18 agosto 2008

A Despedida

No bar liso e harmonioso (ok, é tendencioso porque das minhas amigas!) de pele e papel na parede, lustres de veludo ao alto, aguardo os amigos bebendo fraquinhos vodca_limão. Eu e o bisnog torturamos a cláudia para mudar de vida. O amigo’morzinho e o pessoal do norte chegam lá também e rodadas para todos; depois primas e capela – encontro o luís que termina o filme do JPR sobre a ruth briden – concluímos no purex até ao fecho do bairro. Desço a santos e fujo das brigadas por campolide. Acordar cedo e ficar de molho no sofá a ver documentário sobre serial_killer americano dos anos 70. Tento emalar coisas mas deixo-as ficar; vou buscá-los e pago-lhes o pequeno_almoço: por coina até setúbal para buscar frango temperado, gasolina barata em alcácer e cogumelos grelhados, meloa com presunto, figos e uvas no pátio de grândola. Já só, sigo na brasa para odemira por atalhos antigos, espero por elas vindas de odeceixe, anunciando às vizinhas a minha mudança, mais gatas nas janelas, também a ana e o erik e uma cerveja, marco jantar nas furnas e encontramo-nos todos no chafariz (loli e bissa), a alma segue, a gémea vai lá ter. Pela estrada renovada (esperei mais de um ano e agora que me vou...) descemos à foz do mira, do lado oposto de milfontes e contemplamos o nascer da lua cheia. Reencontro o mini de serviço, as antigas alunas, a mesma situação fundacional – carnes várias grelhadas, beer_garden em brandura, dj privativo na antiga escola primária. A gémea revela-se (já pensava que não vinha!) e daí para a zambujeira: na primeira esplanada, a nonora e o zé gato aguardam a chegada de mais casais, um shot no sargo, apresentações e despedidas.




Não consigo dormir pela alergia abafada ao pelo, na cama da avó do piso térreo. Café com a gémea e a mãe no eco (e eu de calças azuis tailandesas!), volta à costa para pãozinho com manteiga e galão frio (e fruta) no monte da ti’maria, descida à praia dos alteirinhos, água fresca, bem agitada e transparente – as minhas queridas e o cancioneiro alentejano! Um pouco do sol na pele, sal e banho para mais paparoca cá fora no poial. Busco o expresso em são teotónio, um camel azul oferecido, mais adultos me cumprimentam, a emoção pela ana lúcia faz-me cabecear o seu jipe, e percorro as duas serras cruzando a fronteira dos algarves. Depoisdo jantar adormeço podre e já não consigo visitar a biba e a noélia. Ao café percebo que temos a feira da aldeia, re_encontro de anos com a naia que tem baixa de braços e se vai despedir ao fim de sete anos, fuamamos no alpendre do cabeleireiro encerrado; agora é mesmo a doer - mala feita com lençóis e almofada, pequena angústia de separação pela longa distância de espaço_tempo - para mértola, deserto até beja, tráfeo aumenta entre ferreira e águas de moura, por vila do conde para não pagar a taxa. De novo à amadora para livros, camisas e casacos, café com a cunhada (levo o ferro emprestado!), vejo o tio da lu e re_conhecemo-nos em sorrisos. Partida ao fim da tarde, sempre os cento e quarenta a rebentar, fila contrária de alverca até santarém, só paro um pouco na saída de gaia_ovar (a fuga alheia das portagens) e para re_encher com cinco euros o tanque já na trofa. Reparo que não tenho bateria no telefone, passo pela nova casa e sigo para o clandestino bairro da alegria em frente, perco-me por detrás da universidade para encontrar o bar do amigo, afinal (e eu já sabia!) ainda está no clube de vídeo que afinal não é na rua do caires mas sim da cidade do porto. Dá-me a sua chave, monto o quarto e já depois da uma volto ao “carpe_noctem” para um fino e cigarros. Esta foi a aventura: Adeus sul, benvindo norte!

4 comentários:

João Roque disse...

Um autêntico roteiro pelo nosso Portugal e pela "tua gente"...
Deliciosos pormenores, como desde sempre nos habituaste...
Abraço.

Anónimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
João disse...

Fome pela vida, Imperador! E pela terra, sol, mar... E a nossa gente, toda! Abraço Gigante (com muitos braços à volta)

A malícia está por todo o lado (e dentro de nós então...) Agradeço e retribuo, chapéu largo e mantel!
(mais uma vez, parabéns pelo estudo, artigo e resposta!)

paulo disse...

hum, do centro, ao sul, ao norte. seja onde for, o que importa é que estejas bem! que andes bem e sempre à aventura que monotonia não é com o menino!