09 abril 2009

Su_Burrinha

Dias depois da doença atacar em forte, decido expôr a revolução interna que causou esta eleição antecipada. A febre veio com dores no corpo que me fecharam na fortaleza do lar em tristeza no ecrã e lerdeza mental. A adiar encontros pelo esforço do reconhecimento exterior. A procurar auxílio na boca do leão, percorrendo alas abertas de lilás nas ramas e a regressar suado e sereno para estender a máquina que, pela conversa do vizinho, humano, acolhedor, lhe inundou a loja. Até à esplanada, para oferta de cesto de fruta pela loli e conversa sobre roupa e retiro campestre com a ex-boneca ao fundo deprimida. Correr para cópias e contagem final, choque esperado para mais tarde aceitar, curvas até à vaca de fogo matemática e ao conhecimento das glicínias. Regressar, desabar e dar os pêsames para evitar mais desgosto.



O reencontro e digestão matinal do acontecimento no café com o pai da boa malta e o regresso para a auscultação terapêutica com termómetro, antibiótico e almoço ao fundo. Depois vem o embalo materno e apaziguador, mesmo sem abade de priscos. A efectivação apresentativa e parcialmente esclarecida. Na rua, depois de mudados os lençóis e tudo dobrado, descem magotes de gente: plebes, alarves, profanos. Segue-se o diálogo enebriado pelo aprofundamento dos destinos - Como é possível ter medo de uma cidade vazia? - enturmar uma macieira no subura e subir o largo dos arcebispos à lua cheia, por entre mais meia dúzia de altares enfeitados de quaresma; descê-los por sacos de dejectos à porta, confirmar o fecho da viatura e terminar a mala. Amanhã de novo, como após cada ressureição, à volta da mesa com a família...

2 comentários:

João Roque disse...

Um completo restabelecimento, para um bom convívio familiar pascal, presumo...
Abraço.

João disse...

Já falei lá no teu mas agora respondo: a sequência da frase foi a inversa. Mas agora sinto-me menos roxo, mais violaceozinho...

Abrações!