06 agosto 2008

Colónia de Água



Sábado pela manhã, de pequena mochila para a Praia Azul com oito rapazes e quatro raparigas dos doze aos dezoito_vinte anos. Complicados e asneirentos com’ó raio mas de momentos doces e divertidos, atenciosos e dramáticos. Fechados num regime de regras, saltam-lhes a panela e o escape! Mas tudo correu pelo melhor, não houve violência física (tirando uma queda a amparar o slide e o jogo no torneio de futebol_cinco contra os monitores), nem nódoas de praxes (utilizaram pasta dentífrica, champô, espuma de barbear e creme bronzeador em cabeças, pernas e braços, durante os sonos ao longo dos cinco_dias); apenas se exercitou o corpo (à beira-mar, a descer e subir a arriba, em jogos pela mata, em escaladas controladas, a deslizar pelo escorrega aquático de plástico instalado na relva que rodeava todos os blocos do edifício), a mente (na esperança da positividade dos discursos, dos horários de alvorada e deita, da alimentação cuidada e bem temperada, dos matraquilhos, uno, suecadas e copas sob colchas ou toalhas na areia, do estilo comunitário de pequeno_grande grupo) e o espírito (conversas de cabeceira e balneários, concursos de máscaras e de dança com disco_nigth posterior, castigo foçado de espera para denunciar o culpado do desaparecimento de par de ténis, confrontos com a verdade sobre divergências com as outras camaratas, roda matinal para discussão SWAT ). Amigos do Zambujal e de Guimarães, brancos, pretos, ciganos; crianças, jovens e adultos, com e sem deficiências. Hierarquia breve para desembocar em múltiplos relacionamentos e partidas inocentes.
Até consegui uma hora sozinho para ir à Silveira comprar o jornal, e muitas sem dormir. Tivémos uma primeira noite de passeio nocturno até às festas de nossa senhora do amparo, carrinhos de choque e pimbalhadas luso-brasileiras (onde pusémos todas as pessoas do recinto_pista de dança em comboiozinho circulante, e júbilos centrais de alegria). Lindos, estes miúdos! Deixaram-me sem voz mais de 24 horas! Apesar de não primarem pela poupança de água em regime de semi-sauna, utilizavam muito “deso’rizante”!


P:S: Hoje mesmo, depois alguns contactos fortuitos no último dia, decido que me mudo e, apesar de ter dito à saída da auto-mini-velha camioneta em frente à estação de benfica “Até já e boas viagens, boas férias”, sei que não voltarei a ve-los tão cedo. Saudades prévias, muitas insónias!

3 comentários:

João Roque disse...

Que saudável ler este post; fica-se com uma sensação de pureza...
Abração.

Special K disse...

É bom conviver.
Um abraço.

João disse...

Com todo o mal que já lhes foi transmitido, conseguem ver e sentir o bem com_que se lhes quer, Pinguim. Outro da mesma dimensão!

E mais, muito mais, K(tudo o que vem a reboque: vendavais de emoções a ser racionalizadas!)
Abraço quente!