atracción por la muerte que se disputaria con el eros, el amor a la vida, el alma de los seres humanos. En todo caso, sea cual fuera su fuente, el mal siempre ha estado ahí, irredimible, indiferente al progreso material y científico, incansable en la civilización y en la barbárie, sembrando dolor, frustración, odio y muerte a lo largo de la historia."


Extracto do novo livro de Vargas Llosa "El Sueño del Celta", já à venda do outro lado da Ibéria. 
Publicado en El País Semanal a 24 de Octobre bajo el titulo "La Maldad". La imagen vino de El mundo (July 1, 2007) por C. Conesa en el museo de cera recreando el 2 de mayo by Francisco Goya. Tambièn la opinión de Fernando Savater.

05 novembro 2010

Thanks_Quake

Deixar o lugar vazio por uma semana tornando-me pertença de outros. Começamos pelo final da tempestade que nos dá o cheiro de inverno: saímos domingo bem cedo para sudeste em direcção às beiras interiores, ainda chuvosas e frias; marcamos o almoço com a que falta e após o ângulo superior direito entre auto-estradas, o sol brilha provando que a cova entre túneis é o conforto para o largo e raso arco_íris que atinge com todo o esplendor as cidades fartas. É às idanhas que dedicamos o tempo que agora corre lento mas ventoso: ao fundo da nova comemos bem e coloridos mas logo seguimos para o templo fusor de religiões na egitania que o noivo limpou e conservou; atravessamos o ponsul e regressamos após indisposição com gás. Ascendemos ao topo da mais portuguesa que agora gela, prometemos novo encontro noutras terras templárias e testamos aposentos - pão por todos os nossos deuses.
O dia dos santos ergue-se com a sua promessa de ida à horta (bica de azeite, queijo e borrachões) cumprida apenas na partida; assim, é a penha garcia (que percorremos entre tângeras, romãs, murta, bolotas, uvas, marmelos) e a salvaterra do extremo (cemitério dos avós, primos e dióspiros, cavalos em zarza e gin_cola de peñafiel) com paragem na senhora das azenhas, trilobites, ribeiros, barragens, termas e monfortinho onde deslizamos pelas cristas e planícies, penedos e cascatas, torres e ermidas, montes e vales. Ainda o agradecimento à proença velha e despedida na curva de são gens – todos os tons outonais foram convocados e pelo verde fora até à capital.
Devolvo a túnica aos tibetanos do salitre, bebé do marco no calhariz e somos rodeados de fotógrafos para pose no camões; ceia pelo mateo no albergue da bica também interrompida. Entre as suas margens, acordo no samouco, observando os recoletores de marisco; contemplo a adorada sobrinha adormecida (despir, limpar, pesar, alimentar) e, depois de marcado o reencontro de santa clara e jantar_buffet no caminho do mar ao norte, agradeço à ana y sus muchachos:







Hoje, sob a protecção do lar originário, escrevo e escuto com especial atenção, após as voltas de montemor, as rectas de pegões e do infantado. Amanhã, os restantes finados, aqui, comigo.