30 dezembro 2010
21 dezembro 2010
Sol_Clipse
A coincidência! (ler aqui)
Sufjan Stevens - Sister Winter (ao centro, a Lua; acima, a nebulosa Caranguejo) |
18 dezembro 2010
White_Vanity
Já arrastava esta vontade há algum tempo e decidi ter o meu natal imaginado: partir para o extremo mais oriental do território numa longa recta de novas estradas, serras e rios, por entre neblinas e nevoeiros que me acompanharam até ao planalto; paragem para trazer ramos cheios de bagas de pilriteiro, passando por obras até avistar o azibo; depois virar pelas vinhas, izeda e descer pelas veredas cristalizadas do maçãs; almoço no vimioso com um sol escancarado e não sigo para alcanices; quando atravesso o angueira, o céu fecha-se em alvos véus e por toda a cobertura cresce um ténue granizo que ilumina a paisagem; chego a miranda num reviver da maioridade ali atingida há catorze anos, no promontório do douro, e redescubro-a nas placas das ruas perdidas em arqueologia linguística, homem e mulher o_postos como países, as raízes roubadas ao chão amontoadas à frente da catedral, ruínas do paço episcopal contendo toilettes, uma esplanada com jogos de água, a igreja do convento trino convertida em biblioteca, a celebração feita no que resta das muralhas conservadas que o rei mandou erguer nesta data, com foral e tudo... e à volta - branco, tudo branco!
Regresso ouvindo os programas da tarde por intermezzo e as histórias da rua do autor aqui_agora, decido assomar-me ao tâmega pelo marão (aboadela) em vez de pelo alvão (ribeira de pena). Rápido, letal, um sonho! Continuo até ao final com o charols do momento...
E hoje vou dançar - Porque sim!
Regresso ouvindo os programas da tarde por intermezzo e as histórias da rua do autor aqui_agora, decido assomar-me ao tâmega pelo marão (aboadela) em vez de pelo alvão (ribeira de pena). Rápido, letal, um sonho! Continuo até ao final com o charols do momento...
E hoje vou dançar - Porque sim!
A_Bout:
Die_Hairy,
Litter_Race,
Time_Less
Body_Talk
Um gelo! E a magra linha de vida congrega a rude comunidade no largo do arquitecto do norte (filho de músico e quase padre, feitor de pontes, igrejas e baluartes), antigo campo dos remédios que o arcebispo abriu para a cidade, para assistir ao concerto da temporada pela orquestra e coro escolares no templo da cura dedicado ao judeu evangelista - altares e cúpula renovados pela maçonaria num celeste dourado; a gloria de vivaldi, a vigésima primeira de mozart e o andamento inicial do novo mundo de dvorak; terminou no óbvio festival de Leroy Anderson. Com a circulação presa, descubro a trilogia da nórdica senhora que se segue! Qual gaga!
17 dezembro 2010
Hope
A partir de transplante de medula e a sorte de uma mutação genética - mas nada de generalizações ou descuidos!
A_Bout:
Die_Hairy,
Hard_Monnie
16 dezembro 2010
Acontece_Nos
Esquece o nosso amor, vê se esquece.
Porque tudo no mundo acontece
E acontece que eu já não sei mais amar.
Vai chorar, vai sofrer, e você não merece,
Mas isso acontece.
Acontece que o meu coração ficou frio
E o nosso ninho de amor está vazio.
Se eu ainda pudesse fingir que te amo,
Ah, se eu pudesse
Mas não quero, não devo fazê-lo,
Isso não acontece.
Porque tudo no mundo acontece
E acontece que eu já não sei mais amar.
Vai chorar, vai sofrer, e você não merece,
Mas isso acontece.
Acontece que o meu coração ficou frio
E o nosso ninho de amor está vazio.
Se eu ainda pudesse fingir que te amo,
Ah, se eu pudesse
Mas não quero, não devo fazê-lo,
Isso não acontece.
Está chegando o momento
De irmos pro altar
Nós dois
Mas antes da cerimônia
Devemos pensar em depois
Terminam nossas aventuras
Chega de tanta procura
Nenhum de nós deve ter
Mais alguma ilusão
Devemos trocar idéias
E mudarmos de idéias
Nós dois
E se assim procedermos
Seremos felizes depois
Nada mais nos interessa
Sejamos indiferentes
Só nós dois, apenas dois,
Eternamente
De irmos pro altar
Nós dois
Mas antes da cerimônia
Devemos pensar em depois
Terminam nossas aventuras
Chega de tanta procura
Nenhum de nós deve ter
Mais alguma ilusão
Devemos trocar idéias
E mudarmos de idéias
Nós dois
E se assim procedermos
Seremos felizes depois
Nada mais nos interessa
Sejamos indiferentes
Só nós dois, apenas dois,
Eternamente
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Litter_Race,
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15 dezembro 2010
Video(Year)_(Radio)Stars
Selecção 2010- uma por cada mês deste ano a terminar... En_joy!
MGMT - It's working LCD Soundsystem - Home
The Ting Tings - Hands Kid Cudi f/Kayne West - Erase me
Duck Sauce - Barbra Streisand Hot Chip - I feel better
Arcade Fire (live) - Month of May The New Pornographers - Crash Years
Owen Pallett- Lewis take off his shirt !!! - Jamie, my intentions are bass!
The Ting Tings - Hands Kid Cudi f/Kayne West - Erase me
Duck Sauce - Barbra Streisand Hot Chip - I feel better
Arcade Fire (live) - Month of May The New Pornographers - Crash Years
El Guincho - Bombay Scissor Sisters - Invisible light
13 dezembro 2010
Fire in my Belly
Após alerta Da Literatura para a exposição e sua censura, aqui fica a obra completa... as cenas entre animais servem mesmo para chocar mentes adormecidas e faze-las "par(t)ir"!
(O espectáculo adequado para a quadra! Até porque há oito anos, estava lá!)
(O espectáculo adequado para a quadra! Até porque há oito anos, estava lá!)
A_Bout:
Die_Hairy,
Educ_Arte,
Polly_Tics
Chant de Guerre
Mosaico em Pompeia representando a Batalha de Isso - 333a.C |
Vinte e três dias depois da sua abertura, dou entrada na cidade, ao som da Marselhesa, depois de um belo cabrito em Leixões, ao lado do pavilhão do siza – e corremos a estrear os lavabos: «“Às Artes, Cidadãos!” insinua-se no Hall do museu com a exposição “Nas Margens da Arte”, comissariada por Gun Scharen. É toda uma história do activismo feito nas fronteiras da arte que se revela ao espectador. Livros, obras gráficas, panfletos das Guerrilha Girls e do colectivo Act Up, que combateram, respectivamente, a discriminação das mulheres na arte e na política, e a discriminação dos portadores de HIV na sociedade norte-americana. Cartazes e publicações do movimento contra-cultural holandês, que antecipou o Maio de 68.Uma antecâmara da vida política antes da ou com a arte.» (Re)Leio passagens do manifesto assinado por Rivera, Trotsky e Breton e rasgam-nos levemente ao centro o ticket para, depois de ler a introdução na parede atravessada, do lado esquerdo, e virarmos à direita - após confronto velado e catanas sul-americanas - sentarmos e vermos a curta do Senhor Manoel com este final (ver abaixo).
Seguimos pelo corredor que mostra ali e nas três salas seguintes os premiados do BES Revelação deste ano: de cada lado, quatro sequências de um exercício de fotografia em “matizes urbanas” de “gradações mi(li)mét(r)icas”; depois segue-se a sala escura com “projecção vídeo em plano duplo” onde se acompanha com “excertos de paisagem e vegetação”, o diálogo entre dois ornitólogos – levamos um exemplar A3 cada um, em letra minúscula; rapidamente saltamos a sala do canto com puffs para assistir à “colagem frame a frame” feita “às cegas, da mais antiga à mais recente”, sobre o quotidiano da artista; por último, a sala branca que é “uma peça áudio onde se ouvem excertos da Teoria das Cores de Goethe”. «A partir daqui desenha-se um percurso pontuado pela História como construção política, com as suas narrativas e momentos tratados pela ambiguidade livre da arte.» Começa a escurecer e depois da apresentação dos trabalhos da Liga dos Trabalhadores Culturais Revolucionários e interrompidos pelas mensagens superiores como em tecto de casa-de-banho pública - feitas a queimado de isqueiro pelos Claire Fontaine, descemos os pisos rapidamente para adoptar um enxame de abelhas, entender onde estávamos então e onde estamos agora, para voltar a subir o ascensor e sair de peito arfado e alma transbordante. «“Às Artes, Cidadãos!” parece uma exposição adequada, útil para os tempos em que vivemos. Sobretudo porque permite aos espectadores imaginarem outras formas de viver e agir politicamente. Mas não se espere qualquer conforto ou cura para a ansiedade diante do futuro.»
Vislumbramos, a caminhar lentamente, a largueza dos jardins em bela harmonia de caminhos, recantos, cascatas sobrepostas até ao prado que contornamos directos à vedação aberta, sem touro. Deslizar dali para fora e convergimos para o cabo do mundo onde a chama eterna deflagra neste rectângulo assinalado pelo obelisco. Perdidos por angeiras e labruge, desembarcamos para snack com morzinho e pausa de sempre em frente aos estaleiros navais e encerramos o percurso contracurveado com planos aproximados ao convento no alto. Devolvida a companheira e enquanto preparo a sopa da semana, busco citações e vejo_ouço o Senhor António falar no câmara clara sobre as suas artes. Estas são as minhas Horas de Douro! «As de cima são deste artigo de José Marmeleira, no Ípsilon de dezanove de Novembro e da brochura. O catálogo é publicado em dois volumes e o segundo conta com documentação relacionada com o programa paralelo à exposição, que decorre por mais três meses.» Boa Semana!
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Die_Hairy,
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11 dezembro 2010
Fluvial_Canvas
«"Douro, Faina Fluvial" foi o primeiro filme realizado por um muito jovem Oliveira, que ainda não tinha 23 anos quando o filme estreou. A estreia na sala, nesse ano de 1931, forneceu, de resto, um episódio que se tornou lendário: intrigado com a pateada com que os espectadores em seu redor acolheram o final da projecção, um visitante estrangeiro (de seu nome Luigi Pirandello) teria perguntado, com genuíno pasmo, se os portugueses tinham por hábito aplaudir com os pés.
Pirandello seria apenas o primeiro de muitos estrangeiros surpreendidos com as pateadas nacionais aos filmes de Oliveira, e "Douro, Faina Fluvial" rapidamente reconhecido como um título fundamental entre o mais moderno cinema europeu da época, coisa que o tempo não cessou de confirmar. Inspirado pelos vários movimentos da "vanguarda" (os alemães, os russos) que frutificaram nos últimos anos do mudo e despertaram inúmeras vocações, "Douro" partia de um dos mais expandidos modelos dessa "vanguarda", a "sinfonia da cidade" (como o célebre filme de Ruttmann sobre Berlim), aplicado à cidade natal de Oliveira, o Porto e à sua zona ribeirinha. Plenamente a par do seu tempo, nesse entendimento do cinema como construção de um movimento abstrato gerado pela montagem e pela criação de ritmos e de uma musicalidade visual, é um filme embebido pela força do concreto que é a sua matéria, humana e urbana, e é por aí que ele se trancende e trancende a sua época, vivendo hoje com o mesmo vigor com que há 79 anos.
Pese toda a sua especificidade, é também o princípio de uma obra, por tudo o que o liga ao restante "corpus" oliveiriano. A versão levada à sala é a sonorizada com música de Luiz Freitas Branco (no DVD estarão as outras duas versões, a muda de 1931 - que aqui serve de parênteses -, e a que tem partitura de Emanuel Nunes, apresentada por Oliveira em 1994).»
Crítica de Luís Miguel Oliveira no Ípsilon de ontem - a propósito dos Painéis...
NoMore_MVA*
E assim começará a década... Esperando que o governo não caia e o país desmorone!
*Medo de Virar a Assembleia (roubado aos Comyxtura)
*Medo de Virar a Assembleia (roubado aos Comyxtura)
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10 dezembro 2010
Thin_Line
Preâmbulo
Lembrando a carta e vendo o primeiro, farto de Leopoldinas, Popotas e Missões Sorriso... (Trailer Aqui)
(...)O problema de como ser bom nunca esteve tão presente: vivemos o primeiro tempo histórico da oficialização da bondade, em sucessivas cartas de direitos – e também, em simultâneo, o primeiro tempo de individualismo visceral, que curto-circuita os princípios da bondade. A situação política em que vivemos é essa: a de senhores que decretam a bondade obrigatória, sacrificial, dos outros para continuarem a viver no mais despudorado luxo. Onde dantes se exercia o mando sem disfarces agora exerce-se um mando que acrescenta à subjugação o requinte da culpa do subjugado: o protesto contra a miséria que nos cabe é uma injúria à miséria dos mais miseráveis do que nós. Esta é a grande e bem sucedida perversidade do feudalismo vigente: os espoliados devem resignar-se, sob pena de parecerem desprovidos de bondade para com os mais espoliados. A culpa encarquilha o espírito e tolhe a acção. Se toda a população de um país se recusasse a pagar impostos, o que poderia fazer o Governo? Prender todo um povo?(...)
Inês Pedrosa – Excerto da Crónica Feminina “Como ser bom”, publicada a 6 de Novembro na revista Única – Expresso
Considerando que o reconhecimento da dignidade inerente a todos os membros da família humana e de seus direitos iguais e inalienáveis é o fundamento da liberdade, da justiça e da paz no mundo,
Considerando que o desprezo e o desrespeito pelos direitos humanos resultaram em atos bárbaros que ultrajaram a consciência da Humanidade e que o advento de um mundo em que os homens gozem de liberdade de palavra, de crença e da liberdade de viverem a salvo do temor e da necessidade foi proclamado como a mais alta aspiração do homem comum,
Considerando essencial que os direitos humanos sejam protegidos pelo Estado de Direito, para que o homem não seja compelido, como último recurso, à rebelião contra tirania e a opressão,
Considerando essencial promover o desenvolvimento de relações amistosas entre as nações,
Considerando que os povos das Nações Unidas reafirmaram, na Carta, sua fé nos direitos humanos fundamentais, na dignidade e no valor da pessoa humana e na igualdade de direitos dos homens e das mulheres, e que decidiram promover o progresso social e melhores condições de vida em uma liberdade mais ampla,
Considerando que os Estados-Membros se comprometeram a desenvolver, em cooperação com as Nações Unidas, o respeito universal aos direitos humanos e liberdades fundamentais e a observância desses direitos e liberdades,
Considerando que uma compreensão comum desses direitos e liberdades é da mis alta importância para o pleno cumprimento desse compromisso,
A Assembleia Geral proclama a presente Declaração Universal dos Direitos Humanos como o ideal comum a ser atingido por todos os povos e todas as nações, com o objetivo de que cada indivíduo e cada órgão da sociedade, tendo sempre em mente esta Declaração, se esforce, através do ensino e da educação, por promover o respeito a esses direitos e liberdades, e, pela adoção de medidas progressivas de caráter nacional e internacional, por assegurar o seu reconhecimento e a sua observância universais e efetivos, tanto entre os povos dos próprios Estados-Membros, quanto entre os povos dos territórios sob sua jurisdição. Lembrando a carta e vendo o primeiro, farto de Leopoldinas, Popotas e Missões Sorriso... (Trailer Aqui)
(...)O problema de como ser bom nunca esteve tão presente: vivemos o primeiro tempo histórico da oficialização da bondade, em sucessivas cartas de direitos – e também, em simultâneo, o primeiro tempo de individualismo visceral, que curto-circuita os princípios da bondade. A situação política em que vivemos é essa: a de senhores que decretam a bondade obrigatória, sacrificial, dos outros para continuarem a viver no mais despudorado luxo. Onde dantes se exercia o mando sem disfarces agora exerce-se um mando que acrescenta à subjugação o requinte da culpa do subjugado: o protesto contra a miséria que nos cabe é uma injúria à miséria dos mais miseráveis do que nós. Esta é a grande e bem sucedida perversidade do feudalismo vigente: os espoliados devem resignar-se, sob pena de parecerem desprovidos de bondade para com os mais espoliados. A culpa encarquilha o espírito e tolhe a acção. Se toda a população de um país se recusasse a pagar impostos, o que poderia fazer o Governo? Prender todo um povo?(...)
Inês Pedrosa – Excerto da Crónica Feminina “Como ser bom”, publicada a 6 de Novembro na revista Única – Expresso
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08 dezembro 2010
Trapped(Fuzzy)_Concept
«Le soir, comme vous ouvrez votre fenêtre sur la rue, je tourne vers moi l’envers du règlement. Sourires et moues, les uns et les autres inexorables, m’entrent par tous mes trous offerts, leur vigueur pénètre en moi et m’érige. Je vis parmi ces gouffres. Ils président à mes petites habitudes, qui sont, avec eux, toute ma famille et mes seuls amis.
Peut-être parmi les vingt s’est égaré quelque gars qui ne fit rien pour mériter la prison : un champion, un athlète. Mais si je l’ai cloué à mon mur, c’est qu’il avait selon moi, au coin de la bouche ou à l’angle des paupières, le signe sacré des monstres. La faille sur leur visage, ou dans leur geste fixé, m’indique qu’il n’est pas impossible qu’ils m’aiment, car ils ne m’aiment que s’ils sont des monstres - et l’on peut donc dire que c’est lui-même, cet égaré, qui a choisi d’être ici. Pour leur servir de cortège et de cour, j’ai cueilli çà et là, sur la couverture illustrée de quelques romans d’aventures, un jeune métis mexicain, un gaucho, un cavalier caucasien, et, dans les pages de ces romans que l’on se passe de main en main à la promenade, les dessins maladroits : des profils de macs et d’apaches avec un mégot qui fume, ou la silhouette d’un dur qui bande.
La nuit, je les aime et mon amour les anime. Le jour, je vaque à mes petits soins. Je suis la ménagère attentive à ce qu’une miette de pain ou un grain de cendre ne tombent sur le parquet. Mais la nuit ! La crainte du surveillant qui peut allumer tout à coup l’ampoule électrique et qui passe sa tête par le guichet découpé dans la porte, m’oblige à des précautions sordides afin que le froissement des draps ne signale mon plaisir ; mais mon geste, s’il perd en noblesse, à devenir secret augmente ma volupté. Je flâne. Sous le drap, ma main droite s’arrête pour caresser le visage absent, puis tout le corps du hors-la-loi que j’ai choisi pour mon bonheur de ce soir. La main gauche ferme les contours, puis arrange ses doigts en organe creux qui cherche à résister, enfin s’offre, s’ouvre, et un corps vigoureux, une armoire à glace sort du mur, s’avance, tombe sur moi, me broie sur cette paillasse tachée déjà par plus de cent détenus, tandis que je pense à ce bonheur où je m’abîme alors qu’existent Dieu et ses Anges. Personne ne peut dire si je sortirai d’ici, ni, si j’en sors, quand ce sera.»
Jean Genet, Notre-Dame-des-Fleurs (Em dia de imaculada concepção, no mês em que se celebra o seu centenário...)
Peut-être parmi les vingt s’est égaré quelque gars qui ne fit rien pour mériter la prison : un champion, un athlète. Mais si je l’ai cloué à mon mur, c’est qu’il avait selon moi, au coin de la bouche ou à l’angle des paupières, le signe sacré des monstres. La faille sur leur visage, ou dans leur geste fixé, m’indique qu’il n’est pas impossible qu’ils m’aiment, car ils ne m’aiment que s’ils sont des monstres - et l’on peut donc dire que c’est lui-même, cet égaré, qui a choisi d’être ici. Pour leur servir de cortège et de cour, j’ai cueilli çà et là, sur la couverture illustrée de quelques romans d’aventures, un jeune métis mexicain, un gaucho, un cavalier caucasien, et, dans les pages de ces romans que l’on se passe de main en main à la promenade, les dessins maladroits : des profils de macs et d’apaches avec un mégot qui fume, ou la silhouette d’un dur qui bande.
La nuit, je les aime et mon amour les anime. Le jour, je vaque à mes petits soins. Je suis la ménagère attentive à ce qu’une miette de pain ou un grain de cendre ne tombent sur le parquet. Mais la nuit ! La crainte du surveillant qui peut allumer tout à coup l’ampoule électrique et qui passe sa tête par le guichet découpé dans la porte, m’oblige à des précautions sordides afin que le froissement des draps ne signale mon plaisir ; mais mon geste, s’il perd en noblesse, à devenir secret augmente ma volupté. Je flâne. Sous le drap, ma main droite s’arrête pour caresser le visage absent, puis tout le corps du hors-la-loi que j’ai choisi pour mon bonheur de ce soir. La main gauche ferme les contours, puis arrange ses doigts en organe creux qui cherche à résister, enfin s’offre, s’ouvre, et un corps vigoureux, une armoire à glace sort du mur, s’avance, tombe sur moi, me broie sur cette paillasse tachée déjà par plus de cent détenus, tandis que je pense à ce bonheur où je m’abîme alors qu’existent Dieu et ses Anges. Personne ne peut dire si je sortirai d’ici, ni, si j’en sors, quand ce sera.»
Jean Genet, Notre-Dame-des-Fleurs (Em dia de imaculada concepção, no mês em que se celebra o seu centenário...)
A_Bout:
Hard_Monnie,
Litter_Race
07 dezembro 2010
Hang_Over
DE VER Y PALPAR
El iceberg sereno como un emperadorSigue su destino
Obedece ciegamentè a las líneas de su mano.
SOMBRA
La sombra es un pedazo que se alejaCamino de otras playas
En mi memoria un ruiseñor se queja
Ruiseñor de las batallas
Que canta sobre todas las balas
HASTA CUANDO SANGRARÁN LA VIDA
La misma luna heridaNo tiene sino una ala
El corazón hizo su nidoSin embargo
En medio del vacío
Al borde del mundo florecen las encinas
Y la Primavera viene sobre las golondrinas.
«Inversão, rendição, sacrificio, mudar. O dependurado representa o poder da quietude. A pressão do exterior pede sempre que nos desloquemos para o mundo exterior. Não fazer absolutamente nada é irracional e prejudicial para a nossa interacção com os outros. Podemos dizer que chegámos à quietude quanto deixamos de nos preocupar. Esta atitude não significa que tenhamos desistido da vida mas simplesmente que temos uma fé profunda e que aceitamos a vida tal como ela é. Mais do que qualquer outro arcano, o dependurado valoriza o nosso interior.»
On TarotOnLineMary.BlogSpot
A_Bout:
Hard_Monnie,
Litter_Race
06 dezembro 2010
Epistemic_Vague
Arranque molhado da manhã amistosa e disponível para taxas de ex-SCUTs, mini compras, bucha no maneta e energia aleatória. Deslizo pela via original até ao X entre freguesias onde aguardo o reencontro com as rotinas urbanas: jantar no chafariz, chá com loli em casa e no bai_rro com a de sempre (valha-nos para o ano, Santa Efigénia!). Duche frio no próximo polibã, buscar veículo junto ao renovado parque central, e acompanhar as celestiais criaturas: démeter acolhe-me para pequeno banquete animado e mostra o gabinete intercultural, conheço o filho do frank e nalini após segundo almoço junto ao prédio ruído entre _campos e alvalade, passo para a outra margem ladeado de metro e cadelas com clau e bisnas (a pena/arte e idiotia/finança de não ficar para o stock); finalmente desço com a boleia prometida, seguros para família feliz. Foi o espírito das luzes que deambulou pendurado pelas árvores das avenidas e beirais das praças, pela força verde a rebentar por debaixo dos prados, aguardando o degelo e a descarga das massas de água torrenciais.
E nem uma, nem duas, só a terceira noite permite acordar do sonho existencial para o confronto com a realidade e o tempo em vector radial de sobreposição de temas (antropologia da saúde, melomania para crianças, favelas cetóbrigas) que ajudam à corolis de mim...
E nem uma, nem duas, só a terceira noite permite acordar do sonho existencial para o confronto com a realidade e o tempo em vector radial de sobreposição de temas (antropologia da saúde, melomania para crianças, favelas cetóbrigas) que ajudam à corolis de mim...
E de ti... (Pssh! Silêncio!)
A_Bout:
Die_Hairy,
Hard_Monnie
01 dezembro 2010
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