30 março 2011

As Coisas VIII


Do Catálogo Ikea - Björkefall

Castiçal branco e Taça(s) de Fruta: a terra de onde venho cresceu em torno de olarias; as casas por onde passei deixaram-me amigos e objectos que colecto na sua utilidade e decoração mas particularmente pelo exercício de boas recordações que se tornam os elos invisíveis dos afectos, a terra que nos forma repetidamente: das lamas do mira ao forno do tijolo, um pequeno mosaico do guadiana que me traz o luca (peixe) e a angeliki (ave), o relógio das formandas, copos, vasos e cinzeiros... e com areia fina se vidra o interior osmótico, uma leve camada que coze para tornar impermeável, que brilha.. e por vezes se quebra.

28 março 2011

27 março 2011

Hiero_Drama

«Há milhares de anos o homem compreendeu que nada é mais terrível do que cultivar a idolatria porque o ídolo não passa de um pedaço de madeira. Se procurarmos o sagrado, decisão inteiramente pessoal, claro, nesse caso não devemos transigir: ou pertence a todos os momentos ou não existe. Não podemos assumir um sagrado que funciona ao domingo e dorme nos outros dias da semana. É absurdo pensar que o sagrado existe no alto da montanha e não existe no vale.
(...) Se o invisível não é obrigado a manifestar-se, no entanto, pode fazê-lo em qualquer sítio e a qualquer momento, por meio de qualquer pessoa, desde que as condições sejam as justas. Estou pois convencido que não serve de nada reproduzir rituais sagrados do passado que têm poucas hipóteses de nos levar ao invisível. A única coisa que pode ajudar-nos é o sentido do presente. Sentir que o momento presente está cercado de modo especialmente intenso e que as condições são favoráveis ao sphota, esse "relâmpago" que surge no momento do som certo, do gesto certo, do olhar certo, da troca certa. Neste caso, entre milhentas circunstâncias completamente inesperadas, o invisível pode surgir, através de uma forma, claro. A procura do sagrado é portanto uma atitude, uma pesquisa. O invisível pode manifestar-se nos objectos mais vulgares uma vez que a metamorfose, a alquimia, esteja presente. A garrafa de água de plástico (...) pode ser transformada e impregnada pela aparição do invisível, no caso de a pessoa atingida estar em estado de receptividade e repleta de talento.
O sagrado é uma transformação, em termos de qualidade, do que de início não é sagrado. O teatro passa pelas relações entre os homens que, obrigatoriamente já que pertencem ao mundo dos homens, não são sagrados. O invisível aparece atrás do visível que é a vida dos homens.»

Peter Brook - O Diabo é o aborrecimento (Conversas sobre Teatro 1993- Asa)


King Lear


Marat/Sade


Mahabharata

For_Give

A ideia de catástrofe que toda a semana assolou os espíritos foi inversamente proporcional à calma que me trouxe uma subida aos tectos a conservar da entrada monumental e às vistas da cúpula da bolsa invicta que dita o caos humanitário (nesta concepção a tornar-se ultra_passad@); uma longa conversa em pufs no mercado negro feito clube duro, de fissuras que se curam em terapia de palavras, restauram a porosidade original e permite a respiração de tudo o que foi erguido; belo banquete de mar à chuva e passeio na largura do areal nocturno a que se chega subindo o traçado marginal da costa_foz; afinal já não vou ao luso rencontro materno pois um sentimento de aglutinação e perdão força-nos a perma_nascer (saudades xana y patty, clau y bisnas, bemvindos Maria y Martim!)

A vida do homem dura em média oitenta anos. É contando com esta duração que cada um imagina e organiza a sua vida. O que acabo de dizer é uma coisa que toda a gente sabe, mas raramente nos damos conta que o número de anos que nos é atribuído não é um simples dado quantitativo, uma característica exterior (como o comprimento do nariz ou a cor dos olhos), mas faz parte da própria definição do homem. Alguém que pudesse viver, com toda a sua força, duas vezes mais tempo, portanto, digamos, cento e sessenta anos, não pertenceria à mesma espécie que nós. Já nada seria semelhante na sua vida, nem o amor, nem as ambições, nem os sentimentos, nem a nostalgia, nada. Se um emigrado, depois de vinte anos vividos no estrangeiro, regressasse ao país natal com cem anos de vida à sua frente, pouco experimentaria da emoção de um Grande Regresso, provavelmente para ele isso nada teria de um regresso, não passando de mais de uma das voltas do longo percurso da sua existência.
Porque a própria noção de pátria, no sentido nobre e sentimental da palavra, liga-se à relativa brevidade da nossa vida, que nos proporciona muito pouco tempo para que nos apeguemos a outro país, a outros países, a outras línguas.


A ignorância – Milan Kundera (2003 - 6ª ed.Asa Pequenos Prazeres)


Por vezes, à beira-mar, no perpétuo movimento das águas e no eterno fugir do vento, sinto o desafio que a eternidade me lança. Pergunto-me então o que vem a ser o tempo, e descubro que não passa do consolo que nos resta por não durarmos sempre. Miserável consolo, que só os Suíços enriquece...

Stig Dagerman ~ A nossa necessidade de consolo é impossível de satisfazer (5ªed, Fenda 2004)

23 março 2011

Other_Cover


Slip back out of whack,
At your best.
It's a nightmare,
So I'm joining the army.

Know how folks back out,
I'll still call.
Will you wait for me now?

We've got the right to live, fight to use it,
Got everything and you can just choose it,
I won't just be a puppet on a string.

Don't go that way.
I'll wait for you.

And I'm tired of all your friends
Listening at your door
And I want,
What's better for you.

So long, my friend
And adversary.
Oh, but I'll wait for you.

Get dressed, jump out of bed
You do it best.
Are you OK?
I've been out around this town
Everybody's singing the same song for ten years.

I'll wait for you.
Will you wait for me too?

And they sacrifice their lives,
And they're lying about those odds.
Oh they've said it a billion times,
And they'll say it again.
So long, my adversary
And friend.

Don't go that way.
I'll wait for you.

I'm tired of all your friends,
Knocking down your door.
Get up in the morning and give it your all.
So long, my friend
And adversary.

Oh I'll wait for you.

Out Now/Crítica aqui

16 março 2011

Lethes_Gold


Big in Japan - Alphaville

Depois de mais uma inclinação do eixo provocada pelo sismo, agora o apocalipse nuclear; assisto da mesa redonda aos manifestos e desenvolvimentos (o governo que nos transporta à beira da cisão) até me fartar da indolência e mergulhar nesta sociedade pelo último festival de curtas- reencontro gente e permaneço só, divertindo-me com os temas de A a E e concerto destes tipos que já não cheiram tanto a mão morta. Pena só de não me ter levantado mais cedo pois as novas estradas que percorro no dia seguinte dão-me quase a foz e o regresso à partida: 308 pelos santos julião e cristóvão do freixo (e outros também ao alto), vou descendo o vale pressentindo castelos e romarias que me arrastam até à aparecida, sempre mudo; quando chego à terra dos artesãos das arrecadas, recuo violentamente sob o aguaceiro fechado de memórias para a ponte que atravesso querendo esquecer... uma nova varinha e a abandonada 307, ambas atravessando o território de deslumbramento que não se compadece das fronteiras, distâncias e combustíveis; subo até ao pai nascente para a vila dourada_coração do minho, última neste domingo, nesta paragem.


Personality crisis - Sonic Youth (New York Dolls's cover)

15 março 2011

As Coisas VII

Estatueta da “Vénus” de Milo: regressando ao simbolismo inicial, mais uma recordação, desta vez do Louvre (já com a pirâmide invertida), tal como muitas gravuras da cidade-luz, vindas de uma viagem ao Benelux. Foi o despertar para a beleza pura das formas, naturais - também humanas, que se abrem com o amor carnal, antecedido na etrúria mediterrânica (de onde trouxe uma réplica de um olpe cerâmica grega). Este exercício de admiração_contemplação foi perpetuado nas descobertas sucessivas de novos mundos artísticos pelas relações apaixonadas que (brevemente) mantive.

12 março 2011

Drive

From Automatic for the People to Collapse into Now! (original dance video)

09 março 2011

Ash_Grate

Comecemos com as Laudes:  
Concedei-nos, Senhor, a graça de começar com santo jejum este tempo da Quaresma, para que, no combate contra o espírito do mal, sejamos fortalecidos com o auxílio da temperança!

E um breve esclarecimento:
Exmos. Srs.,

É com desagrado que vimos o Protesto da Geração À Rasca, do dia 12 de Março, associado abusivamente a um outro movimento que advoga a demissão de toda a classe política, o qual não tem ainda data marcada para se manifestar. Este movimento diz apoiar a nossa causa, como o têm feito muitos outros movimentos e organizações da sociedade civil, políticos ou apolíticos, religiosos ou laicos.
Sabemos também que circula um email onde é feita uma colagem vergonhosa entre os dois movimentos, que se aproveita do mediatismo criado pelo protesto dos desempregados, “quinhentoseuristas” e outros mal remunerados, escravos disfarçados, subcontratados, contratados a prazo, falsos trabalhadores independentes, trabalhadores intermitentes, estagiários, bolseiros, trabalhadores-estudantes, estudantes, mães, pais e filhos de Portugal.
Parece-nos pouco apropriado que um canal de televisão prestigiado, informado e que se pretende imparcial, como é a SIC, já conhecedor das pretensões democráticas e pluralistas do Protesto da Geração À Rasca, tenha feito passar uma mensagem, através do comentador Miguel Sousa Tavares, que nos associou a um movimento completamente diferente e que facilmente se percebe nada ter em comum com as pretensões do Protesto da G.A.R., o qual foi acusado pelo referido comentador, de forma ligeira e errónea, de ser anti-democrático.


Passemos ao nosso reino: bem, parece que não é o único a confundir e querer colar-se para dar novos impulsos perdulários a combustões espontâneas - sendo o único a poder exonerar os que cercam o seu altar como altíssimo, declara:

"Os cidadãos devem ter a consciência de que é preciso mudar, pondo termo à cultura dominante nas mais diversas áreas. Eles próprios têm de mudar a sua atitude, assumindo de forma activa e determinada um compromisso de futuro que traga de novo a esperança às gerações mais novas.
É altura dos Portugueses despertarem da letargia em que têm vivido e perceberem claramente que só uma grande mobilização da sociedade civil permitirá garantir um rumo de futuro para a legítima ambição de nos aproximarmos do nível de desenvolvimento dos países mais avançados da União Europeia.
Esta é uma tarefa de todos, cada um tem de assumir as suas próprias responsabilidades. É essencial que exista uma união de esforços, em que cada português se sinta parte de um todo mais vasto e realize o quinhão que lhe cabe."  
Todo o discurso aqui.
Aschermittwoch 1855-1860 por Carl Spitzberg
Lembremos apenas:
"Comerás o teu pão com o suor do teu rosto,
até que voltes à terra de que foste tirado;
porque és pó, e ao pó hás de tornar."

Génesis 3.19

08 março 2011

Hundred_She

100 anos e 100 mulheres - ainda sem a igualdade de direitos que, segundo peritos faltam outros 100!

Now, there was a time
when they used to say
that behind ev'ry great man,
there had to be a great woman.
But oh, in these times of change,
you know that it's no longer true.
So we're comin' out of the kitchen,
'cause there's something we forgot to say to you.
We say, Sisters are doin' it for themselves,
standin' on their own two feet
and ringin' on their own bells.
We say, Sisters are doin' it
for themselves.
Now, this is a song to celebrate
the conscious liberation of the female state.
Mothers, daughters,
and their daughters too, woh yeah,
woman to woman,
we're singing with you, ooh, ooh.
The "inferior sex" has got a new exterior.
We got doctors, lawyers, politicians too,
ooh ooh ooh, ooh.
Ev'rybody, take a look around.
Can you see, can you see, can you see,
there's a woman right next to youou.
We say, Sisters are doin' it for themselves,
standin' on their own two feet
and ringin' on their own bells.
Sisters are doin' it
for themselves.
Now we ain't makin' stories,
and we ain't layin' plans.
Don't you know that a man still loves a woman,
and a woman still loves a man
just the same, though.
Ooh ooh ooh
ooh ooh ooh ooh.
Sisters are doin' it
for themselves.
There was a time,
oh, when they used to say
that behind ev'ry great man,
there had to be a great woman.
In these times of change,
you know that it's no longer true.
So we're comin' out of the kitchen,
'cause there's something we forgot to say to you.
We say, Sisters are doin' it for themselves,
standin' on their own two feet
and ringin' on their own bells.
Sisters are doin' it
for themselves.
Sisters are doin' it
for themselvesselves.
Sisters are doin' it, doin' it,
doin' it, doin' it, doin' it, doin' it…
Sisters are doin' it for themselves,
uhhuh, uhhuh, yeah.
Sisters are doin' it for themselves,
uhhuh, uhhuh, uhhuh, yeah.
Sisters are doin' it
for themselves.
I say, yeah, yeah,
Sisters are doin' it for themselves,
standin' on their…
Sisters are doin' it
for themselves.
Sisters are doin' it for themselves
(Annie Lennox & Aretha Franklin - 1985)

Mara_Natha

Recorrido o novo hospital e o redondo da boavista para pagar portagens nos correios, visito a mãe gémea e partimos pelos vales solitários até aos penedos e aí paramos para re_pousar e avistar as obras que os perfuram - pela nacional, acompanhamos o túnel que se segue até à sua saída para funeral que já ocorreu e do parado cemitério para a leda natureza em regeneração - as feridas que saram lentamente o rasgar da paisagem. Vamos então a panoias onde confluem os rios nessa pólis imperfeita e da sua catedral sem cabeça em intervenção polémica (currículo aqui e vídeo da instalação em baixo); ainda o espólio secular, dramas de barros e palavras - aleo!


Ao norte, pela samardã, pena de aguiar e vasta veiga, uma cutícula de lua sob a ponte na cidadelha de avelames e a ceia fraca na ordem certa em altas terras ao fundo das ribeiras! Mais sobre o autor que nos perseguiu hoje, neste blog e a seguir, para a quadra:

Ordinariamente, chamam-se á franceza - espirituosos - uns sugeitos dotados de genio motejador, applaudidos com a gargalhada, e aborrecidos áquelles mesmos que os applaudem. São os caricaturistas da graciosidade. O «espirituoso», á moderna, abrange os variados officios que, antes da nacionalisação d'aquelle extrangeirismo, pertenciam parcialmente aos seguintes personagens, uns de caza, outros importados:
Chocarreiro--tregeiteador--arlequim--palhaço--proxinella--polichinello--maninêllo--truão--jogral--goliardo--histrião--farcista--farçola--végete--bobo--pierrot--momo--bufão--folião, etc.
Esta riqueza de synonimia denota que o bobo medieval bracejou na peninsula iberica vergonteas e enxertias em tanta copia que foi preciso dar nome ás especies. Ora, o «espirituoso» tem de todas. A antiga jogralidade, que era mestér vil, acendrada nos secretos crizoes do progresso social, chegou a nós afidalgada em «espirito», e com o fôro maior de faculdade poderosa, caustica, implacavel.
Ainda assim o estreme espirito portuguez, por mais que o afiem e agucem, é sempre rombo e lerdo: não se emancipa da velha escola das farças: é chalaça.
Ha poucos mezes, falleceu em Lisboa um «espirituoso» que andou trinta ou quarenta annos a passear a sua reputação entre o Chiado e o Rocio. As gazetas, ao mesmo passo que nos inculcavam o defunto como pessoa que vivêra aventurosamente uns setenta annos tingidos com primoroso pincel, descontavam n'estes defeitos a sua immensa graça, e reproduziram nova edição melhorada das suas anecdotas.
Averiguado o «espirito» do homem em coisas burlescas de que fez mercancia na feira politica, liquida-se, quando muito, um folião que desbragava a penna e desembestava asselvajadamente o insulto. Por este, que não deixou nome sobre-vivente para vinte quatro horas - nem o terá aqui - orça a maioria dos jograes que tenho visto, nos ultimos trinta annos, esburgar o osso da facção que lhes alquilla o engenho de trahidor, e acabarem antes da geração que os galardoou com a moeda falsa das rizadas.
O satyrico de sala e botequim é mais funesto e menos trivial que o politico; mais funesto por que vulnéra melindres - coisa que o callôso peito da politica não tem nem finge; menos trivial, porque o chiste de Sterne, de Byron, de Voltaire, do padre Isla, de Heine e Boerne não apégou aqui, nem se adelgaça á feição da nossa indole, bem accentuada nas chocarrices plebeas de Gil Vicente e Antonio José.


Camillo Castello Branco - Novellas do Minho (2ª Ed. post_mortem em 1903, incluindo o Anátema) ou como nos cita Natália Correia «a quadra que [aqui] o representa, fruto de um feliz repente, foi exarada pela mão do romancista no final do livro de Bernardo Branco "D. Afonso VI e Sua Sereníssima Esposa"...»:
Naquelas eras corruptas,
era severa a justiça,
se as rainhas eram putas
e os reis tinham frouxa a piça.
                 (inédito (?) manuscrito da biblioteca de Cardoso Marta)

06 março 2011

Coulro_Phobia

Esta é graças ao Felizes, que m'os recordaram e a este período detestável - em abstinência!

Up behind the bus stop, in the toilets off the street,
there are traces of a killing on the floor beneath your feet.
Mixed in with the piss and beer are bloodstains on the floor,
from the boy who got his head kicked in a night or two before.

(Chorus)
Homophobia- the worst disease
You can't love who you want to love in times like these
Homophobia- the worst disease
Love how you want to love and love who you please

In the pubs, clubs and burger bars, breeding pens for pigs,
alcohol, testostorone and ignorance and fists.
Packs of hunting animals roam across the town.
They find an easy victim and they punch him to the ground.

(Chorus)

The siren of the ambulence, the dead pan of the cops.
Chalk to mark the outline where the boy first dropped.
Beware the holey trinity - church and state and law.
For every death the virus gets more deadly than before.

Calm_Chaos

E depois da revisão do talento pelas décadas na sua decadente auto_complacência, o vencedor é o presente, o tempo em si mesmo, ridículo, regenerador e incrédulo: levanto-me no final (ou início).

Aqui Moretti no filme de Grimaldi (2008) como actor - Hoje a rodar Habemus Papam com Michel Piccoli
(deixo um cheirinho...)

03 março 2011

Ständ_Chen


Cedo, tardes e noites depois, a vida está fria lá fora. sem o aconchego da alma e das palavras, com invólucros vazios a arder, saio para a visita de aconselhamento ao novo hamman, folheio as revistas da semana no pátio da agenda e ouvimos as dimensões possíveis para a caixilharia humana em futurologia de pintura e prova absoluta. o irmão está cá e a missa do sétimo dia da senhoria é hoje. acordo com uma crónica estilo pitta na cabeça e inspirado, limpo a água que escorreu da banheira e de mim pelos visores - celebro a centésima que recordo de folhas grossas e design giacomettista com um steiner fácil aqui e ali em rede, talvez um excerto da consoante muda no público, mas fico-me com estes três:

"Languages have great reserves of life. They can absorb masses of hysteria, illiteracy and cheapness [...] But there comes a breaking point. Use a language to conceive, organize, and justify Belsen; use it to make out specifications for gas ovens; use it to dehumanize man during twelve years of calculated bestiality. Something will happen to it. [...] Something will happen to the words. Something of the lies and sadism will settle in the marrow of the language. Imperceptibly at first, like the poisons of radiation sifting silently into the bone. But the cancer will begin, and the deep-set destruction. The language will no longer grow and freshen. It will no longer perform, quite as well as it used to, its two principal functions: the conveyance of humane order which we call law, and the communication of the quick of the human spirit which we call grace." (101) "Everything forgets. But not language. When it has been injected with falsehood, only the most drastic truth can cleanse it. Instead, the post-war history of the German language has been one of dissimulation and deliberate forgetting." (109)


Georg Steiner - Language and Silence in 1967 From a essay online Here


North Richmond Street being blind, was a quiet street except at the hour when the Christian Brothers' School set the boys free. An uninhabited house of two storeys stood at the blind end, detached from its neighbours in a square ground The other houses of the street, conscious of decent lives within them, gazed at one another with brown imperturbable faces.
The former tenant of our house, a priest, had died in the back drawing-room. Air, musty from having been long enclosed, hung in all the rooms, and the waste room behind the kitchen was littered with old useless papers. Among these I found a few paper-covered books, the pages of which were curled and damp: The Abbot, by Walter Scott, The Devout Communicant and The Memoirs of Vidocq. I liked the last best because its leaves were yellow. The wild garden behind the house contained a central apple-tree and a few straggling bushes under one of which I found the late tenant's rusty bicycle-pump. He had been a very charitable priest; in his will he had left all his money to institutions and the furniture of his house to his sister.


3rd short_story from Dubliners by James Joyce (1914): continue reading Araby on Project Gutenberg...