31 julho 2008

Um_Trinta & Um

Depois de pouco sono, encontrar com os monitores da praia_campo para as crianças da freguesia de benfica, ir buscar as “nossas” ao bairro e seguir para carcavelos a abarrotar. Aos gritos de ordem, marchas animadas seguem pelo túnel, ecoando musiquinhas bem treinadas, ocupam a sua área com sombrinhas, roupa e toalhas, são barradas de protector e esperam em jogos na areia ou ao sol pelo banho. Meia ciranda na entrada do mar onde, por grupo e em alguma segurança numa bandeira amarela, os miúdos entram e mergulham rapidamente, regressando então ao seu espaço demarcado para secar e merendar.

A segunda vez já é mais caótica mas mais divertida; repetem o processo juntos, à molhada, num maior prolongamento por se enrolarem nas ondas. Dali para o parque das nações para almoço em paredes_meias com o pavilhão do conhecimento, pequenas fugas para exploração a pares do passeio de ulisses e, entre zangas, amuos e birras, organizamo-nos para entrar na exposição “Que Nojo!” – agora sim, têm muito para explorar em duas horas – depois do corpo, as precoces leis da física. De regresso à boavista, uma reunião com os mais velhos para delinear os últimos pormenores sobre as actividades lúdico-desportivas e estadia durante o acantonamento na praia azul, no próximo fim_início de semana.

Pessoas contactam, chegam, voltam, talvez pelas férias! A ampa está cá e também se chateia com a mãe: falo com o marido que regressa à bretanha, que ela diz ter dois amantes nas malvinas, um espanhol e outro brasileiro; a amiga também está deprimida por falta de sexo e paixões platónicas, o bravo sanduliak estará sempre disponível a dar-lhe o seu amor; o mano racha a cabeça na água, interrompe a recuperação em belmonte e goza com a irmã do cunhado; as miúdas estão óptimas e o giestas presente. Jantamos no chafariz da porcalhota e pela manhã damos um giro no bairro.
Já temos net no espaço: agora está totalmente operacional.

Umas nuvenzinhas ensombram e abafam... (...e o presidente lembra inconstitucionalidades nos açores?!)

30 julho 2008

Count_Down 4...

(não era para ser tão cedo, mas não aguentei com esta descoberta do quarto álbum)

Unison
One hand allows the other
So much and me
Born stubborn me
Will always be
Before you count
One two three
I will have grown my own private branch
Of this tree
You gardener
You discipliner
Domestically
I can obey all of your rules
And still be, be
I never thought I would compromise
I never thought I would compromise
I never thought I would compromise
Let's unite tonight
We shouldn't fight
Embrace you tight
Let's unite tonight
I thrive best hermit style
With a beard and a pipe
And a parrot on each side
But now I can't do this without you
I never thought I would compromise
I never thought I would compromise
I never thought I would compromise
Let's unite tonight
We shouldn't fight
Embrace you tight
Let's unite tonight
One hand allows the other
So much and me
Let's unite tonight
We shouldn't fight
Embrace you tight
Let's unite tonight
Let's unite tonight
We shouldn't fight
Embrace you tight
Let'sOoohhhh ooohh
Unison
Unison
Unison
(Live in Royal Opera House London)

28 julho 2008

As Linhas de Oz II

"Eu fiz-me escritor por causa da pobreza, da solidão e dos gelados. Era filho único de uma família da classe média muito baixa; na verdade, de uma família muito pobre de Jerusalém. O meu pai era biblotecário e a minha mãe, de vez em quando, dava aulas particulares de História e Literatura. Vivíamos num apartamento diminuto que se parecia com o interior de um submarino, cheio de livros em muitas línguas e pouco mais. Os meus pais encontravam-se com os amigos nos cafés. E levavam-me com eles porque era filho único e não tinham ninguém com quem me deixar em casa. Diziam-me que tinham de conversar com os amigos e que eu devia portar-me bem e, se o fizesse, no final haveria um gelado para mim. Bem, naquele tempo, o gelado em Jerusalém era mais raro do que a paz no Médio Oriente hoje em dia. Era um boato, uma lenda: só alguns felizardos podiam desfrutar dele.

Eu morria pelo gelado, mas os meus pais costumavam demorar-se a conversar com os amigos durante sete dias e sete noites sem parar, ou, pelo menos, era o que me parecia. E tinha que fazer alguma coisa para não gritar nem ficar maluco. Assim, sentava-me ali e observava o movimento do café como um pequeno detective: gente a entrar e a sair... Como um pequeno Sherlock Holmes, reparava nas roupas, nas caras, nos gestos, estudava os sapatos, contemplava os bolsos e costumava passar o tempo a inventar pequenas histórias sobre aquela gente. Quem vem, de onde vem, qual a relação exacta entre aquelas duas mulheres e o homem da mesa do canto; as duas mulheres fumam, o homem não; uma parece muito amargurada, o homem quase não fala; uma fala a maior parte do tempo, a outra é bastante silenciosa. Tinha de inventar uma história. Algo assim: um jovem de aspecto temível, alto, estranho, sentado perto da porta, com um jornal em frente, sem o ler. Olha em direcção à porta, espera. Uma, duas horas. Bem, pode não estar à espera de um gelado, está à espera de alguém. E eu inventava quem e porquê. E assim aprendi de alguma forma a morigerar a minha solidão, olhando para as pessoas, advinhando, inventando, às vezes escutando ao acaso fragmentos de conversas e unindo-os, como um homem da Stasi. Pequenos pormenores de informação para criar, por vezes, um historial incriminatório. Devo confessar que ainda hoje faço o mesmo quando tenho de “matar o tempo”, por assim dizer, num aeroporto, sentado na sala de espera do dentista ou de pé numa fila. Em vez de ler jornais ou coçar a cabeça, fantasio. É claro que algumas das minhas fantasias actuais não são tão inocentes como as minhas fantasias infantis dos dias do gelado. Mas ainda fantasio. É um passatempo útil, não só para um romancista como para qualquer um de nós. Acontecem tantas coisas em cada esquina, na fila de cada paragem de autocarro, em cada sala de espera de uma clínica, em cada café... Na realidade, muitos seres humanos atravessam o nosso campo de visão todos os dias e na maior parte das vezes não suscitam o nosso interesse: nem sequer reparamos neles, vemos silhuetas em vez de gente real. Por issso, se tivermos o costume de observar estranhos, com um pouco de sorte acaba-se por escrever histórias ao fantasiar sobre o que as pessoas fazem entre si ou sobre a relação que existe entre elas. Em todo o caso, sempre se pode passar um bom bocado e conseguir um gelado no fim: não é uma perda de tempo."

In “How to Cure a Fanatic” – Amos Oz 2004

Count_Down 5...

Mouth's Cradle

There is yet another one
That follows me
Where ever I go
And supports me
This tooth is warmth-like
And these teeth are a ladder up to his mouth
These teeth are a ladder that I walk
That you can walk too if you want
If you want up to the mouth
The mouth's cradle
Up to the mouth's cradle
He always has a hope for me
Always sees me when nothing else
And everyone have left
That ghost is brighter than anyone
And fulfils me with hope

And you can use these teeth as a ladder
Up to the mouth's cradle, the mouth's cradle
And you can follow these notes i'm singing
Up to the mouth's cradle, the mouth's cradle
The simplicity of the ghost-like beast
The purity of what it wants and where it goes

Always love, always loves you, always loves you
Infrared love

And you can use these teeth as a ladder
Up to the mouth's cradle, the mouth's cradle
And you can use these teeth follow my voice
Tooth by tooth
Up to the mouth's cradle, the mouth's cradle

I need a shelter to build an altar away
From all osamas and bushes


27 julho 2008

Express_Mail

Ainda fiz a surpresa ao ricki catita mas não consegui voltar para o seu aniversário, pois fiquei no da loli em jantar volante na monkas e levar limas para mojitos (ah, explusão geral de oxiúros). Isto depois de as comprar na bica e ver a bebé da sara – a Ana – mas antes de regressar de metro que bloqueia em carnide e a linha ser interrompida, apanhar táxi para cemitério e paulinha, para buscar viatura que permitiu ou permitirá toda esta mobilidade.

Expresso às oito em sete rios, dormitar até ao algarve e ser acolhido temporariamente por toda a família feliz em restaurante do chinês. Voltar para a serra natal e a casa da avó para atum grelhado em roda da cozinha com luz. Inter_lúcido. Muesli matinal, praia de santo antónio repleta de gente e algas verde-alface, entregar computador e conversa de pátio na altura com chefe do mano, gaspacho no alto à nossa espera.

A mãe e o mano dão banho ao cão, a gata bebe água no balde. Aguardo que o café aqueça na cama enquanto olho na mobília espelhada o meu reflexo de calções de banho brancos, a t-shirt e o casaco padrão de gales pendurados na porta do roupeiro, as cuecas HM com cassetes, calções leves e calças azuis desbotadas de um década sobre a cadeira, computador e revistas espalhados, a cortina branca ondulando no quarto morno; vou levar cabides e buscar a roupa atravessando as arcadas do palácio e enquanto emparelho meias e oiço barry adamson...


Wish me luck para e terceira entrevista deste mês, com a frase da mae west no filme “I´m no Angel” de 1933, que faz a contracapa da cubo oferecida pelo expresso: “Quando sou boa, sou boa, mas quando sou má, sou melhor”

Re_Flexões

Ando numa de hexis tou alêtheuein (disposição para perseguir a verdade), através de uma obra de Thomas de Koninck, professor de filosofia que se debruça sobre as questões da ética, educação e conhecimento: A nova ignorância e o problema da cultura. E tem imensas citações de outros autores que aqui deixo para reflectirem:

“Cada cultura representa um considerável capital de riqueza humana. Cada povo possui um capital de crença e de instituições que representa, no conjunto da humanidade, uma experiência insubstituível. Quando a humanidade se sente ameaçada pela uniformização e pela monotonia, volta a tomar consciência da importância dos valores diferenciais. Devíamos renunciar completamente a tentar compreender o que é o homem se não reconhecermos que centenas e milhares de povos inventaram formas originais e diferentes de ser humano. Cada uma delas oferece-nos uma experiência da condição humana diferente da nossa. Se não tentarmos compreeendê-la, não nos podemos compreender a nós próprios.”
Claude Levi-Strauss Le Devoir 1998

“A informação só nos torna mais sábios se nos aproximar dos homens. Ora, com a possibilidade de aceder, à distância, a todos os documentos que necessitamos, aumenta o risco de desumanização e ignorância. Actualmente, a chave da cultura não reside na experiência e no saber, mas na capacidade de procurar informação através de múltiplos canais e redes oferecidos pela internet. Podemos ignorar o mundo, não saber em que universo social, económico e político vivemos, e dispôr de toda a informação possível. A comunicação deixa assim de ser uma forma de comunhão. Como não lamentar o fim da comunicação real, directa, de pessoa a pessoa?”
José Saramago A quoi sert la communication? 1998

“O maior perigo da prosperidade devida à máquina decorre do facto de vivermos pela primeira vez numa época em que o conforto material é acessível a quase toda a gente. Por isso, se o procurarmos não como um acréscimo às satisfações afectivas, mas para substituí-las, corremos o risco de nos tornarmos escravos desse conforto; precisamos de um progresso tecnológico sempre cada vez maior para encobrir a nossa insatisfação afectiva e o nosso mal-estar.”
Bruno Bettelheim Le coeur conscient 1972


E para terminar mais uma pérola sartriana: “É este o fundamento do júbilo do amor, quando existe: sentirmo-nos justificados de existir.”

26 julho 2008

As Coisas IV


Projecção de cabeça de rinoceronte em cortiça: Foi encontrada no recreio do espaço de ateliers de tempos livres onde trabalhei três anos (à feira da ladra numa escola secular), pelo PD que ma ofereceu - um miúdo espertíssimo e muito criativo que fazia parte do grupo do meu colega hugo. Com este asceta humanista, magro e de barbas, coleccionador de instrumentos de percussão árabe, aprendi o poder da firmeza e do carinho masculino na formação das crianças; juntamente com a lu, ensinaram-me a organizar actividades e a cumprir a justiça infantil preto no branco, sendo a minha primeira equipa de trabalho remunerado.
Esta protecção de tronco arbóreo surge sempre exposta entre os meus objectos de forma a questionar a percepção dos visitantes.

25 julho 2008

Prenúncio do Norte

Alfa para bracara augusta, em cima da hora porque os autocarros chegam apenas ao terreiro do paço, depois só metro. Amanhece. Saio tempos depois e subo a andrade corvo, passo um museu – casa da imagem, viro no largo da câmara que se prepara para inaugurar uma frota de autocarros. Pequeno_almoço numa esplanada do largo da santíssima trindade, ordem terceira com o lar do conde de argolongo em frente. Atravesso as ruas baixas e antigas do centro e descubro a sé ao fundo, à esquerda. Admiro-a de longe e sigo por ruas de célebres autores portugueses. Volto à monumental estação de comboios para dinheiro e desço à paragem indicada. Espero e, já tarde, entro no autocarro; pago a tarifa e pergunto por merelim, o motorista explica-me tudo e quando digo a morada, o senhor diz-me que é mesmo em maximinos e já saímos da cidade! Descreve-me apontando no declive umas veredas para seguir a pé em corta_mato.
Estou em pleno minho como tanto esperei, nas suas encostas verdes e húmidas, sob um céu cinzento. O cheiro da clorofila entra nos pulmões; senhoras a lavar nos tanques públicos, solares abandonados, vinha e feijoeiros bem esticados, toda a muragem de pedra a ladear os caminhos e socalcos. A pé, a suar a camisa, com o saco a tira_colo, chego finalmente à respectiva escola - curta biografia, descrição de experiência, proposta de encaminhamento a casos práticos, interrupção telefónica (que horas!) que me deixa mais nervoso a tentar desligá-lo perante o júri, após duas tentativas - abandono-a por são gregório, directo ao centro, passando pelo colégio de são caetano, e na cruz de pedra descubro um restaurador de imagética sacra; à volta dos arcebispos, afonso henriques e no largo de são joão, uma sopa ao balcão e pastel de carne com copo de vinho à pressão. Cruzar o souto, os maravilhosos jardins do paço e novamente o arco da porta nova (perguntei!).

Vestimenta de verão nas casas de banho, suburbano e intercidades com paragem inter_calar para triangulação: heroísmo, soares dos reis para lavar fruta dentro de cemitério, de santo ildefonso à senhora do bonfim com o sol nas costas, a sentir a eterna memória olfativa do tratamento de madeiras nas lojas_caves sombrias, por pinto bessa comendo peras e uvas já frescas, enquanto volto para a campanhã; café, encaminhar-me pelo subterrâneo e esperar no assento correcto, observando as pombas no alto da torre da fábrica de farinhas desactivada (como quase todas as maiores). Já na soturna estação de espinho, o número do meio-dia que me embaraçou quer marcar nova entrevista para segunda em matosinhos. Urra, bolas, podiam ter-me poupado uma viagem... nada conveniente, ao contrário dos reis desta noite na cidadela de cascais: a felicidade do tom jobim em encore pelos noruegueses (a_final!).

P.S.
Catatau e ZC: deixem-me assentar e logo ver-nos-emos; se tiverem essa disponibilidade, dêem-me um tour pelo grande norte.
À loli pelo aniversário, por me levar à compra de bilhete antecedentemente e a colocá-lo nos tempos certos, pelo céu nocturno a tons pastel com lua minguante a iluminar as nuvens.
Ao mano pelo empréstimo de carinho, motivação e tilintantes para aí poder estar.

23 julho 2008

Dez_Culpas

Obama de visita a Israel (ele sabe!)

Chavez de visita a Portugal (por qué no lo dices?)



Prenderam Karadzic (agora de barbas) e os skinheads manifestam-se?!

Cristian Bale (o novo batman) bate na mãe e na irmã?!



Inunda-se a China, inundam-se as vontades / de desespero, levam a confiança

Roménia e Bulgária obrigados a devolver fundos comunitários recebidos

Do que nos safámos?


A cultura portuguesa está cada vez mais deliciosa: a massa das gentes mix_turada, diluída.

Até os trâmites da moda se esbatem!


E o petróleo está a baixar (preço e pasta de carbono entre camadas geológicas) - pedra d'óleo.

A culpa da minha continuidade tabágica é dos autocarros!

22 julho 2008

A_Lados

Gostava de ter o condão dos pássaros
Voar quando me apetece

Ou o dos peixes: viver debaixo de água
Escapar-me por entre_dedos

(escamas = penas)

As Linhas de Oz I

Um pequeno Livro de um escritor que agora conheço melhor veio ter comigo e decido aqui partilhar alguns ex_certos de um conto aí presente sobre as razões da sua escrita.
Largos, Livres.

Do prazer de escrever e do compromisso

“Faz a paz, não o amor”, é uma máxima cunhada por mim mesmo que desejo esclarecer desde já, para que não haja mal-entendidos. Não sou contra fazer amor, estou contra confundir amor e paz, o que é sempre uma confusão sentimental. Mas não vou falar de guerra e paz, de paz e amor, de amor e animosidade. Vou discorrer sobre a minha escrita, que é algo incestuoso para um escritor. Há muitos anos, escrevi um livro para crianças intitulado Soumichi, muio pessoal, na primeira pessoa, onde dava a conhecer parte da minha infância. Então um entrevistador perguntou-me : “Por favor, senhor Oz, pode dizer-nos com as suas próprias palavras de que trata o livro?” De modo que, essencialmente,o meu problema imediato consiste em ter de dizer pelas minhas próprias palavras de que trata a minha escrita. O que não vou fazer é analisar ou tentar bater os especialistas no seu próprio terreno. Nem sequer tentarei deixar testemunho de como sou bom escritor. Pelo contrário, vou é contar algumas histórias sobre como me converti em escritor, como escrevo, como sublimo algumas das minhas frustrações e algumas das minhas alegrias. Sei que é muito comum, especialmente na tradição alemã, falar da dor e do sofrimento que a escrita implica. Conheço até a palavra Schmerz aplicada a este contexto. Hoje quero falar sobre a felicidade de escrever. Ou algumas felicidades.

Como sabem, sou um terrível divagador, e a primeira divagação começa agora. Trata precisamente da felicidade: quando tinha doze anos, frequentava um colégio judaico para rapazes, muito puritano, extremamente vitoriano, ainda que não soubessem quem era a rainha Vitória. Um dia, a enfermeira do colégio, a mulher mais curiosa que conheci na minha vida, chamou os rapazes todos – éramos trinta e cinco ou talvez quarenta – à sala de aula. Fechou as janelas, fechou a porta e, durante duas horas, revelou-nos todos os segredos da vida, incluindo todos os mecanismos, todos os dispositivos, onde cabe cada coisa, com todos os detalhes. E recordo-me de todos nós, sentados, muito pálidos, abatidos e surpreendidos, porque, após descrever todos aqueles mecanismos terríveis, falou também dos dois famosos monstros da vida sexual, aAl-Qaeda e o Hezbollah da vida sexual: a gravidez não-desejada e as doenças venéreas. Quase desmaiámos e lembro-me de mim, ainda rapazito, a sair da aula e a perguntar-me “Muito bem, percebo a técnica. Mas por que raioquereria alguém no seu perfeito juízo meter-se em tais trabalhos?” Aparentemente, esta corajosa enfermeira, que tinha descrito tudo, não mencionou os boatos de que a coisa implicava certo prazer. Talvez não o soubesse. Mas no tocante à escrita, com muita frequência, quando oiço escritores a falar da dor, do parto e do sofrimento da sua própria escrita, lembro-me dela.

In “How to Cure a Fanatic” – Amos Oz 2004

Count_Down 6...

Innocence

I once had no fears
None at all
And then when
I had some.

To my surprise
I grew to like both
Scared or brave
Without them.

The thrill of fear
Thought I'd never admit it
The thrill of fear
Now greatly enjoyed with courage.

(chorus)
When I once was
Untouchable / Unfearless
Innocence roared
Still amazes

When I once was
Innocent
It's still here
But in different places

Neurosis
Only
Attaches
Itself to
Fertile
Ground
Where it can flourish

The thrill of fear
Thought I'd never admit it
The thrill of fear
Now greatly enjoyed with courage

(Chorus)

Fear is a powerful drug
Overcome it and
You think that you can do
Anything!

Should I
Save myself
For later
Or generously give?

Fear of
Losing
Energy
Is draining
It locks up your chest
Shuts down the heart
Miserly
And stingy

Let's open up : share!

(Chorus)


21 julho 2008

As Coisas III

Miniatura de Paisagem “Made in China”: Ainda do percurso anterior, comprei em San Marino num bairro íngreme, na encosta do castelo, uma caixa em vidro lacada a preto nas arestas. Lá dentro, lâminas finíssimas de cortiça, recortadas e sobrepostas, compunham um cenário como os pintados nos restaurantes de chao-min. Acutilantes mas suaves montanhas, um pequeno pagode, duas garças, arbustos farfalhudos em transparências num paralelipídedo de exposição. Antes, pisa, florença, roma, nápoles, assis. Depois veneza, pádua, vicenza, milão. Poderia ter sido um casaco de cabedal!


(Como não encontei uma imagem, aqui vou eu...)

Will

Tudo às vezes é tão pouco!

E queremos sempre.



(em homenagem à piquenicagem de domingo!)

P.S. _Se for para o norte, ofereço-te o bilhete para Kings of Convenience, bissa!

20 julho 2008

Fast_Love His_Tory


(denso with myself, uoh, uooh!)

Sábado cedo e fresco, café na esquina, procurar barbeiro do bairro mas, depois de re_ligar-me ao mundo, coincide a boleia de loli que passa pela ana no rossio e aí desço de mochila e fato na mão para comprar camisa e acessórios para cerimónia da tarde. Apanho o 28 até às escolas gerais para pagar saldo negativo ao grupo, assalto dissimulado por abertura da janela do eléctrico, carteira aos meus pés e turista que sai a correr em santa luzia perseguindo o ladrão (que saudades de alfama, que péssima imagem para exportar para o estrangeiro). Café e conversa na esplanada de lucas enquanto troco calças e calço sapatos e coloco cinto, graça e maria andrade por metro, atravessar avenida da igreja até casa da acompanhante. Stress de atraso e IC19, comparando farpelas e resumindo ausências, esfumaçar até colares, primeiro a noiva, depois noivo e padre demoradíssimo. Matrimónio religioso com coros e eucaristia, um bom guião para católicos ronhosos como eu, crianças em pranto: a felicidade estampada nos rostos, bordada a fé e caridade, pureza ilumina as suas almas; às voltas pela várzea para a quinta de são domingos, perdidos e perguntando até chegar à casa de partida, caipirinhas a abrir, gin’s e fila de fotos, banquete ordenado por jogos estimulantes da sorte e inteligências, deliciosa sequência intercalada por cigarros, fechar a pipa na minha vez para trocarmos de condutor e a minha carmo se divertir e dançar. Bolo, brindes e vídeos, regresso à meia-noite. Ainda adamastor com amigo morzinho e libelinha, anjo gabriel no multibanco, rock-a-bica por chotes e shar_os e maria, subir e descer ao carro, primas, capela, dois passos no purex e nos lábios de vinho um reencontro com os filhos das completas auxiliares dos primeiros bairros onde trabalhei mencionados ao início- quase cinco anos com queda-em-si de aprendizagem de valores e reconhecimento por duas senhoras de armas, dedo no ar e mão na anca. Após revolução, directos à rua da palmeira onde na frenética dança, libelinha é roubado por chulos e beijos; conduzo até sua casa onde comemos pela última vez, doem-me os pés, abraçamo-nos.

Agora escuto “As good as it gets” do Jay-Jay Johanson.

19 julho 2008

Out

Apetece-me destruir tudo_me todo!

Medos e aflições imaginadas consomem-me a vontade

Alieno-me repetidamente raptado por morfeu.

O não existir não é o contrário de existir

Parar de pensar, parar de sentir.




(e provavelmente sofro de perturbações mentais)

18 julho 2008

Vai_Vem

Perdoem-me os leitores pelas funções diário_agenda desta página...

Onte-Ontem entrevista na matinha, com a palha do mar do rio em linha pelos escritórios fora e regresso no metro que esperei por toda a licenciatura; e ajuda nas mudanças da vicki com helena de málaga, pizzas e fantas_zero pelos portugueses da antiga casa, para aonde vai jania (praia e convites aos pares);
Miúdos em desporto autárquico para munícipe ver no campo sintético – dia seguinte - e tarde com direito a lanche de sobras_desperdícios da manhã; e ajuda a loli no currículo fundamentado para mestrado (dos novos, muito_integrado);
Acordar às quatro para me meter nacional acima (só até aveiras, depois paguei todá_portagem) para nova entrevista às dez em são pedro da cova – IC29, voltar pela A25: banho e almoço rápido na praia de mira porque suja e ventosa;

Só passeio: pinhais e campos de milho, lagoas, velhinhas de preto com chapéus de chuva, muitas curvas em estradas apertadas, gala cova depois de atravessar lentamente o mondego, descer até amor para A8 e visita à livraria após férias:
Às sete percebo porque divinizamos e odiamos petróleo, de marcha lenta para sair por campolide e de horizonte, a segunda circular parada; ainda jantar na buraca com jovens do futsal inter-freguesias e conversa educacionada com colegas sobre valores e pre_conceitos nos bairros sociais.


Dói-me um dente e não consigo dormir (finalmente amanhã vamos mudar os computadores de espaço, tenho de comprar uma camisa para o casamento de sábado e pagar despesas_extra no já realizado na bretanha).

15 julho 2008

As Coisas II


“Vanitas” Caveira sobre Livro em Pedra Pomes: Aos catorze anos, a primeira viagem ao estrangeiro levou-me à boca de fogo (mais fumo!) do vesúvio. Ainda pompeia e herculano e paixão por cataclismos, a ilha de Capri e a placidez morna das suas águas. Acompanharam-me muitas famílias do norte, acampámos durante todo o circuito de autocarro pela Itália num estilo comunitário. Descobria-me no alvor da adolescência, dormia com três rapazes, um também algarvio, alto, surfista, um corpo espectacular, todos a suar num distante e abrasador mês de Agosto. Só sei que nada sei...

Oooooooops

Uma nova revista: uma nova Ordem (Socialista) Social.

Já temos, mas espera-se novo espaço de debate: e Agora?

Esperamos que seja melhor do que a governar...





A propósito de realojamentos, hoje conheci um pouco mais das tradições ciganas (já tinha o hino e a bandeira, por processos de novas oportunidades): sociedade matriarcal também já infiltrada de branco, de tecnologia e mercados, de costumes sedentários e ausência constitucional (as leis que sobreviveram em testemunho oral, honrado pelo sangue).

E para fugir da fatal melancolia, a estreia de nova sitcom na 2: A teoria do big-bang por 2+2 amigos geeks e freaks de todas as modernidades da ciência em shock com o físico da nova vizinha. Magestic ardeu no final da segunda série de weeds (2 episódios).

Nos jornais, só boas manchetes. Sobre a crise e as banalidades e o governo, nada como a crónica sem dor de Rui Tavares de hoje_ontem, 14 de Julho, e o seu último parágrafo.

54

O ano passado cem anos do seu nascimento, também no meu.
Este são 54 da sua morte, em 54 do século passado.
Entre o seis e o doze_treze. Sem coluna, perna ou pneumonia.
Entre a dor e a morte. Óleo sobre tela igual a.
Amor.


Magdalena Carmen Frieda Kahlo Calderón

Desde su diário:

no luna, sol, diamante, manos-yema, punto, rayo, gasa, mar, verde pino, vidrio rosa, ojo, mina, goma, lodo, madre, voy. = amor amarillo, dedos, útil niño flor, deseo, ardid, resina. potrero, bismuto, santo, sopera. gajo, año, estaño, otro potro. puntilla, máquina, arroyo, soy. metileno, guasa, cáncer, risa. gorjeo - mirada - cuello, viña pelo negro seda niña viento = padre bena pirata saliva sacate mordaza consumo viváz onda - rayo - tierra - rojo - soy.

11 julho 2008

Páginas_Passadas

Demasiadas pedras foram levantadas no largo de são domingos, ao rossio,
em memória de massacres (não esquecer, mas sem bons ou maus, por favor!
– vamos continuar a tentar!). Vejamos melhores simbolismos
como os “pescadores” nesta rede! Neutralizando hierarquias nos actos,
inspirando-nos mutuamente.


Para todas as perguntas, pode ser encontrada uma resposta, assim se encontre quem seja capaz de as dar no momento certo. Foi o que aconteceu com o rabino Ben Hama, que perguntou:
- Porque são as palavras da Torah comparadas com o fogo?
- São comparadas com o fogo para nos mostrar que elas não se perdem na solidão do estudo e da reflexão, propagando-se como as labaredas que se multiplicam quando o fogo é ateado – responderam os doutores da lei.
- E – quis saber o rabino – porque são as palavras da Torah comparadas com uma árvore?
Desta vez a resposta veio dos outros rabinos, que disseram:
- São comparadas com uma árvore porque estão ligadas entre si como os ramos, o tronco e as folhas de uma árvore, podendo ser incendiadas quando o fogo as toca.
- E porque são elas comparadas com as ondas do mar?
Desta vez quem deu a resposta foram os discípulos de Ben Hama, que responderiam nestes termos:
- São comparadas com as ondas do mar porque nunca cessam de nascer e de correr em direcção à praia, trazendo sempre novas ideias.
Alguém perguntou então ao rabino se estava satisfeito com as respostas obtidas, e Ben Hama disse:
- Estou feliz, pois consegui aprender bastante com os doutores da lei, com os meus colegas rabinos e também com os meus alunos. Quem assim adquire conhecimentos, nunca esuecerá as palavras da Torah.

Recolha e adaptação de Lendas e Contos Judaicos por José Jorge Letria

Para baralhar e voltar a dar:
“Ser Homem é tender a ser Deus; ou, se se preferir, o Homem é fundamentalmente o desejo de ser Deus!”

Jean-Paul Sartre

10 julho 2008

Fogo na Babilónia e sua Torre

Hoje:

A cidade de Paradise na Califórnia é evacuada por incêncios que lavram a região nestes meses.

O vulcão Kilauea (na foto) no Havai continua a vomitar torrentes de lava no oceano Pacífico.

O glaciar Perito Moreno na Patagónia desfragmenta-se e colapsa-se para o mar em pleno Inverno austral.

Centenas de emigrantes africanos naufragam e jazem diariamente nas costas da Europa atlântica,


- Não vamos falar do estado da nação! Somos todos estrangeiros.



O que é o Amor?
o ser que se perde no ser
na primavera da matéria eterna?
Acontecimento absoluto, sempre no início
substância de velados fulgores
qual a grafia que segue as suas volutas
ou espelha o firmamento de uma morada?
Metamorfose do espaço sob delicadas arcadas
conhecimento gracioso de deslumbrantes delicadezas
o peito arqueia-se pleno de conhecimento e de graça
entrega-se ao sortilégio da subtil e sumptuosa energia
que irradia do permanente jardim das presenças voluptuosas
Tudo é voluptuosamente novo para os amantes
Que vivem no início do mundo e sem o saber amam o deus inicial
Ó língua humana ó língua deste livro
como poderás dizer a plenitude desse conhecimento espontâneo
se tu não és de lava nem de cristal
e não tens o líquido encantado da música
nem és profunda amante vidacomo a carne entregue ao gozo absoluto
de uma dupla Fénix que ofusca a palavra e a liberta do silêncio deslumbrado?


In Génese – António Ramos Rosa


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Ontem esperávamos boleia com as compras o jantar, sentados no degrau do supermercado, comentando os flops do Kevin Costner (Field of Dreams, Dancing with Wolfs, WaterWorld). enquanto um casal rural de classe e educação reduzidas (- sem preconceitos culturais), trajando uma versão puta_chulo fumavam e organizavam a visita à urbe (- esqueci-me dos medicamentos da mãe no jardim). enquanto a sua pequena e querida criatura se lança pela rua fora com um isqueiro na boca.

09 julho 2008

Crente

Há quem não acredite no poder deste canal, das palavras que por aqui correm,
Há quem não acredite no poder do amor;

Há quem não acredite no poder da verdade (só para não magoar Os Outros),
Há quem não acredite em si mesmo:

Por isso aqui vai (a todos os Shrek's dentro de nós):


(este é o verdadeiro!)

I thought love was only true in fairy tales
Meant for someone else but not for me
Love was out to get me
That’s the way it seemed
Disappointment haunted all my dreams

Then I saw her face
Now I’m a believer
Not a trace of doubt in my mind
I’m in love
I’m a believer
I couldn’t leave her if I tried

I thought love was more or less a giving thing
Seems the more I gave the less I got
What’s the use in trying
All you get is pain
When I needed sunshine
I got rain

Then I saw her face
Now I’m a believer
Not a trace of doubt in my mind
I’m in love
I’m a believer
I could’t leave her if I tried
Original_mente escrito por: Neil Diamond

08 julho 2008

As Coisas I

Inicio um percurso de objectos que povoam o meu quarto
E me acompanham a cada mudança
Pela representação de pessoas, situações e lugares.




Catrina de Papel Maché:
Há mais de cinco anos, no mercado da merced na cidade do México, comprei este branco esqueleto articulado com um sorriso de flor a flor pintadas no lugar das orelhas.
Órbitas azuis e purpurinas prateadas brilham no escuro.
Trouxe ainda uma boa dúzia de maracas para distribuir pelos meus meninos e sempre esteve em lugar de destaque (o meu Óscar!).
Para que me lembre da finitude do corpo, da felicidade da carne, do regozijo da alma.
Pelo bom sentimento de eternidade (ao contrário da profunda tristeza cristã) das culturas pré-colombinas, perpetuado na Morte.



''(E o que mais dói) é viver num corpo que é um sepulcro que nos aprisiona (segundo Platão) do mesmo modo como a concha aprisiona a ostra.''

Frida Kahlo

07 julho 2008

Resumo das Festas

Antecedido pela tarde de irmãos: jornais, café, sacos, t-shirt e calções;
Almoço no alentejo. Frappé, toalha, velas; água, mamão e iogurtes de soja.
Preparar trouxa para churrasco no outro lado. Telefonemas, muitos.

Jantar com ele e libelinha. Banho, colombo por champanhe e aos oito minutos,
Jay-T está aí, Jesus depois, o casal do próximo compromisso, Mini e respectivo;
Minerva com sua safo, Rebeca. Também Adar e Amber no purex.
Ting-tings no Musicbox, já sem rockabilly’s. Parabéns à saída.

A Loli relaxa na praia (ir e voltar / queria eu...). Desperto e arrumo barraca para sair.
Gelo nas bombas; Monca e Xana: montamos o estendal na relva da verdizela.
Nem Vicki, Frank ou irmãs; mas Lewis para mojitos e Ana Mike para completar;
Cabeça cheia, corpo sentido, alma e coração repletos, serenos.

De_sobre a ponte, já noite, avistar coluna branca ascendendo sob o luzeiro da cidade.



Viva a liberdade!


Esplendor na relva*

Aquele brilho outrora tão resplandecente
Dos meus olhos se ausentou para sempre
E agora, apesar de perdido o esplendor na relva
E o tempo de glória em flor,
Em vez de chorarmos, buscaremos força
No que para trás deixámos.

*Parte do poema " Intimations of Immortality" de Willian Wordsworth, retirado do filme "Esplendor na relva" de 1961, escrito por Willian Inge com a interpretação de Natalie Wood, Pat Hingle e Warren Beatty; em tradução livre por Massala de Maravis, aqui.

06 julho 2008

É Hoje



A mim, ao título deste espaço!

05 julho 2008

Ao Espelho

“Sou talvez a visão que alguém sonhou,

Alguém que veio ao mundo para me ver,

E que nunca na vida me encontrou.”


Florbela Espanca




(ao amigo’morzinho que sempre m’inspira)

Sobre o post anterior, para mais informações dirija-se ao espaço quarenta e um, na rua da atalaia, a partir da meia-noite.

Como um Miúdo

Após três noites da Lua_Nova que me viu nascer, sem dormir,
Penso na aurora de domingo, excitado.

Uvas, maçãs, melancia, uma laranja de prata à tarde.
Humidades transcendem o firmamento opaco neste novo quotidiano.


(a menos das vinte e quatro horas, de um dia pleno)

04 julho 2008

Modos de Lagartixa

Uma amiga comparou as minhas estratégias de coping com as deste animal: que me escondo e desapareço, que renasço (com_sem rabo) aquecendo, iluminado, ao sol.


Escolho a Olho de Cobra para vos mostrar: dentro de uma membrana amniótica,
saem com garras e rapidez; escudos mínimos cobrem o corpo cuja temperatura
não se mantêm; na água param em bradicardia e fecundam-se internamente.

Surge um poeta brasileiro deprimido pelo mal do século dezanove que morre aos vinte e um,
com estrofes como estas:


A lagartixa ao sol ardente vive,

E fazendo verão o corpo espicha:

O clarão dos teus olhos me dá vida,

Tu és o sol e eu sol a lagartixa.


Amo-te como o vinho e como o sono,

Tu és meu copo e amoroso leito...

Mas teu néctar de amor jamais se esgota,

Travesseiro não há como teu peito.


Posso agora viver: para coroas

Não preciso no prado colher flores;

Engrinaldo melhor a minha fronte

Nas rosas mais gentis de teus amores.


Vale todo um harém a minha bela,

Em fazer-me ditoso ela capricha;

Vivo ao sol de seus olhos namorados,

Como ao sol de verão a lagartixa.


Álvares de Azevedo

03 julho 2008

Dand Y Lion

As peugadas do homem branco para os índios, alastram pelos seus campos.
Os gaúchos deixam entrar a sua esperança pela janela aberta no final da tarde.

Purifica o sangue, adormece os ossos, a bílis em catarse.
Pequenos pára_quedas soprados de flores amarelas ao sol, ao vento.

Amor dos homens, taráxaco, ficarei careca? Fome e diarreia.

Prazer na Escatologia

Gosto de avisar sobre_todas as secreções e excreções que vou tendo.

A beleza da transformação pelo que não podemos conter.

Meditação

Afinal as viagens são mais rápidas do que pensamos.
Afinal mudamos de lugares, de tempo e de estado mais de_pressa do que pensamos.

Afinal pensamos mais lento do que as coisas nos acontecem.
Só basta sair e deixar de pensar, sair contigoe sentir: aqui, agora.
E fazer seja o que fôr; já estás a escolher.

E fugir, fugir, fugir, porque não podes parar (de pensar).

Não trouxe o Cortega Y Gasset.

Algo vai mudar...

A três dias do sétimo mês do ano do nascimento, quase a com_templar...

Doze tubos para analisar em garrote, doze currículos para o minho.
Entrevista debaixo do pavilhão sintético no bairro da boavista.

A BomBar, Pós e Contras para nos defender na boémia ilegalidade.
Deprimir casamentos de Lisboa a Londres, emagrecer.

Não há mais que poupar: concluo com a poesia de Sylvia Plath .