05 julho 2009

Re_Surrection

Caríssimos todos
Chega ao fim esta epopeia, norte a sul ou vice-versa, há que ir e voltar para regressar de vez, agora em paz, pleno de amor para um novo começo. E acredito na ressurreição da carne mas, principalmente, do espírito. E em comunhão, ainda melhor.

Pode ser que daqui...

29 maio 2009

Home is where you are

Dormi sobre as coisas sem lhes tocar, na leveza do sonho e passo a lânguida hora espraiando-me por este espaço vendo a tua presença a mudar a ordem que tudo tinha até então. O calor que invade o dia transparente, sabemos que nos vai sufocar nalguma hora, nos trajectos a bordo do punto, na roupacolada e escorrida aos assentos. E ter várias camas para descobrir e desmontar, chão muito a percorrer e soprar, levantar o pó do tempo e recriar novos trajectos entre as sensibilidades comum de áreas diferenciadas, outros saberes, maiores comun_idades...

Onde fôr, mas junto a Ti!

27 maio 2009

Oak_Wid

A feira do livro voltou aos aliados, passados trinta e quatro anos, abrindo as festas da cidade! E enquanto os românticos literatos enchem a praça com o seu sentimento ao rubro, florescem árvores com a mesma alegria, enquanto o povo espera para descer à ribeira nos seus ritos pagãos para olhar o estreito de pedra unido pela estrutura férrea dos últimos séculos. Ouvem-se gaivotas sob o céu azul... e o parque, que é a melhor obra de arte da urbe, entra em festa em breve.

Também no dia em que percebemos a quebra da imunidade sobre as alterações do clima, em que a fina película que envolve a nossa espécie perdeu a força contra o aumento da intensidade solar longínqua, que engrandece; Esse orgão aderente que nos separa das provocações externas, as emoções descontroladas.E o sangue borbulha mais rápido por debaixo da superfície...

Com um novo recurso comunicacional, disposto a enfrentar as viagens e compromissos que se seguem, atravesso a cidade no antigo percurso de túneis, subo a calçada ladejada de verdes e floridos jardins das vivendas e entro na venda para azeite do santo, ovos e fruta (pêros, kivis e uma meloa laranja – os alperces necessitam madurar...), retiro as ervilhas presas no congelador cheio da massa gélica que cresce silenciosamente. E coloco a cola zero das ruas de coimbra neste início de amor eterno.

Almoço com o som da rádio ao fundo e desperto para a vida em podcast.
A dez dias do dia dez.

17 maio 2009

Imagine...

Chego agora a casa depois de uma chuveirada londrina nesta cidade com amores_perfeitos e per_vincas em liberdade, o ginkgo centenário ao lado das olaias em semente, um jantar de equipa coeso e sua cadela safira na casa verde e seco à lareira, conflitos de parentalidade discutidos ao casal d’estima, terminando com a image rave party na cave do galécia e o elemento esperado. Aguardando ansiosamente - Como te quero, meu Amor!

Desperto para um pequeno-almoço de improviso com a imagem do sol matinal iluminando o nosso fado e volto para a cama. E de novo a sua voz, suave, em segredo dos seus giros pela cidade, pela história construída por séculos em imagens que outros vêm ver – a realidade é muito melhor que as palavras. Roupa na máquina, aparo as patilhas, cozo peixe e legumes, pergunto à P pela lavagem do carro e por um abastecimento aberto, como e banho-me e visto-me. Pelo fresco da rua, subo à colina para café, regresso ao cachimbo de mármore e água que percorro por entre os locais, encho o cabaz e na volta lembro as gelosias, o camilo à porta e entro nos crivos – partes de corpos e casas, mulheres de olho atento nos dois pisos – trago o roteiro e subo ao castelo de ancestrais símbolos gravados, altivo – caixas de nós mesmos, uma carta de amor pela própria gravada ao ouvido, postais e polaroids reveladas em companhia - noto de novo as árvores da francisco sanches, o morais do riso junto ao báculo de são pedro, pequenas rosas_sangue que trepam os postes de luz, o museu já fechado e o parque de rodas e crianças e cães e bolas, de novo cumprimento as pessoas do prédio, o cheiro do jasmim intenso, descarrego a mochila, estendo a próxima mala no sótão e abro o pc para acolher-te calmo, depois de duas talhadas de doce abacaxi, meia banana, iogurte natural com doce de tomate, pelos jardins que amas. A claridade que surpreende as janelas neste fim de tarde traz o brilho e o fulgor desejados quando aqui coloco estas palavras...

16 maio 2009

Traveler_Made

E da proximidade das palavras às imagens e carícias por skype, todas as tonalidades começam a descarregar a sua profusão espectral em cada chamada, a cada mensagem, arrastando limos de incerteza sob a limpidez das águas, premitindo a beleza translúcida de cada seixo no leito, das margens...



A promessa cumpriu-se e semana vai correr rápida até ao átrio da caça espectante pelos seus atiradores fortuitos. Entretanto as caldas receberam o encontro dos amores idos para o balanço do tempo mortiço e feio que finda com clássicos jogos de família – buzz e guitar_hero III – no bar casual em campos e com bolas reais, molhadas... Adormeço e só espero acordar ao teu lado!

Hoje no dia da partilha e da comunhão...

14 maio 2009

Growing_Wings

Ao acordar, passou pela rádio e falei, con_fundi-me, sonhámos... só um pouco mais longe em largo areal... Até já!

11 maio 2009

Coro_Nation

Na esquizofrenia emocional, vou de um extremo matinal ao outro, de início da jornada. Mas nada, tudo o posso dizer é que já fui coroado...

10 maio 2009

Water_Dessert

Chegada perdido com colega ao destino pretendido;almoço na berta com bisnas de lúdica cumplicidade, sair pela chuva fora de metro até casa. Maquilhar e relaxar!
E foi assim que chegou o jantar no guilho da amadora: todos estavam lá, os que estavam lá; foi convívio fora e dentro, conversas muito dentro ou muito fora, grelhados, bolo_brownie de chocolate, CRV, ao colo de madressilvas cholhidas lá em macau. Minis, cálices e recitais de MEC no instante. Despedidas e siga na maria até ao show, a tina_jenny e vodkas, e imperiais finas, e fumo, e cheiro, olhares e toques, sorrisos, alegria - só faltou um karaoke como este:



E do calvário, passando pelo cacau da ribeira com biblotecária e livro embalado(obrigado, Rui!), ascendo na graça, de novo para amar sob um céu carregado, de raios trespassantes, atravessando a procissão e seguindo a senhora da saúde pelas escadinhas, becos, fontes, veios e vielas do antigo bairro do meu coração. A bater, a acordar lentamente junto às águas correntes.
Cogumelos e gelado de baunilha derretido pelo braço com a prata da casa.
O melhor mesmo é sermos o melhor de nós!

E ter_Vos a todos nesta noite!

08 maio 2009

Write_For

Tudo me pareceu simples: escrever é aumentar com uma pérola o colar das musas, legar à posteridade a lembrança de uma vida exemplar, defender o povo contra si próprio e contra os seus inimigos, atrair sobre os homens, mediante uma missa solene, a benção dos céus. Não me ocorreu a ideia que se pudesse escrever para ser lido.
Escreve-se para os vizinhos ou para deus. Tomei o partido de escrever para deus com o fito de salvar os meus vizinhos. Eu queria devedores de obrigações e não leitores. O desdém corrompia-me a generosidade. Já no tempo em que eu protegia as órfãs, começava por me livrar delas, mandando que se escondessem. Escritor, o meu estilo não mudou: antes de salvar a humanidade, começaria por lhe vendar os olh os; só então me voltaria contra os pequenos mercenários negros e velozes, contra as palavras. Quando a minha nova órfã ousasse destar a venda, eu estaria longe; salva por uma façanha solitária, ela não repararia a princípio, chamejando numa prateleira da biblioteca nacional, no volumezinho, novo em folha, que traria o meu nome.
Advogo as circunstâncias atenuantes. Existem três. Primeiro, através de um límpido fantasma, era o meu direito de viver que eu punha em questão. Nessa humanidade sem visto que espera o bel_prazer do artista, terão reconhecido por certo a criança empanturrada de felicidade que se entediava no poleiro; eu aceitava o mito odioso do santo que salva a populaça, porque afinal a populaça era eu: declarava-me salavador patenteado das multidões para efectuar discretamente, e ainda por cima (como dizem os jesuítas), a minha salvação.

As palavras, Jean-Paul Sartre 1964

05 maio 2009

Red_Days

E a chegada do trio do coração às traseiras da boavista,uma dormida na casa recém-habitada por doutoramento projectado por dez anos, a partida madrugada pela estrada gratuita e a alvorada na capital do conhecimento, saída cruzando a cidade do gótico rumo ao sul do tejo. Os caminheiros de maio acompanham as bermas entre almeirim e coruche. De montemor ligo à guis, perco-me entre o escoural e alcáçovas, demoro por viana, alvito e cuba. Chego a beja e vamos comprar o ramo de gereberas rosa para a mãe num super lotado e, em vez da feira, bebemos uma imperial no centro recorrido. Sigo para o berço natural no limiar da planície onde todos os trabalhadores celebram debaixo da ponte na fronteira serrana. Sábado matinal no mercado de tavira levando caixa de peixe fresco para o carro da cunhada que acompanhamos na visita à avó falecida, de frente para a ria. Regresso no mesmo trajecto por évora, repito a confusão pela mitra e são brissos e, depois directo até ao meu minho.
Manhãs cegas numa mistura de cargos e papéis, o meu casal adorado em casa e na esplanada, a dureza das ideias, entrega professoral na busca das identidades competentes, uma rua nova e a vizinhança que me recebe a cada dia, a cada noite...

29 abril 2009

Maps

(oh, puta de sorte!) Já passavam das sete e meia da matina quando insistem no toque seco e oco da minha porta. Levanto-me para abrir, volto para vestir o robe e quando espreito pelas escadas, vem uma senhora loira - melhor do que o vizinho do mercado com problemas de inundação ou um qualquer amante enlouquecido! Era a antiga inquilina ucraniana que me pergunta se podia dar~lhe a sua correspondência. Eu ainda lhe cedo as chaves mas ela pede para descer até à caixa e a acompanhar. Vou sorrindo gentilmente ensonado e abro a caixa, pego no maço de cartas acumuldas desde dezembro, sacudo-as, batendo umas nas outras, pelo pó e terra que cresceram graças às obras de arruamento lá fora. Verificamo-as uma a uma, ela não encontra o que procura (espera uma encomenda do seu país natal), fico com o seu número numa linda inês mal traduzida que não me deixou posto em sossego.

Há dois dias já via a luz do sol a esta hora, oiço um alarme automóvel e penso que já não funciona o comando do meo. Penso no papel dos diplomas e na urgente ida à farmácia.

Volto a dormir.

27 abril 2009

Unfriendly_Fire

De um giro pela feira do livro ao jantar rústico, perdidos pela invicta em “Maisons de France” – atravesso a semana com êxito, carne à prova na pedra, nacos quentes de integração conceptual e novas realidades se revelam. Décadas atrás, um rei sem roque devolve a linha ao seu destino nos gráficos naturais da actualidade; muitas guerras no horizonte do porvir, presentes e futuras. O gosto da solidão televisiva e angustiante, após mais um convívio maravilha, na bicha em salto alto, da vacaria prodigiosa à MaryLx e logo monsanto, nesta prisão dos subúrbios.
Desci a liberdade de cravo na mão, gambas na riba d’ouro, abaixo de são jorge, ouvindo as vinte e quatro horas entre coimbra e águeda que antecederam a revolução de há trinta e cinco anos; após a greve de fome (salvação da soja), sigo o sujo percurso urbano_ferroviário de domingo para amêijoa, pica-pau, caracóis e caracoletas no germano com casais amigos; mafia wars até às tantas, zeroes e chicks on speed, o redford e o ruffalo tomam uma cadeia de assalto e sobem a bandeira; erva para todos nos seus planos persecutórios. Acordo with a blitz, pela crónica de alexandre pais sobre a aceitação da diferença na (re)constituição de famílias por adopção.
Agora a fuga da madrugado num dia assim, porque o nosso amor é clandestino... e as leis mudam!

19 abril 2009

Meds

Não é que fique assim. Mas ontem esqueci-me - fiz directa!

16 abril 2009

Nessun_Dorma



A verdade e os seus dois lados: vestida e despida!

13 abril 2009

A Doll_Essence

Fui e voltei entre ben-u-rons, azitromicinas (3) e muscosolvan (que ainda não tomei hoje). Vi filmes de jesus, carros e atlântida (em animação), a mila_joana d'arc, outros de acção, o george do seinfeld armado em psicótico num episódio do sem rasto e o final da ripley no alien. Não adientei o trabalho que tinha (por isso aqui estou agora). Manhã pelo sul a dormitar com irmão e cunhada. Trago o fato, a menina do bernardim e o viriato do teófilo. A linha azul do metro leva-me a um gasto inesperado em taxi e a não apanhar o alfa do meio dia a tempo porque tive de levantar mais depois da chegada ao calatrava. Esta música surgiu-me depois da espera e alguma escrita (é já esta semana!) entre as crianças e o nintendo que não parava, e a miúda de trás com algum atraso de desenvolvimento.


(estes imortais! [eu sei que são quase oito minutos, mas confiem, vá lá!] E a menina casanova, tão nova e tão selvagem! O porto é sempre óptimo! E eu que venho do sul - esperando voltar para lá no dia nove do próximo! E assim termino em glória_paixão!)

Chego a casa com paragem pelo pool para hamburguer, recebo a conta da luz do morador da mesma morada mas do prédio ao lado, varro e lavo o chão, fumo e como banana, vejo o convite irrecusável de há um ano, listas de presentes e indeciso-me! Mas arrisco sempre para uma companhia neste desvario de palavras aos leitores e a mim mesmo que por aqui se lêem. Coloco tapetes, malas e sapatos, arrumo milimetricamente revistas, cd's e reciclo jornais. Chupo manga, espirro e vejo-me ao espelho - gosto do que vejo coincidir ao longe tenho de me despachar. Faço a contagem, verifico entradas e decido. Como será um ano depois (por aqui e por ali - com os altos e baixos que se confirmam) ? Mas quero-vos uma vez mais...

09 abril 2009

Su_Burrinha

Dias depois da doença atacar em forte, decido expôr a revolução interna que causou esta eleição antecipada. A febre veio com dores no corpo que me fecharam na fortaleza do lar em tristeza no ecrã e lerdeza mental. A adiar encontros pelo esforço do reconhecimento exterior. A procurar auxílio na boca do leão, percorrendo alas abertas de lilás nas ramas e a regressar suado e sereno para estender a máquina que, pela conversa do vizinho, humano, acolhedor, lhe inundou a loja. Até à esplanada, para oferta de cesto de fruta pela loli e conversa sobre roupa e retiro campestre com a ex-boneca ao fundo deprimida. Correr para cópias e contagem final, choque esperado para mais tarde aceitar, curvas até à vaca de fogo matemática e ao conhecimento das glicínias. Regressar, desabar e dar os pêsames para evitar mais desgosto.



O reencontro e digestão matinal do acontecimento no café com o pai da boa malta e o regresso para a auscultação terapêutica com termómetro, antibiótico e almoço ao fundo. Depois vem o embalo materno e apaziguador, mesmo sem abade de priscos. A efectivação apresentativa e parcialmente esclarecida. Na rua, depois de mudados os lençóis e tudo dobrado, descem magotes de gente: plebes, alarves, profanos. Segue-se o diálogo enebriado pelo aprofundamento dos destinos - Como é possível ter medo de uma cidade vazia? - enturmar uma macieira no subura e subir o largo dos arcebispos à lua cheia, por entre mais meia dúzia de altares enfeitados de quaresma; descê-los por sacos de dejectos à porta, confirmar o fecho da viatura e terminar a mala. Amanhã de novo, como após cada ressureição, à volta da mesa com a família...

07 abril 2009

Shade_(Fake)Shape II

...Dentro deste contexto, defendi que o papel unificador da consciência é o de dar coerência à nossa experiência. Ora bem, tal congruência é bastante arbitrária. Consegue-se formulandohipóteses e contando histórias que encaixem umas nas outras, que sejam congruentes entre si,sem que tenha muito sentido perguntarmo-nos se cada uma dessas narrações em particular é “verdadeira” ou o reflexo fiel das experiências, pois é o conjunto de todas elas que resulta como algo útl ou aceitável. A consciência elabora interpretações,isto é, unidades superiores que dão sentido aos átomos da experiência. Para isso conta histórias, mas depois de terem ocorrido os factos e das experiências terem tido lugar, ou depois de termos tomado as decisões. [...] A consciência está todo o tempo encaixando coisas dentro das narrações verbais e não verbais. [...] Em resumo, a consciência equipara-se à montagem final de um filme, graças à qual adquirem coerência as sequências que foram anteriormente filmadas.
Desempenhando este papel, o eu apresenta-se como um grande fabulador. Se a memória entrelaça materiais de diversas origens, mudando as suas narrações uma e outra vez, o mesmo faz a consciência em cada breve momento, entrelaçando percepções actuais com outros estados mentais. Por isso, o presente e opassado que aparecem à nossa consciência são diferentes versões ou “esboços múltiplos” de interpretações das nossas sensações e emoções. Não há uma versão que seja autêntica, a original, deque as demais sejam falsificações.
Mas, se não há um núcleo de identidade psíquica, se esta é modular e, para além disso, mutável e pouco fiável, haverá pelo menos uma hierarquia dentro destes módulos, um processador central que controle as execuções de todos os subordinados e que seja o nosso referente quando falamos de nós mesmos?



Alberto Carreras, Ciências Cognitivas e/in Identidade Pessoal – Caminhos e Perspectivas pela Quarteto (2004)
Entrelaçando luto, insónia e um gripe pneumónica...

06 abril 2009

Da_Hospitalidade

Andamos nus, apenas revestidos
Da música inocente dos sentidos.
Como nuvens ou pássaros passamos
Entre o arvoredo, sem tocar nos ramos.

No entanto, em nós, o canto é quase mudo.
Nada pedimos. Recusamos tudo.
Nunca para vingar as próprias dores
Tiramos sangue ao mundo ou vida às flores.

E a noite chega! Ao longe, morre o dia...
A Pátria é o Céu. E o Céu, a Poesia...
E há mãos que vêm poisar em nossos ombros
E somos o silêncio dos escombros.

Ó meus irmãos! em todos os países,
Rezai pelos amigos infelizes!

Pedro Homem de Mello, in "Os Amigos Infelizes"
Ao Catatos e a todos o que o lembram (como seu último desejo, nesta laranja mecânica, vou estar 24h Party People - um ano após a festança!)

05 abril 2009

Manhã_Submersa

Da gafanha alicerçada, revolta nos desencontros
Correndo pelos carris com o irmão em segunda;
Aterrar no oriente – direita, esquerda, volver
Ao abraço terno da carmo (junkfood, cartucho, compras)
Esperar o morzinho entre cigarros e café e conversa
Guiados por corredores rosa da IC19
Os muros nocturnos, mistérios nas estradas da serra;
Fotos e cartas e lixo no chão, estrelícias e jarros
E frutos das costelas de adão
O barco do pai perdido, feito em prisão política
Líquido pestilento descongela o dia na mesa.
Velharias no centro da vila pelo vidro entreaberto
As rainhas na rádio, ultra popular boémia
Raposódia de armas, por ranholas ao sol.

Escura era a Noite

Chegar fresco ao chiado arejado e almoçar
Com a leve clave gravada na pele, e estrelas;
Na trindade coberta, a vista de são pedro, pelo bairro
De tarde e toda a marginal com a ruptura familiar
Até alcabideche – lá os os, espectáculo de oráculos
Trazem-nos para a vivenda albergue de jogo
E comezaina pelos quartos de Eros e Psiquê;
As laranjas e janelas matinais mostram
A onda verde que sempre emerge à nossa frente
Dali à graça e as opções do bisnau,
O sorriso da monkas e o interior sereno e claro
Do templo renovado; comer na cabreira
E fumar na berta descendo as calçadas firme e gripado
Até à partida (Começam e acabam de ler o Siddhartha ao meu lado)

Ai Jesus!

02 abril 2009

G_Mail

Ontem postei do trabalho! Eh, eh!

01 abril 2009

East_Hiria

Início da estação: de vinte para vinte e um, na capital para mudança de ano de vida do meu mistério perfeito e da bela da boa da catita; no salto directo do inter de do metro, do reencontro dos amigos da champanhe com frutos vermelhos, do bolo de aromas coberto, do taxi, do dj à porta da escadaria em útero aberto, do ritmo dançante, da esplanada da madrugada no tejo e conversas de convulsão fraterna. O sofá trocado por três, na análise da duração amorosa com rebecca, rugby explicado, jantar de frangos na graça da leveza provocada pelo desabafo destas angústias de pesar; regresso à base a fechar, a caixa de sons no pleno suor da pista, os ex emergem no rodopio da porta e de novo no divã até à partida para a académica em almoço estival com irmão e cunhada.
Segundo round na estação de aveiro em soprada baixa de temperatura: rapto pelo casal das gémeas para a barra, à espera no farol; acolhidos no acampamento francês que levanta arqueologias por aqui e sua cadela kali, alvorecer na costa nova de grades em riste, correr na crista do vento por sapatarias no centro dos canais, jantar-buffet com a tia, o sobrinho e a suécia a acompanhar o empate; caixa de anti-depressivos vazia sem espanto pela farmácia de serviço que nos envia para ílhavo; adeus frustrante, engate na carruagem e sexo rápido à chegada do cortejo.
Final da linha: das camisolas e ténis novos, das relações que permanecem, estabilizam ou acabam (há intervalos, pausas para férias). No dia das mentiras tudo serve para convencer e acreditar no sucesso das relações – café matinal com o morzinho na baixa das caldas e um bolinhol de esperança.


(ontem enviaram-me um texto encriptado – parece-me que assim está bem!)

27 março 2009

Educ'A(r)te_Ap(r)en'Dice IV

Libertar da sujeição o desejo de saber

A exploração violenta da natureza substituiu o desejo pela sujeição; espalhou por toda a parte a maldição do trabalho manual e intelectual e reduziu a uma actividade marginal a verdadeira riqueza do homem: a capacidade de se recriar, recriando o mundo.
Ao produzirem uma economia que os economiza, a ponto de fazer deles a sombra de si mesmos, os homens obstruíram a sua própria evolução. É por isso que a humanidade tem ainda de ser inventada.
A escola traz consigo o sinal palpável duma fractura no projecto humano. Apreeende-se nela, cada vez mais, em que condições e em que altura a criatividade da criança é destruída sob as marteladas do trabalho. A velha litania familiar que reza “Trabalha primeiro, logo te divertes” sempre exprimiu a absurdez duma sociedade que prescrevia a renúncia duma vida para melhor se consagrar a um labor que a esgotava, deixando aos prazeres apenas as cores da morte.
É necessária toda a parvoíce dos pedagogos especializados para alguém se espantar pelo facto de tantos esforços e canseiras infligidos aos alunos redundarem em tão medíocres resultados. Que esperar quando a mais íntima vontade falta, ou já nem existe?
Tendo Charles Fourier observado, durante uma insurreição, com que cuidado e ardor os amotinados arrancavam a calçada duma rua, erguendo em poucas horas uma barricada, comentava ele que teriam sido necessários três dias de trabalho a um rancho de cantoneiros às ordens dum patrão para fazer o mesmo. Os assalariados ter-se-iam limitado a dedicar ao caso o interesse da féria, sendo em contrapartida a paixão da liberdade aquilo que animava os insurrectos.
Só o prazer do indivíduo ser ele mesmo e de ser para si mesmo poderá dar ao saber esta atracção passional, que explica o esforço sem a recorrencia à sujeição.
Tornar-se uma pessoa aquilo que é exige a mais intransigente das resoluções, nisso se impondo constância e obstinação. Se não quisermos resignar-nos a consumir conhecimentos que nos hão-de reduzir ao estado miserável de consumidores, não podemos ignorar, para sair deste atoleiro em que se enterra a sociedade do passado, que temos de tomar a iniciativa dum impulso de sentido contrário. Pois quê! Então vocês estão dispostos a combater e esmagar os outros para arranjarem emprego, e hão-de hesitar em investir essa energia toda numa vida que será todo o emprego que fizerem das vossas próprias pessoas?
Não queremos ser os melhores, queremos que nos caiba o melhor da vida, segundo o princípio da inacessível perfeição que revoga a insatisfação em nome do insaciável.

Raoul Vaneigem, Aviso aos alunos do ensino básico e secundário (1995) pela Antígona

Lights_Out



Ligths out, shoot up the station,
Tv´s dead, where's there to run?
Watch everybody come undone (Lights out)
We'll make it easy we'll make it run
One life they see now, how'd they get one?

Still I'll wait another run

[Chorus]
Don't worry
Don't get to worry man I got you tight
Don't worry
Don't have to worry till i hit the lights

Wiped out, no concentration
They got us baskin' in a stole
I watched your ass head loose it all (Wiped out)
They ain't gone see me that's what i want
A casualty but i have more fun

And i know what it's about

[Chorus]

I'm still here shaking my head
The way you care to come forth
I can't do what's down my head
There's no place to run

23 março 2009

To_Day

"O grande problema da Europa é de democracia - de fundar ou refundar a futura democracia europeia - e, enquanto não resolvermos esse problema, dificilmente resolveremos qualquer dos muitos outros.
A democracia ainda não nos salva de cometer erros. Mas continua a ser, sem dúvida, a melhor maneira de os corrigir."

Rui Tavares in Público



O original aqui - We just need more Harmony!

20 março 2009

Ab_Sint

Hoje foi o dia em que conheci o Eric (father's day) - até um dia... E em que o irmão fez trinta e três; e a Cátia faz trinta e cinco - ontem no hotel turismo apresentámos os nossos votos de felicidade para esta estação. E a actividade dos in_docentes da escola sobre a água e a primavera - uma poesia que toda a semana me levou a estar até hoje à uma na escola e às três e meia em insólitas bebidas no bar vazio. Do torga à sophia, pela temática da reciclagem das sinergias em formatações contínuas para o primeiro júri desta metodologia de lágrimas e alegria.
Há uma humidade no ar e os vegetais brotam no seu pleno ser, deixando a inércia inanimada para a explosão de cor que será reavivada pela descarga da condensação do Ser.
Energias ao rubro neste controlo fluido aeriforme onde as partículas de uma substância se movem livremente no espaço em que estão confinadas.

Vida


do Latim Vita


s. f.,
-estado de actividade de animais e plantas;

-existência;

-espaço de tempo decorrido entre o nascimento e a morte;

-modo de viver;

-profissão;

-emprego;

-conjunto de coisas necessárias à subsistência;

-biografia;

-movimento;

-calor;

-animação;

-expressão animada;

-subsistência;

-sustentáculo;

-origem.

modo de —: emprego;

— de cão: vida de atribulações e trabalhos;

a — eterna: a bem-aventurança;

má —: prostituição;

mulher de má —: meretriz;


loc. adv.,

à boa —: sem trabalhar;

— airada: estroinice; boémia, vagabundagem.

in http://www.priberam.pt/dlpo/definir_resultados.aspx

13 março 2009

Jahi_Lyiah

E na busca das amendoeiras longínquas e dos amores esquecidos, reavivados aqui:

MOURNING IN ANDALUSIA

If white is the colour
of mourning in Andalusia,
it is a proper custom.

Look at me,
I dress myself in the white
of white hair
in mourning for youth.


Abu l-Hasan al-Husri (d. 1095)

SLAVE BOY
They shaved his head
to clothe him in ugliness
out of jealousy and fear
of his beauty.
They erased the night
and left him in dawn.
Yusuf ibn Harun al-Ramadi (d. 1022)

LEAVETAKING
On the morning they left
we said goodbye
filled with sadness
for the absence to come.
Inside the palanquins
on the camels' backs
I saw their faces beautiful as moons
behind veils of golden cloth.
Beneath the veils
tears crept like scorpions
over the fragrant roses
of their cheeks.
These scorpions do not harm
the cheek they mark.
They save their sting
for the heart of the sorrowful lover.
Ibn Jakh (11th century)

(translated by Emilio Garcia Gomez & Cola Franzen)

09 março 2009

Found in the Corner

E da angústia do nada, assim surgiu, depois do confronto com os lapsos de falta de planeamento. A revisão do carro que não passou por excesso de libertação de monóxido de carbono e espelho lateral quebrado, parto após pesquisa sobre o apóstolo da vieira (e vidro elétrico encravado na auto-estrada). Mas não tenho saldo (poupo para novo catalisador) nem gasolina e saio em valença para o pôr do sol até à foz do minho. Por entre o parque de pinho alto e manto fofo, descubro a praia onde desagua em ínsula baixo fortaleza, o rochedo espanho e os pequenos pesqueiro na calma da maré que envaza; caminho só, dos arbustos pára-me o vulto que ignoro a método e na metade da linha volteio o olhar que me estarrece do fundo. Penetro no bosque e mergulho no engate corpo a corpo na sensualidade de pelos robustos e sotaque galego, a dor suave e o prazer ofegante por três horas numa atracção desmedida. Regresso satisfeito para a casa onde me espera o eterno visitante que me acompanha na janta e no duche e no caminho à estação e na espera do transporte que me catapulta para a invicta, estremunhado. O lusitano está lotado e reencontro o ex e amigas que me ciceronam no lugar onde me embriago na música e no marsuca_fogo da pina baush projectado na parede. Saio e espero e descubro o moinho para a perdição total da dança apertada e circular, suada pela visão ébria da multidão. Regresso ao santo da entrada para manhã na cama, passeio ao fim da tarde domingueira, de famílias eucarísticas e o fresco da noite que chega. Viajo por aqui um pouco, excitado e hoje preencho o dia em atendimentos atentos, directivos, acolhedores e devoro o convite onde quero regressar aos rostos que aqui me ligam. (e o bisnau faz anos e o primo e o frank)

01 março 2009

Re_Search

Zoe_Trope

Estivémos os quatro: foram quatro dias maravilhosos. Mais dois no FDS anterior onde reencontrei a mãe este ano que não vinha a lisboa desde que o pai morreu, para conhecer a casa nova do irmão e visitarmos_almoçarmos com o tio e o primo do cacém: depois curar a gastroentrite da monka durante a tarde e a noite. Pela manhã de domingo último sair para o trabalho da ana, carregar os jornais para dentro e ir até à gulbenkian mas o darwin estava já com filas às nove e pouco; directo ao parque, aproveito o sol, conheço um professor belga na linha d'água - beijos atrás do corte inglês e desço em liberdade até à pensão milanesa para sexo quente no duche e cama, protegidos e ternos. A monkas manda mensagem e subo até às residências monumentais para assistir ao Milk, ofegante. Activismo sempre! Depois café com a ana, descrevendo a prestação de sean penn e lendo el país, voltamos a casa, acertamos detalhes da viagem e assistimos aos óscares, adormecendo, por partes. No dia seguinte a loli chega e partimos, rumo ao norte. Paramos em coimbra para almoçar no cantinho dos reis; subimos à sé velha e descemos pelo teatro abandonado até à portagem para passeio na praça e café no santa cruz. Despedimo-nos no penedo da saudade e seguimos até braga, compras no lidl e depois do aconhego café vespertino e caminhada barroca de mais igrejas em pleno carnaval de crianças fantasiadas de bichos. Regressamos para subida ao sameiro e perdermo-nos do lanhoso até às taipas. Slumdog milionaire em guimarães, caril de gambas e a ana balda-se à entrevista; na manhã seguinte visitamos a casa de saúde de nogueiró e a tia-freira-avó da monkas que nos mostra o espaço e oferece camélias e bolinhos. Trabalho até à idade madura enquanto elas sobem ao gerês e descem até ponte de lima - favas em casa. No outro dia saio para trabalhar e ao almoço, no museu, com a colega e namorado, despedimo-nos para uma noite delas em chaves e minha na despedida do colega brasileiro que voou neste sábado depois de terminar a tarefa de instalar o office, fecharmos dois bares e assistir com o F. a uma praxe nocturna no pinhal de gualtar em ciências informáticas. Manhã a ressacar com um extra de mil euros na conta (erro óbvio a denunciar amanhã), farmácia hospitalar e saldos no souto. Preparo-me para o reencontro na invicta, atrás de mota pela campanhã até matosinhos para jantar com família maravilhosa. Depois rebenta o coração do porto, nocturno, até ficar verde. Regresso conturbado à constituição. Autocarro para serralves, restos de muñoz e todas as garartujas de wool até às caves cinematográficas. Da boavista a pé e toda a cedofeita, comida voraz na bombarda e lojinhas divertidas. Mais roupa e mini-tartes de maracujá, subir as escadas da lello e sambar à entrada do metro dos aliados. Agora sim, adeus e subo no lusco-fusco da sé, espero em são bento até, num virote, sair do comboio para o centro cultural de vila flôr assistir aos cavalos a correr e às meninas a aprender... Amo-vos muito, Juntos sempre!

18 fevereiro 2009

Now¨and_Then

Ahh... *(suspiro)
Para além de descobrir que andei a dar meses a mais à casa, chegam agora as consciências profissionais, enquanto oiço as crianças no recreio - tal quando era miúdo! Vim agora de uma palestra com um senhor andaluz sobre alfabetização e de um almoço com o meu casal predilecto.
Mas queria contar-vos o meu último FDS na terra dos cinco F's - em terra de três Pês (este nosso país é maravilhoso!): a minha valentina_Monkas convida-me para o concerto de Buika no TMG no sábado, depois do jantar em guimarães na sexta e pequena saída no coração desta cidade, agora luminosa. Pego no carroço e vá de auto-estradas - A7 até A24 sul, aprecio a altitude, nudez da pedra, socalcos vinhateiros e saio em lamego, encravada na encosta do douro. Lindíssima, subo pela nacional até sernacelhe, passo as vilas da rua e da ponte, depois do vale encantado, a àgua límpida a escorrer pelas rochas, rios de mel com o sol a pôr-se no espelho e, já noite, desco para o mondego, pelo porto da carne e volto a subir montanhas até ao centro da guarda. Janto uma alheira e reencontro-a, feliz. Antes do concerto faço a última aposta e derreto-me, quieto com a voz quente da senhora em palco, descalça. Aplaudo sempre. Saio no meio das gentes cultas, vou aos camarins no descanso dos artistas e acompanho o peixe e bifes deles com finos e vinho. Ficamos sós no café concerto com amena conversa e digestivos. Seguimos para o van_hotel onde assistimos relaxados ao início do esplendor na relva. Acordamos breves, vejo-os partir para terras vizinhas e pequeno-almoçamos no último andar, planeando o domingo. O cigarro na saída, o topo branco da estrela ao fundo e sigo acompanhando a cordilheira brilhante pela A25. Depois das rochas aspergidas à superfície, pinheiros sós ou em multidões, esbeltos, elegantes acompanham-me nas curvas íngremes para norte. Saio em vila real e convido o morzinho para um café, não atende logo e passo amarante - A11 até casa. Obras ao lado ao acordar e na rua ao sair. Mudanças internas despontam em brotos... (é da primavera ; esta semana amigas vão encher a casa)

11 fevereiro 2009

Dreadlock_Holiday



I was walkin' down the street
concentratin' on truckin' right
i heard a dark voice beside of me
and i looked round in a state of fright
i saw four faces one mad
a brother from the gutter
they looked me up and down a bit
and turned to each other
I say
i don't like cricket oh no
i love it
i don't like cricket oh no
i love it
don't you walk thru my words
you got to show some respect
don't you walk thru my words
'cause you ain't heard me out yet
Well he looked down at my silver chain
he said i'll give you one dollar
i said you've got to be jokin' man
it was a present from me mother
he said i like it i want it
i'll take it off your hands
and you'll be sorry you crossed me
you'd better understand that you're alone
a long way from home
And i say
i don't like reggae no no
i love it
i don't like reggae oh no
i love it
don't you cramp me style
don't you queer on me pitch
don't you walk thru my words
'cause you ain't heard me out yet
I hurried back to the swimming pool
sinkin' pina coladas
i heard a dark voice beside me say
would you like something harder
she said i've got it you want it
my harvest is the best
and if you try it you'll like it
and wallow in a dreadlock holiday
And i say
don't like jamaica oh no
i love her
don't like jamaica oh no
i love her oh yea
don't you walk thru her words
you got to show some respect
don't you walk thru her words
'cause you ain't heard her out yet
I don't like cricket
i love it (dreadlock holiday)
i don't like reggae
i love it (dreadlock holiday)
don't like jamaica
i love her (dreadlock holiday)

i hurried back to the swimming pool

(Pra.P.)

Foi entregue o convite, a candidatura, as calças, não as lentes, a botija, as datas, a pressão gerada, as fugas, diz_conexo...

09 fevereiro 2009

9.2.2..9

Quase capicuava tudo...

E esta decisão_indecisa torna-me imovelmente enérgico no silêncio da casa. Pudera, depois da confusão de sábado. Esfomeado, sem nada aguentar no estômago, chego acompanhado ao sol nascer depois dos amassos no mesmo dia de tarde e despimo-nos e devoramo-nos avidamente no corredor. O rapaz que me pegou na mão e que serve copos no whiskey. Amanhã vou ve-lo. Isso ou a Dúvida.

07 fevereiro 2009

Count_Back

seis meses atrás lançava a âncora. Hoje agradeço todos os amigos que tenho aqui. Obrigado a vocês que me conhecem (e à grande maioria que nunca irá ler este blog).



(Preciso de um gato na minha vida!)

E ainda ao frank que me ligou e ao tigo que já regressou... a Portugal! Vivam todos!

Triumph of a Heart (tradução)
Os nervos enviam sinais trémulos directos a todos os meus dedos.
As veias dão suporte ao sangue jorrando pulsivamente.

O Triunfo de um coração - que concede tudo.
O Triunfo de um coração - que concede tudo.

O tronco e as pernas resistentes, servem de caminho ao meu combustível favorito
jorrando cabeça acima em direcção ao meus rins.

O Triunfo de um coração - que concede tudo.
O Triunfo de um coração - que concede tudo.

Suavemente, o pulmão de veludo vermelho impulsiona alegremente o oxigénio
do começo ao fim do nariz, do começo ao fim da boca,
mas preenchendo tudo com alegria.

O Triunfo de um coração - que concede tudo.
O Triunfo de um coração - que concede tudo.
O Triunfo de um coração - que concede tudo.
O Triunfo de um coração - que concede tudo.

06 fevereiro 2009

Pré_Shoah

"Não há espécie com mais medo do que a espécie humana. É o tributo que temos de pagar pelos nossos privilégios."


in "O Medo - Tratado sobre a Valentia", de José António Marina retirado da Única_Expresso desta semana, cujo tema foi a Coragem.


Foi ao fundo do palácio do sangue*, azul, onde irá agora sair o túnel da avenida, que hoje fui precogitado pelo meu destino. As análises vieram correctas e engordei meio quilo já sem quase alguma carga malévola. O reencontro a tangerina, as maquiavelices de colegas, a descrença doutros, a vida inteira, a gripe já curada, a agitação perpétua e desconcertada da tarde, o elogio ao patrão, a conversa desmesurada sobre auto-eficácia, sigo lento *junto aos óculos da P.


Hoje imagino o pinguim na belgrado branca ao lado do seu dejan (mesmo não sendo), e isso deixa-me feliz; ou o sócrates a ser e viver quem é, e sinto-me feliz; ou mesmo os felizes a dar uma grande, boa, forte e merecida queca ;) - e estou feliz!

E até mesmo o JCD à chuva, pela verónica ao cimo da ladra, e depois um banho de imersão... Feliz, Muito feliz!

31 janeiro 2009

Vanilla_Sky

To my meeting_aquarian real friends (and all these birthday parties) - Look at this funny little band! To all that's gonna stick it out till the end...

You have my heart
And we'll never be worlds apart
Maybe in magazines, but you'll still be my star
Baby 'cause in the dark, you can't see shiny cars
And that's when you need me there
With you I'll always share
Because ...

[Chorus]
When the sun shines, we'll shine together
Told you I'll be here forever
Said I'll always be your friend
Took a note I'm a stick it out 'till the end
Now that it's raining more than ever
Know that we'll still have each other
You can stand under my umbrella
You can stand under my umbrella
Ella ella eh eh eh ...
Under my umbrella
Ella ella eh eh eh ...

These fancy things,
Will never come in between
You're part of my entity,
Here for infinity
When the war has took it's part
When the world has delt it's cards
If the hand is hard, together we'll mend your heart
Because...[Chorus]

You can run into my arms
It's okay, don't be alarmed
Come into me(There's no distance in between our love)
So gonna let the rain pour
I'll be all you need and more
Because...







Have a nice Month_Week_End!

28 janeiro 2009

Shade_(Fake)Shape I

"Desempenhando a função de esconder a evidência, a opinião pública tem o mesmo papel que a tradição nas sociedades antigas: oferecer algo a que se possa aderir e ser salvo de recriminação. Mas enquanto a tradição incluía uma semântica de segredo que era passada de geração em geração, a função de encobrir a realidade que tem a opinião pública nunca foi referida. Ela própria se torna "segredo". Isto é compensado pela rápida mudança de temas e a uma abertura ao que é novo.
Pode-se clarificar esta orientação com a ajuda da metáfora do espelho. Neste caso já não temos um espelho de virtudes no qual o príncipe pode reconhecer o seu melhor ego mas a possibilidade de observar como seu próprio observador e outros são representados pela opinião pública. Em nenhum acontecimento nos vemos ao espelho mas apenas a expressão que compomos para o espelho. Mas não é tudo. Para além disso, nas nossas costas vemos outros que também actuam em frente ao espelho: outras pessoas, grupos, partidos políticos e versões do mesmo tema.
O que quer que vejamos é só um perfil que é determinado pela nossa própria posição e movimento. O efeito assenta completamente na intransparência do espelho., isto é, numa separação total de tudo o que realmente ocorre na mente das pessoas reais ao tempo em que se olha para o espelho. A diferenciação do complexo meio_forma da opinião pública e a dissimulação da verdadeira complexidade de uma grande quantidade de processos conscientes torna possível à política orientar-se de acordo com a opinião pública.
Por um lado, isto significa que a política só pode vislumbrar-se no espelho da opinião pública, fixada que está no contexto artificialmente escolhido das suas próprias possibilidades de movimento. Por outro lado, contudo, o espelho também reflete de volta para o observador menos e ao mesmo tempo mais que somente ele próprio. Ele também vê os seus concorrentes, intrigas e possibilidades que só são atractivas para os outros e não para ele. Assim, o espelho da opinião pública, tal como o sistema dos preços de mercado, torna possível uma observação dos observadores. Como sistema social, o sistema político, portanto, usa a opinião pública para se tornar capaz de se observar e desenvolver estruturas de expectativas correspondentes. A opinião pública não serve para estabelecer contactos externos. Serve a clausura auto-referencial do sistema político, o círculo fechado da política. Mas a clausura auto-referente é conseguida com a ajuda de uma instituição que permite ao sistema distinguir auto-referência e referência a outro, isto é, a política e a opinião pública, na realização das suas próprias operações e com ela construir uma representação dos limites das suas próprias possibilidades de acção.

[...]

Niklas Luhmann in A Improbabilidade da Comunicação. Pag. 85-87 Vega (4a Ed.) Colecção Passagens, 2006.


Apenas para dar andamento. Desabafos sobre o que faço, os que fazem, o que fazem... onde estou.

25 janeiro 2009

Ins(Des)_Cription

23
*As duas palmeiras, uma bicéfala, no alto ermo das setas uivantes, sós, à lua. Atravesso o vento irado, as ruas de granito, directo à senhora, passando por trás para cigarros e café. Cá fora amacio o fumo escutando o estalar do taipal exterior e o reggae interior. Jola, jola e a associação enche. Saio e visto a camisola de gola tuaregue pela avenida central, até entrar no código onde vodca, converso com uma italiana que ajuda a amiga indisposta, e os dois tipos que as acompanham, sobre sandes de caracóis.Peço a vogue com artigo de moda grunge à proprietária, rumo à colina. Caipirinha sozinho na esplanada, escutando o chuveiro aberto do firmamento, com as luzes percorrendo os montes em volta. A c. vê-me, interrompo para um jacto e sento-me com ela I o seu novo amigo. Descemos para a rampinha (vou buscar as chaves do pópo), amêijoas e cachorro especial. Depois o insólito acontece até de madrugada com o primo, o som na pista do pátio de pedra. Entrega ao amanhecer.
24
Dormitar pela tarde, incenso de cedro na cozinha e de sândalo na sala. Posta de bacalhau no supermercado de baixo para cozer com grão e ovo. Levar bicas, tomar café e pastel de carne no bar, agora com karaoke. Janto, fico bem e por casa, nas memórias.
25
Acordo com alarmes, saio a meio do dia ao pólo para público, folheio o sócrates no café ao lado e vou ao e'leclerc: saladeira_fruteira toupeira, vaso verde e vela laranja;tangerinas, sumos, maçãs e pêras, papaia e tomate, bróculos, fiambre e queijos. Vejo a sairaivada nos quintais já à janela, almoço e saio. Santo antónio das travessas, caffe noir, fotografia do século vinte e stilonova iorque pela taschen, dobro a dom gualdim pais, passo os arcos apagados das lojas até à esquina do turismo. Compro o livro algo desconfiado > e uma regueifa na ferreira capa. Com água, leio no DM que a prof. em ciências da comunicação, Felisbela Lopes, nota a falta de competências na oralidade dos estudantes universitários; josé cunha rodrigues, prof. de literatura portuguesa, fala das vantagens do ebook, ferreira leite por estas ruas, cenfim na junta de são vicente, colégio comemora aniversário dos irmãos la salle em portugal, maus árbitros em dume, reis para novos e velhos, josé luís costa no seu auditório de bolso - o primeiro dia de joão negreiros, na 2 "O que nos torna Humanos", documentário da evolução da nossa espécie por Armand Leroi.
A água escorre por todo o lado, mostrando os declives e rugas do solo. O frio cortante rasga o céu escuro nos últimos laivos de luz. Oiço o quarry, a cláudia liga, a mãe e a garcia não atendem, o morzinho sim. Escrevo esta dedicatória aqui (a_voz) >

"Vão por mim - isto de escrever é tarefa de ourives! Quer isto
significar que são necessárias umas não muito poucas condições para tornar
possível o acto da escrita. Tem alturas que me quase dou em doudo. Em suma, a
escrita é trabalho cheiamente penoso. E só quem sabe pode pronunciar-se, pelo
que não me venham com histórias de "eu imagino", "eu compreendo", "dá para
perceber", que isso é conversa por demais amolada. Entendo e riposto - só quem
trabalha a pedra pode saber o que é trabalhar a pedra. com a escrita o mesmo se
passa. Mais pedra, menos pedra, a coisa vai dar ao mesmo."


Bruno Amarante Crónica de uma cividade
Pag.9 da colectânea "Obrigados a entrar em braga algo desconfiados" Dezembro de 2008.

24 janeiro 2009

Dream_On (Samba)

Summertime,
And the livin' is easy
Fish are jumpin'
And the cotton is high

Your daddy's rich
And your mamma's good lookin'
So hush little baby
Don't you cry

One of these mornings
You're going to rise up singing
Then you'll spread your wings
And you'll take to the sky

But till that morning
There's a'nothing can harm you
With daddy and mamma standing by

George Gershwin

Hoje estou assim, depois de uma noitada daquelas. Ver no post acima*À espera de tempo quente, sol e amor.



Em homenagem a um amigo: porque tenho os pés frios... e chove.

Cliquem aqui e aqui.

23 janeiro 2009

Judgment_Day

Chego a casa e pelo a cenoura ressequida (depois de congelada); corto-a em tirinhas para fazer uma omelete. Primeiro metade de uma cebola e frito-as no óleo, depois as batatas cozidas aos bocados polvilhadas de oregãos. Bato os ovos com pedaços de queijo e pimenta preta, separo o lixo e coloco a louça na pia. Sirvo o sumo de laranja, lavo as quatro folhas de alface e corto-as em tiras, enroladas, para um pequeno prato. Fatio a outra metade enquanto também o cigarro me arde no olho e deito o polme simples. Coloco uma bela maçã ao lado do copo.

Penso nos que se foram esta semana. No que agora conheço, o que ouvi, o que li.

Dispo-me rapidamente e dobro as camisolas de lã. Desligo o fogão. De camisa aberta, aparo a barba rala ouvindo a RUM, tiro o resto da roupa e enfio-me na banheira. Passo o champô e esfrego-me com as duas mãos desde os pés_artelhos, subindo por membros, tronco até à face, em movimentos circundantes, circulares. Enxaguo-me e absorvo a pele vigorosamente, perfumo os lados do pescoço e passo os punhos. Tempero a salada com coentros frescos congelados,um fio de azeite e gotas de vinagre. Sirvo.
Guardo a roupa e os sapatos, troco de pasta. De alças e cuecas lavadas, calçado de peúgas altas em losangos ingleses, danço royksopp e saint-etienne, enquanto passo a camisa das cornucópias a ferro. Visto as calças caqui do avô e calço o sapato pipi para a inauguração da tarde.

Enquanto almoço, verifico a carta da semana e o primeiro dia do obama *guantanam_o Basta!

Avalio a semana atribulada na escola e o alerta de cidadania. Controlo o estacionamento, lavo os dentes e despenteio o cabelo. Guardo as chaves, telemóveis e carteira nos bolsos apertados. Visto o casaco de cabedal e coloco o lenço. Saio apressadamente.


Another World - Anthony and the Johnsons

Regresso já noite, outro dia. Leio uma alma pura, no quadrigésimo aniversário da morte deste brilhante estadista. Leio-Vos. Escrevo(_Vos).

18 janeiro 2009

Dar_Dos

Ora que sou agraciado com um prémio pelo Pinguim! Ora que, uma vez o primeiro, corro a colocá-lo no cantinho superior, feliz pela graça. Ora que decido investigar o significado da palavra:

O dardo é uma arma de lançamento com ponta de ferro semelante a uma lança. Foi utilizado por muitos povos em eras diferentes e como tal é natural que o seu tamanho e peso variem. Actualmente o dardo utilizado em competições tem de comprimento 2.60m a 2.70m, de diâmetro de 2.5 a 3cm e pesa 800g. Durante a história foi maioritariamete lançado sem ajuda de instrumentos de propulsão.(...)
A principal diferença entre o dardo e a lança está na sua utilização. O destino dos dardos era serem arremessados antes que as duas frentes se envolvessem no combate corpo-a-corpo. Como tal, os dardos eram mais leves, o que facilita o arremesso mas faz com que a arma seja mais frágil, aumentando as hipóteses de se quebrar.(...)
Ainda se utiliza para se designar uma pequena lança utilizada em zarabatanas e outros instrumentos principalmente com propulsão a ar comprimido, sendo utilizado também em armas de fogo especiais. Bastante utilizados com anestésicos na captura de animais selvagens.

Com o Prémio Dardos reconhecem-se os valores que cada bloguista emprega ao transmitir valores culturais, étnicos, literários, pessoais, etc.; que, em suma, demonstram a sua criatividade através do pensamento vivo que está e permanece intacto entre as suas letras, as suas palavras. Estes selos foram criados com a intenção de promover a confraternização entre os bloguistas, uma forma de demonstrar carinho e reconhecimento por um trabalho que agregue valor à Web.

Se o meu Amigo me vê assim, respeito-o, aceito-o. Sinto a amizade no gesto da escolha, no valor atribuído, no diálogo estabelecido -que se estabelece. O meu sincero agradecimento a ti, homem das neves! Como a vida, o jogo tem regras. Passo a trancrever:

1) Exibir a imagem do selo;
2) Linkar o blog pelo qual se recebeu a indicação;
3) Escolher outros blogs a quem entregar o Prémio Dardos.


Só não vou cumprir a última porque já estão aí, todos no seu valor: não é ser contra_quebra_corrente mas porque a minha falsa_modéstia_timidez não me permite.

Obrigado, Imperial_Imperador!

S+arck

Ontem reconhecemos competências a uma cadeira (very private joke) e comprei duas escovas de dentes, no caso de alguém permanecer cá por casa. No bar laranja de_baixo, pode-se fumar à noite e tem uma boa carta de cervejas. Divagámos em transparências até às cinco da manhã. Hoje roupa na corda, depois na tábua. Há uma guerra artística nos muros da subida, no parque e movimento próximo da biblioteca. A missa passa na sé e persigo um senhor até me fartar. Na centésima oiço a senhora escritora que tem um blog dizer que o seu post mais comentado foi uma foto de um frase na parede invicta que dizia "foda-se" (ou o caralho). Cumprimentei a doutora, paginei a Nada e regressei ao marasmo da solidão escolhida.

Sinto falta do espremedor que as gémeas me ofereceram (pela laranjina c). Podia ter um assim...


Juicy Salif
Hoje o senhor que desenhou isto e muitos outros objectos domésticos faz sessenta anos. O mais conhecido autor do novo design que decorou hotéis e restaurantes pelo mundo saiu-se com esta frase simples, transversal nos conceitos, com a qual concordo:

"Ecologia não é só uma urgência da economia e a protecção do nosso mundo mas também criatividade e elegância."

Página oficial aqui

14 janeiro 2009

The End of the End of Times II

"Vistas à escala dos milénios, as paixões humanas confundem-se. O tempo não acrescenta nem retira nada aos amores nem aos ódios sentidos pelos homens, aos seus compromissos, às suas lutas e às suas esperanças: ontem e hoje serão sempre os mesmos. Suprimir ao acaso dez ou vinte séculos de história não afectaria de maneira sensível o nosso conhecimento da natureza humana. A única perda irreparável seria a das obras de arte que esses séculos teriam visto nascer. Porque os homens não diferem, nem sequer existem, senão através das suas obras. Como a estátua de madeira que pariu uma árvore, são unicamente elas que atestam a evidência de que, no decorrer dos tempos, entre os homens, alguma coisa realmente se passou."



Final de "Olhar, Ouvir, Ler" de Claude Lévi-Strauss (1993) no alto do seu centésimo aniversário, em 95 pela Asa na colecção Sinais.

Em inspiração sequenciada d'Os Livros Ardem Mal... no dia perfeito do Sócrates.
E este é o meu centésimo post e desta vez estou a manter-me por aqui...

12 janeiro 2009

Sí_Sifo



Sísifo de Tiziano, 1549

"Há cerca de vinte anos, Gilles Ferry designou a formação como um dos grandes mitos do século XX, a par do computador e da conquista do espaço. Invadindo todos os domínios do social, a formação instituiu‑se como uma resposta às perturbações e às angústias individuais e dos grupos, desorientados por um mundo em rápida mudança e no contexto de uma situação percepcionada como uma “crise” social e económica. O optimismo em relação à formação não tem hoje razão de ser, num quadro em que o desemprego estrutural e o trabalho precário marcam
o regresso da vulnerabilidade de massa, característica, entre outras, do que o sociólogo Beck designou por “sociedade de risco”. Vivemos um tempo em que as políticas e as práticas de formação assumem, por um lado, um carácter instrumental em relação à civilização de mercado e, por outro lado, se inscrevem em políticas de ortopedia social, em que o assistencialismo se substitui à justiça social. Neste contexto, o trabalho de investigação tem como principal justificação para a sua pertinência social a possibilidade de produzir um acréscimo de lucidez sobre os discursos, as representações e as práticas que fazem da formação um dispositivo de distribuição de ilusões."

Rui Canário in Formação de Adultos: políticas e práticas - Nota de apresentação
Sísifo/revista de ciências da educação n.2 jan/abr 2007 issn 1646‑4990

11 janeiro 2009

Le_Clézio

3 meses atrás este senhor recebeu o prémio nobel da literatura do ano transacto. Toda uma biografia de aventura em ilhas distantes e culturas_continentes perdidos, mas aqui, tão real:



"As sociedades dos grandes blocos continentais, apesar das suas religiões 'reveladas' e do carácter aparentemente universal das suas democracias, falharam a sua missão e negaram os próprios princípios sobre os quais assentavam.
A escravatura, a conquista, a colonização e as guerras à escala mundial puseram em evidência essa falha. Esses acontecimentos revelaram placas tectónicas cujos movimentos criaram os sismos actuais, e que ainda servem aos teóricos e aos falsos profetas dos 'choques de civilizações' para justificar as guerras de dominação. O fracasso dessas grandes sociedades é sem dúvida a maior ameaça que o mundo hoje enfrenta."


Raga (2006), Jean-Marie Gustave Le Clézio Capa do Ypsilón desta semana.

10 janeiro 2009

Vaso_Construção (Periférica)



Ainda agora saí do vale das caldas coberto de neve onde jantámos delícias improvisadas pelo actual do meu ex-. Ele não tem um irmão gémeo com a mesma mão para a cozinha. É pena!

Aceitando o desafio proposto pelo Sócrates, venho por este meio esclarecer as minhas necessidades especiais para este ano novo:

FOME de infinito, de profundidade, de respeito e intensidade;
De todos, por todos e para todos.
Com paladar apreciado e digestão calma na fusão em Nós;

SEDE de espírito, interior,
Na busca inesgotável da fonte fértil da sabedoria nas coisas;
Em volta, ao redor;

SONO inócuo, imaculado.
De sonhos_favos etéreos. Paz tremenda, ternura.
Pueril por si só, em si só;

SEXO puro e duro, com prazer total;
Intenso, duradouro, mordaz; sem sangue ou esperma a atormentar;
Protegido, protector, cuidado, lento, devagar.
O outro no mesmo, muito. Sempre.

EXCREÇÃO: de lado, para fora;
Dos bichos ruins, das fadas más, exorcistas, lúgubres, fúnebres,
Ratos, pulhas, larápios e afins.

ABRIGO no templo, maior, hospedeiro, vetusto.
Albergue alegre, confortável feliz.

SEGURANÇA na fé, na força, pela caridade.
Firmeza moral e ética; princípios conformes ao sentido inicial e primordial:

AMOR uno.

E depois de descer da capela do santo ao lado, regresso ao meu conforto, com vocês... No dia seguinte de degelo, após as duas décadas sem neve, que ontem terminaram.

07 janeiro 2009

Frio_Limpo


"Quando está frio no tempo do frio, para mim é como se estivesse agradável,

Porque para o meu ser adequado à existência das cousas

O natural é o agradável só por ser natural.


Aceito as dificuldades da vida só porque são o destino,

Como aceito o frio excessivo no alto do Inverno -

Calmamente, sem me queixar, como quem meramente aceita,

E encontra uma alegria no facto de aceitar -

No facto sublimemente científico e difícil de aceitar o natural inevitável. (...)"


Alberto Caeiro "Poemas Inconjuntos"




Ainda não tinha visitado a cidade este ano. Saí agasalhado direito ao multibanco para um café no bar envidraçado da colina mas como estava desligado, o do centro de saúde, decido seguir. Pela praça do bispo com báculo fálico, à esquerda na descida, a catedral dourada em suspiros e daí, direito ao centro. Uma cameleira pende as suas gélidas corolas e, na solidão da rua iluminada em arco, levanto o dinheiro e sigo até ao café Viena: conforto-me no seu veludo bordeaux e aroma. Espelhos adornam-me à saída onde acendo o cigarro, as vistas amplas de templários e o piso areado e vazio levam-me pelas fachadas da avenida entaipada, no chão de pedra, ciclames encolhem-se. Os rostos que seguram os balcões do teatro, as estátuas que povoam a fronte do leão, a fonte obelisco, a viela do anjo recuperada, o agradável antro alternativo onde assisto "sem rasto" ao meu desejo acompanhado de uma macieira, o largo do seminário onde ecoa um som corrente e cristalino, o claro holofote lunar, as altas grades de metal forjado, as torres modernas de madeira que protejem das termas, a descoberta do atalho em subúrbio até ao prédio em bico, cizento de barras;faixas amarelas, os azulejos antigos da entrada e as escadas de mansinho...

Di*ver*gis*tive-me!

05 janeiro 2009

Pre_Sentes

Hoje acordei em casa.
Hoje tomei banho no chuveiro com torneiras azuis transparentes (patrocinadas pelo velho senhorio) e pus o perfume Phi_Neo que recebi no natal (e ainda o CK in to One - ou a guida e a cunhada acham que cheiro mal).
Hoje fui para a escola mais cedo porque tinha de estar às dez e, apesar da senhora das onze me desmarcar, tinha de abrir a porta do centro (amanhã tenho de pedir a chave da A. para tirar cópia).
Hoje a P. apareceu (e não era suposto) com um barrete branco de peluche e um kispo cor-de-laranja e foi uma boa surpresa. Hoje falei com a monkas no g_mail.
Hoje comprei pão na padaria ao lado de casa e desejei um bom ano. Hoje no carro ouvi o Nantes dos Beirut em cassete que a loli me ofereceu e eu gravei em casa no algarve.
Hoje recebi um postal da madeira da loli na viagem de presente de aniverário que lhe oferecemos para a passagem de ano.
Hoje fiz salcichas com puré e salada e fui ao Lidl a pé para reabastecer e comprar o bolo-rei para o debate de manhã.
Hoje falei sobre o estado do país com o aluno simpático com deficiência até ao meu bloco-piso, ao qual me acompanhou.
Hoje corrigi o erro do sr. carneiro e encaminhei;o para o colégio (já está quase finalizado este processo) e ainda encontrei o protocolo, que guardei numa capa.
Hoje programei a validação em língua estrangeira com a E. e trouxe a contagem do grupo para pensar a formação.
Hoje, já de noite, acompanhado pela P., fui até ao portão para fumar e corri pelo pátio com o frio.
Hoje à saída, tranquei a sala do M. que voltava para o seu grupo depois do mestrado e encontrou a porta fechada (porra, a A. tem-nas mesmo todas!) mas telefonei ao chefe para lha abrir e ele agradeceu-me.
Hoje trouxe o calendário de 2008 que estva na minha sala, souvenir de NY. Hoje quando cheguei, li o público on-line e ouvi o rádio, tal como de manhã (não tenho televisão e é bom).
Hoje instalei o adobe flash player e pude escutar o som do meu blog e comentei pela primeira vez desde há muito um (o do arion ; e por isso estou aqui).
Hoje jantei uma massa primavera com legumes frescos e congelados e bebi o sumo de goiaba que a guida me trouxe do méxico (oferta do óscar!).
Hoje a mãe ligou e prometi que deixava de fumar se ela o fizesse! Hoje o dingling comentou-me e desejou-me um bom ano (também te amo e quero-te o mesmo!), bem como (a) todos vocês!
Hoje lavei a louça enquanto esperei que o chá verde arrefecesse e, de seguida, montei esta página. Entretanto, hoje, o morzinho contou-me todas as peripécias para conseguir sair do seu reveilhão e trans_bordar em todos os transportes.
Hoje vou dormir cedo para recuperar do fim-de-semana (ups!).
Hoje adoro viver (aqui!).
Hoje chegam os 3 reis magos... Boa Noite!